Por Noah.
- Ok gata, eu ligo pra você assim que a palestra acabar, estou cheio de papelada. - Murmurei com o telefone no ouvido. - Também te amo, você já sabe. Tchau.
Encerrei a chamada, levando o copo de whisky até a boca.
- Você é um canalha. - A garçonete disse com um sorrisinho, passando um pano no balcão a minha frente.
- Gostei desse lugar. - Comentei olhando a decoração do bar.
- Ela acredita mesmo nisso? - Insistiu a morena. - Nessa história de viagem de trabalho?
Assenti com a cabeça, degustando de mais um gole da minha bebida.
- Ou talvez ela apenas finja. - Ela deu de ombros. - Pra não perder você.
- Talvez. - Cerrei os olhos, mordendo o lábio. - Eu prefiro acreditar na teoria de que ela tem consciência que nunca vai encontrar um cara tão gostoso como eu, aí ela se faz de cega.
A garçonete negou com a cabeça, rindo baixinho. Logo depois, saiu para atender um cara que tinha sentado a duas cadeiras vazias de mim no balcão.
- E aí, Ian? - Brincou a morena, o cara riu.
Eu conheço esse nome de algum lugar.
- Oi, Rebecca. Traz uma cerveja pra mim?
- Claro.
- Se eu não escolho de quem vou gostar, pelo menos escolho o que quero beber. - Brincou, fazendo a garota rir.
Aproveitei que o cara ficou sozinho e me levantei, sentando na cadeira ao seu lado.
- Ei. - Chamei, ele virou para me encarar. - Você é o Ian, não é?
- E você é o babaca do Noah. - Rebateu, virando para frente de novo.
- Pega leve, cara. Sem ressentimentos por aquele dia, eu não sabia que você era o cara da vez.
Ian bufou, irritado.
- Será que pode me deixar beber em paz? Sério, eu dispenso companhia. Ainda mais a sua.
- Relaxa cara, eu já tô de saída. - Ri pelo nariz. - Só vim te avisar uma coisa, bem rápida. Abre o teu olho com aquela garota, não se engana com aquela cara de santinha...
- Cara, sai daqui!
- Ian, você me parece um cara maneiro e eu não acho que você mereça fazer o mesmo papel de otário que eu fiz. - Coloquei a mão no ombro dele, mas Ian puxou com força, irritado.
- Não coloca a mão em mim!
Soltei uma gargalhada e me aproximei, debochado.
- Essa boca que você tá beijando já me chupou muito.
Levantei ainda rindo e caminhei tranquilamente, porém logo depois senti meu ombro ser puxado enquanto alguém me virava.
A reação dele foi óbvia, exatamente o que eu queria. Ian levou a mão pra trás e voltou com tudo bem na minha cara, soltando um soco no meu olho esquerdo. Fiquei tonto na hora, senti tudo rodar e antes de consegui me localizar, lá veio mais um soco. Dei uma gargalhada, sentindo o gosto metálico de sangue na boca, então cuspi no chão.
- Que foi? - Encarei Ian. - Não aguenta a verdade, seu moleque?
Antes que me atingisse de novo, Ian foi segurado por um cara de terno que eu supus ser segurança do bar.
Também senti meus braços serem puxados para trás, enquanto separavam a gente.- Me solta! - Ele gritou, puto da vida.
- Se querem brigar, vão lá pra fora!
- Eu não quero. - Ri estendendo as mãos.
O cara que me segurava soltou meus braços e Ian também foi solto, irritado. Ele ajeitou a camisa e me encarou com ódio.
- Parece que nem todo mundo escuta conselho de amigo. - Murmurei.
- Eu não sou seu amigo.
- Um dia você vai perceber que eu só tava querendo te ajudar.
A garçanote então chamou Ian pelo nome, colocando a cerveja dele em cima do balcão. Ele me encarou por vários segundos, antes de finalmente virar de costas para mim e sentar novamente no banco.
Saí do bar com todo um plano em mente.
Eu podia ter limpado o sangue na boca, mas não era nem um pouco conveniente fazer isso. Dirigi apressadamente até o endereço de Lucy e parei em frente a um prédio. Olhei no espelho do teto do carro meu olho começando a ficar roxo, então sorri.
A minha sorte foi que tinha uma mulher entrando no prédio, então eu inventei uma história, dizendo ser amigo de Lucy e que ela estava me esperando. Quando parei em frente a porta dela e apertei a campanhia, fiz minha maior cara de coitado possível. Ela demorou alguns minutos para abrir a porta, derrubando a chave do lado de dentro e resmungando baixinho.
- Oi. - Dei um sorriso triste.
- O que você tá fazendo aqui? - A morena me encarou com os olhos arregalados.
Ela estava com uma camisola azul, bem curtinha, com as pernas grossas de fora e eu não pude evitar olhar. Sua carinha de sono era fofa e até aquele cabelo bagunçado, preso com um elástico na nuca, tinha seu charme.
- O que aconteceu, você se meteu numa briga, Noah?
- Sim. - Suspirei. - Eu tava bebendo, quando o seu namoradinho querido chegou no bar. Ele parecia bem irritado, dizendo algo sobre você não querer dar pra ele.
Joguei aquele verde porque sabia que colaria. Lucy costumava se fazer de difícil e provavelmente, eles nem tinham transado ainda. Não com aquela cara de otário do tal Ian.
- Ele disse isso? - Ela uniu as sobrancelhas.
- Disse. - Menti. - Então eu fui te defender, porque eu não ia permitir que esse babaca falasse assim de você, bem do meu lado. Mas parece que o tal Ian briga bem.
Lucy então suspirou bem alto. Ela segurou minha mão e me puxou pra dentro.
- Vem, vou cuidar de você.
Dei um sorriso de canto. Exatamente como eu queria.
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Todas Contra Ian | Lucian
FanfictionEle tinha tudo nas mãos. Ele tinha todas nas mãos. Ashley, a popular líder de torcida, Troian, editora chefe do jornal do campus e Sasha, a experiente aluna de intercâmbio. Elas se odiavam até descobrirem que compartilhavam o mesmo namorado, Ian Ha...