O retorno do rei

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Por Brant.

Eu era o dono daquele campus antes mesmo de Harding pensar em pisar nele. Eu mandava naquilo tudo antes daquele mané roubar meu lugar. Mas agora, mano, agora eu só tinha um único objetivo: pegar o que é meu de volta e ainda ver a cara de perdedor dele quando eu voltasse pro comando. E pode ter certeza, eu não medirei esforços pra isso.

Pior que sua pose autoritária era aquele sorriso debochado de quem sabe que todas as garotas que o cercavam fariam filas pra realizarem seus caprichos. Aquele mimadinho tinha plena noção de que qualquer mulher queria ser dele.

Principalmente Ashley, a loira de peitos grandes e cérebro pequeno, com uma carinha de princesa... Mas só a cara mesmo, não se engana. Ela nunca sequer tentou esconder o interesse nele, nem mesmo quando saía comigo. No fundo, são todas iguais.

Olhei cautelosamente o bar, repleto de universitários curtindo o sábado à noite. Ashley gargalhava e jogava o cabelo pra trás enquanto uma morena ao seu lado fazia caretas e resmungava, nada contente. Seja lá o que for, a gostosa tava realmente pu/ta.

Mas eu percebi algo bem mais interessante ali do que aqueles cachos castanhos se enterrando no decote volumoso. Percebi algo que só eu sabia captar. Harding não tirava os olhos dela, mesmo cercado de mulheres na sua mesa, seu foco era exclusivamente a colega baixinha de Ashley. Também, pudera. Quem olharia para outras com aquela maravilha ali? Era sem dúvidas muito gata. Parecia que a loira tinha uma forte concorrente para o posto de mais gata da universidade.

E Harding já tinha um alvo novo, olha só que cara malandro. Odeio pra cara/lho esse desgraçado, mas tenho que assumir que o moleque tem visão.

Ele continuou secando a garota, até que seus olhares se cruzaram. Foi aí que um sorriso começou a se formar nos meus lábios. Aquilo no olhar dela era... Mágoa? Gargalhei, ainda no lado de fora do bar, ao vê-lo retribuir o olhar com receio.

Então ela não era cadárpio, ela já era jantar. E julgando pela cara de nojo que a garota fez, virando a cara pro lado contrário do dele, Ian já tinha se deliciado e a morena já era até resto.

Ah, papai! Era sorte demais. Eu mal conseguia acreditar no que estava se desenrolando bem na frente de meus olhos e em como todos estavam alheios aquilo. Era uma cena protagonizada pelos dois e assistida somente por mim.

Eu tinha acabado de descobrir o ponto fraco de Ian Harding. E precisava entrar em ação. Era a hora perfeita.

Assim que pus os pés no bar, me aproximei da mesa onde elas estavam, meu mais novo alvo me olhou confusa e cutucou Ashley com o cotovelo, que ao me ver, arregalou seus grandes olhos claros e exclamou, incrédula.

- Brant Daugherty!

Sua voz fina ecoou por todo o ambiente e senti a maravilhosa sensação de ter todos os olhares cravados em mim.

- Quem é vivo sempre aparece, linda. – Sorri abertamente puxando uma cadeira pra sentar.

- E o que faz por aqui? – Perguntou com a testa franzida e se inclinou na minha direção, deixando a amiga de lado.

- Senti saudades do meu campus. – Aspirei o ar sorridente e Ash conteve uma risada antes de dar um gole na sua bebida.

A morena, se sentindo excluída, levantou e saiu rebolando naturalmente pelo corredor até entrar no banheiro. E que bundinha... Mas apesar de ser uma delícia, deve ter esquecido a educação em casa.

Conseguia sentir a tensão de Ian dali onde eu estava. As ondas de ódio e nervosismo dele chegavam até mim. É claro que ele temia minha aproximação. Com maxilar trincado e os pulsos cerrados como se quisesse socar alguém (e esse alguém provavelmente era eu), ele me encarava diretamente nos olhos, como se me desafiasse ou me mandasse ir embora. O otário não podia ser mais óbvio. Me deu de bandeja a chave pra acabar com ele e de quebra, ter uma morena gostosa na minha cama.

- Quem é sua amiguinha? - Apontei com a cabeça.

Ashley revirou os olhos, típico dela. Sorriu irônico, isso eu não esperava.

- Qual é, Ash. Pelos velhos tempos. – Brinquei. – Ou tá com ciúmes?

- Lucy Hale. – Respondeu, me ignorando. – Que por sinal, não é pro teu bico.

Quando a tal Lucy saiu do banheiro, estava com os lábios pintados de rosa. Harding não perdeu tempo e foi até ela, dando uma de cachorrinho desesperado. Mas por sorte minha e azar dele, não conseguiu ser mais rápido que eu. Estavam cara a cara quando a toquei levemente no braço.

- Lucy, já chamei o táxi que pediu.

Ela torceu os lábios sem entender, mas logo relaxou os ombros, aliviada. Assentiu e passamos por Ian como se ele fosse invisível e fomos pra fora do bar. Ash parecia ocupada demais no celular para se dar conta do acontecido e então, éramos só nós dois.

Nós dois e a burrice daquela garota. Era um desperdício que fosse tão estúpida, tão tola a ponto de se envolver com um babaca feito Harding. Era mais claro que água que a bobinha estava apaixonada por ele, completamente de quatro. E mais claro ainda que tinha sido magoada. Seria mais fácil do que eu pensava, eu tinha tudo nas mãos. Era só saber usar.

- Obrigada. – Ela sussurrou por fim. Já tava na hora, não aguentava mais aquele silêncio pós encontro com um amor mal resolvido. – Eu realmente não queria falar com ele e... Enfim, obrigada.

- É, eu percebi um certo desconforto. – Usei meu tom mais amável.

Lucy mordeu o lábio e suspirou, dando um sorriso fraco meio de lado. Se fosse um pouquinho mais inteligente, seria perfeita.

- Então, ele é seu namorado? – Perguntei, coçando a testa pra parecer desinteressado.

- Ele não é do tipo que tem namorada, não de verdade. – Lucy riu sem humor e seus olhos se encheram d'água. Eu queria poder vomitar.

Por sorte ela decidiu voltar lá pra dentro e se despediu, indo em direção a porta. Pra minha surpresa, Harding estava saindo e ela passou direto por ele, sem nem olhar em sua direção. Ele ficou com cara de babaca, olhando pra trás até vê-la sentar novamente ao lado de Ashley.

- Patética. – Sussurrei.

- O que tá fazendo aqui? Não tem nada aqui que te interesse.

Virei-me lentamente para ele e o encarei com a sobrancelha arqueada.

- Me desculpe! Devia ter pedido a permissão de Vossa Excelência.

O reverenciei ironicamente e sorri. Harding deu um passo na minha direção.

- Você não tem absolutamente nada aqui! Aliás... – Ele fingiu estar pensativo. – Tudo o que você tinha eu peguei.

Filho de uma pu/ta.

- Sua noivinha, seus amigos, seu posto... O que mais tem aí pra ser meu, hein?

Ele abriu os braços e olhou ao seu redor.

- Tudo isso aqui agora é meu, Daugherty! Agora vaza.

- Acha legal ser o novo Brant Daugherty? – Ri ironicamente.

- Não se engana, cara. Você que é o antigo Ian Harding. – Ele deu de ombros e meu sorriso sumiu.

Harding voltava pra dentro quando virou-se e me encarou novamente.

- E se não quiser perder os dentes também, fique longe da minha garota.

Cerrei os dentes, inflando as narinas e soltando o ar. Eu vou destruir Ian Harding. Quero vê-lo em pedaços e vou gargalhar diante de seus escombros. Sobre seus destroços, eu vou me proclamar rei.

Eu voltei Harding, eu voltei.

Volltei pra deixar dois capítulos novos pra vocês, posto o outro mais tarde. Ah e pra quem não sabe Brant, é o Noel, gif na mídia deixa claro.

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