Paraíso e perdição

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Maratona: 4/5

Por Ian.

Eu queria poder fingir que não estava afetado com toda a minha instável situação com Lucy, mas eu estava. Até meus amigos já tinham sacado o que tava rolando por debaixo dos meus músculos e eu ainda, quase que inutilmente, tentava negar. Algo que demorei pra perceber, mas que agora não quer sair de mim. Em um ano cê não sente nada por todas, no outro... Sente tudo por uma só.

Como se cada parte exata de Lucy tivesse sido feita pensando em mim. Não era justo. Como um cara pode continuar sendo cafajeste quando uma mulher desse tipo entra na sua vida?

Volto para minha realidade quando escuto batidas fortes na porta, provavelmente um deles que esqueceu de novo a porcaria da chave de casa.

Levanto só de short e descalço, caminhando entediado e os murros contra a madeira ficam mais altos e firmes.

- Já vai, merda! - Resmungo, girando a chave. - Não sabe esperar não?

Escancaro a porta já irritado, mas minha expressão se desmancha por completo quando vejo que não é um dos caras.

Lucy está ali, parada na minha porta, a expressão de quem veio para matar um leão. Seu cabelo está bagunçado, seu rosto sem nenhuma maquiagem. Ela está com uma camisa cinza do Darth Vader que com certeza não é dela, de shortinho jeans e chinelo, tão natural quanto eu imagino que ela seja em casa. Apesar do aspecto bagunçado, seu cheiro gostoso chega até mim, me fazendo reprimir uma vontade absurda de agarrá-la.

- Eu realmente não sei esperar.

Ela cruza os braços e me encara de nariz em pé. Não perde a pose de jeito nenhum e isso me lembra o jeito de Ashley.

- Eu tinha prometido pra mim mesma que não ia te procurar. Me convenci de que você não merecia, de jeito nenhum. - Lucy uniu as sobrancelhas. - Mas eu não consegui seguir minha vida sem tentar entender como alguém nasce com o incrível dom de ser o maior filho da pu/ta da história da humanidade.

Eu acabei de ser humilhado, mas até que quero dar uma risada.

- As vezes eu também me pergunto isso.

- Quer saber? - Ela bufou. - Eu só queria mesmo dizer que tô pu/ta, muito pu/ta contigo. Não por você ter me levado pra cama, nem por você ter me feito go/zar e acreditar que era diferente comigo, mas... Por você ter fingido uma coisa só pra concluir o desafio, Ian. Você jogou baixo e depois, cagou pra mim!

- Espera que eu acho que não peguei a ideia. - Estiquei a mão, rindo de nervoso. - Fui em quem acordou sozinho e pelado na cama. Eu só não sabia o que fazer, por/ra.

- Que tal usar uma tecnologia chamada telefone celular?

Linda até sendo irônica.

- Eu só... Eu quis ligar. Na verdade, eu ia procurar você. Eu só tava dando um tempo e querendo que você me procurasse, só que você só me deu esculacho, por/ra. - Expliquei, ainda meio confuso. - Cara, me desculpa. De verdade, com toda a sinceridade, foi mal mesmo. Eu não queria que você pensasse que eu só queria te comer.

- Não, droga! - Lucy protestou. - Não pede desculpas. Eu quero brigar, eu vim aqui pra isso!

Solto uma risada pelo nariz e ela revira os olhos.

- Seja um babaca.

- Eu já sou.

- Não! - Ela aumentou o tom. - Não assuma seus erros. Segue o roteiro da briga e diz coisas como... Não sei, diz que só queria me comer e que agora não precisa mais de mim!

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