Maldição

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Por Ian.

Minha noite tava longe de ser aquela que eu tanto planejei a semana inteira. Ok, não posso dizer que tinha sido um desastre completo. Eu tinha até me divertido e bebido alguns copos com meus amigos e não é como se Maite fosse uma má companhia. É só que nenhum deles pode preencher o vazio dos meus dias sem Lucy.

Porra, eu devia estar sendo realmente um saco com esse papo todo de não ser o mesmo sem ela aqui.

Mas mano, isso é algo que não sei controlar e sentir falta dela era a única coisa que eu sabia fazer.

Nossas trocas de olhares não tinham me ajudado muito. Sim, ela também me olhava e eu daria tudo para saber o que ela pensava. Será que eu fazia falta pra ela? Será que seus dias também estavam sem muito sentido?

Aspirei o ar fresco profundamente parando o carro em frente ao apê que eu tanto conhecia e meus instintos levaram meu olhar até a janela dela.

- Então...

Maite suspirou meio que para tentar ganhar minha atenção, eu acho. Virei-me pra ela e sorri.

- Chegamos.

- É, chegamos. - Murmurou.

Eu era tão filho da puta por deixar essas coisas acontecerem. Onde eu tava com a cabeça quando a convidei?

- Bom, já tá tarde. Espero que não seja irresponsável novamente... Cê sabe, entrar no carro de um cara que bebeu... - Tentei descontrair.

Ela sorriu, abaixando o olhar.

- Talvez eu confie nesse cara.

Maite me encarou.

- E goste tanto de estar com ele que aceito correr esse risco.

Droga. Caralho. Que merda, Maite. Não faça isso. Ela tem tanta sorte de não estar em um lugar fechado com o Ian antes de Lucy. Mano, como ela tem sorte. Ele não teria problema nenhum com seus 17 aninhos. Ele também não estaria terrivelmente apaixonado.

É, mas esse eu aqui sabe muito bem que ela é só uma menina influenciada por uns goles de vodka no organismo. O que provavelmente deve explicar a forma como ela morde o lábio inferior e desliza o olhar por todo meu corpo.

- Acho melhor você subir agora. É realmente tarde.

Ela fez um biquinho e jogou o corpo para trás, encostando no banco.

- Tá usando as horas pra me dispensar. - Acusou.

- Maite... Só tô dizendo que não é hora pra você estar na rua.

- Pode ser perigoso? - Ela ergueu o rosto pra mim, provocando.

Merda, pode sim. Eu nunca fiquei tanto tempo sem transar e posso sim dizer que estar com uma garota numa rua vazia onde ninguém nos veria, é uma puta tentação. Ainda mais na minha situação.

- Você tem 17 anos. - Passei as mãos pelo rosto. - Só 17. Talvez eu possa ser 3 anos mais velho que você, mas você só tem 17.

- Isso não quer dizer que eu não saiba o que quero.

Ajeitei meu corpo até estar de frente pra ela e arfei.

- Você é uma garota incrível. Você cuidou de mim e confiou em mim de uma maneira absurdamente inocente e diferente de todas as outras pessoas no mundo. Afinal, quem coloca um estranho dentro da sua própria casa? Além do mais, você é linda e simpática, me faz rir... Mas...

- Mas...?

Fala logo, Ian. Fala que não tem lugar pra ninguém. Só ela. Só Lucy.

- É a moreninha baixinha, não é?

Meu coração dava socos no meu peito e minha garganta estava seca. Eu tive vontade de gritar: SIM, É ELA. Ela que tirou a graça de todos os outros sorrisos e abraços. Ela que entrou na minha vida e me virou do avesso. Eu já não sei o que sou se eu não for dela.

Eu preciso voltar. Preciso correr até ela e dizer que eu estava errado. Preciso dela. Caralho, preciso muito dela.

O silêncio tomou conta de Maite e por alguns minutos ela apenas me olhou e antes de sair correndo, disse um tchau quase inaudível. Eu me sentiria culpado se não estivesse tão louco pra voltar e falar com Lucy.

Pisei no acelerador e pouco me importei com a velocidade ou a possibilidade de ser parado pela polícia, o que já era quase um hábito.

Que se dane tudo isso, nada me impediria de chegar nela.

Eu mal tinha estacionado e já estava fora do carro correndo entre a galera que tentava me parar pra conversar e oferecer bebidas. Eu não quero nada disso. Não quero nada que não seja minha pequena Lucy Hale.

E por isso passei por todos como um furacão e entrei na sala quase sem ar e o coração acelerado. Tava escuro e eu não conseguia achar Lucy no meio de tanta gente se contorcendo com a música.

No instante em que foquei seu rosto, as luzes se acenderam e pude ver seu mais lindo sorriso. Só que o meu se desfez na hora que percebi que ela não tava sozinha.

E eu reconheceria aquele filho da puta até no inferno.

Mais que porra. Cerrei meus punhos e caminhei lentamente até eles planejando as mais diversas formas de quebrar a cara dele.

Maldito seja Brant Daugherty!

Se eu não fizesse vocês sofrerem, não seria eu. Não esqueçam de comentar muito tá!? Até o próximo capítulo. Xoxo.

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