ɑɗiѳร pɑpɑi.

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By Vianna:

Com toda e absoluta certeza eu sei que meu pai jamais me deixaria ir tao longe, em tanto tempo. Eu queria ir, precisava ir, e foi então que me veio uma ideia diabólica porem solúvel perante o assunto, e se, eu fugisse e deixasse uma carta?

Podia parecer chocante e maldoso falando assim, mas é uma solução, a melhor possível eu acho.  Meu pai poderia nunca mais me olhar nos olhos! É uma cena dolorosa demais para eu imaginar.

Assim que chego em casa meu pai esta pintando as enormes paredes da sala.

-Violeta?

-sim, foi o que você pediu não?

-não achei que fosse levar a sério as minhas escolhas!

-chegou bem a tempo de me ajudar! Falou com um sorriso tão feliz, impossível dizer não a uma das poucas alegrias que meu velho e bom pai ainda tem, e ainda compartilha comigo.

O tempo passou e a noite chegou.

-finalmente!!!

-suas jovens mãos rápidas, o que seria de mim sem você Vianna.

Sorri com vergonha nos olhos, me retraindo o mais deprimente possível.  Era injusto o que eu estava prestes a fazer.
Mas eu precisava, eu precisava viver. E aqui em Finndville eu não viverei.

-vou tomar banho, e dormir ta bom.

-sim,sim, claro. Depois de você vou eu.

-pai. Falei temendo dar muita bola, de que lágrimas estavam prestes a cair de meus olhos.

-sim!

-o senhor acha que pode, pode, fazer as coisas sozinho por um tempo?

- o que? Por que esta me perguntando isso?

-não, nada! Eu sou uma idiota mesmo, que pergunta boba né. Uma inevitável lagrima escorreu lentamente pelo meu olho esquerdo.

- você esta bem Vianna?

-sim, pai.

- eu sozinho? Acho que sim, eu com 65 anos coordeno um restaurante. E aliás eu nunca estarei sozinho. Sei que você vai sempre estar comigo não é?

Eu achei que seria fácil, fácil como uma receita. Mas eu estava enganada. Doía só de pensar em sair, doía em imaginar meu pai sozinho, no restaurante, em casa, doía muito. Mas eu ainda assim estava disposta a viver. Era necessário. Deus que me perdoe.

-sim, respondi ao engolir um seco. Eu vou ir, senão não tomo mais banho.

Subi as escadas de mármores, e  corri para meu quarto, preparei a minha pequena mala, comparado ao tanto de roupas que tenho. Assim que terminei corri para o banho, e ao me despir me olhei no espelho.

Uma expressão incomum diante de minha luminância e sorriso.

ɦɛʆʆɛɳɑ Onde histórias criam vida. Descubra agora