Capítulo 25 - Você é cruel, August

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O que posso resumir do que esta acontecendo no meu corpo é: cansaço, fome, silêncio e escuridão.

Fazia tempo que eu não me sentia assim...

O que posso falar do que está acontecendo ao redor de mim é: médicos correndo de um lado a outro em uma sala de emergência enquanto outros levam uma maca pra fora de lá.

Alguém põe a mão no meu ombro e fala:

- Ei crianças, vocês não podem​ ficar aqui.

Não sei onde ela esta, cadê todo mundo?

- Ei! Você esta me ouvindo? Não pode ficar aqui!

- Rhys, não podemos ficar aqui – Uma menina fala.

Essa pessoa me segura pelo braço e nos leva ate um corredor com algumas cadeiras e pede para esperarmos lá.

Me derrubo na cadeira e a menina senta ao meu lado.

***

Tudo esta tão branco, a claridade machuca meus olhos e o cheiro horrível de hospital esta por todo lugar, e esta me sufocando. Meus óculos estão embaçados e sujos e faz minha cabeça doer, meus braços e pernas doem também, além de estar morrendo de fome.

- Rhys, voce esta bem?

Não respondo.

Caramba, que dor de cabeça.

***

Em algum ponto daquela situação alguem nos pergunta se temos algum responsável para contatar.

Falo pro nada o número de telefone de Sarah, pelo menos o que eu me lembro. Assim que termino a menina do meu lado pede para ligar pros seus pais e sai do meu lado.

- Volto já Rhys, não saia dai – ela fala.

Não vou a lugar algum.

***

Não sei quando, mas em algum ponto caio pro lado e deito nas cadeiras vazias, com os olhos já fechados e o cansaço no auge fico lá ouvindo a correria na sala ao lado.

E assim acabo dormindo, e sonho de algo que não queria lembrar agora.

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Assim que abri meus olhos e lembrei de quem era e onde estava a tristeza me consumiu mais uma vez, sempre assim todo dia.

Nada vinha a minha mente, tudo era um silêncio. Um silêncio que veio aos poucos e se apoderou de mim, não ouvia, não via e não entendia nada, não queria entender. Nem sonhar eu conseguia mais.

E é esse silêncio que eu ouvia assim que acordava.

Menos aquele dia...

Que tal outra rodada de dias extraordinários?

Puta merda...

Levantei quase tão rápido quanto o som e sai do meu quarto. Vi no relógio do corredor que eram quase uma da tarde. Caramba, porque eu precisava dormir tanto?

Percebi que estava com uma pequena dor de cabeça quando me acalmei um pouco, então é assim que é uma ressaca? Achei que fosse muito pior. Mas também eu não bebi tanto assim.

Voltei ao meu quarto me vesti relativamente devagar comparado a como eu estava antes. Afinal só poderia ver August de novo mais tarde.

- Vou ficar quase o dia todo com a minha família, mas eu posso ver voce depois. Podemos sair em aventuras – ele falou quando chegamos na minha casa.

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