Acordo antes mesmo de abrir os olhos, enjoada e com uma sensação estranha no corpo.
Abro os olhos com dificuldade e os fecho em seguida por causa da claridade.
Tento chamar alguém, mas minha garganta parece mais seca que um deserto e dói quando tento falar.
Respirar também doi, nunca senti meu tórax tao dolorido.
Ouço vozes distantes em algum lugar e bipes de maquinas, sinto meu rosto sendo envolvido por mãos frias. Logo elas se afastam e as vozes começam a ficar mais nítidas.
Tendo me mover, me sinto presa, e realmente estou. Quando tento mover meus braços sinto dor de agulhas neles, minhas pernas não movem um centímetro.
- Por favor, se acalme - alguém fala.
Tento abrir os olhos de novo, agora a claridade diminuiu o que me permite ver melhor.
Primeiro vejo apenas borrões se movendo de um lado a outro, mas quando veem que estou acordando eles param e ficam quietos.
- Princesa? - a voz da minha mãe soa ao meu lado, sinto sua mao apertar a minha - Esta me ouvindo?
Falo que sim, mas só o que sai é um murmuro desafinado.
- Ei, tudo bem se não conseguir falar - ela fala - você ainda esta instável...
Me forço a abrir completamente os olhos, me assusto ao ver não só minha mae como dois médicos ao redor da cama onde estou deitada.
Tento me sentar ou me mover, pelo menos. Mas sou impedida por um dos médicos ao meu lado.
- Será mais fácil para você se tentar não se mexer - ele fala - você ainda esta fraca demais para levantar sozinha.
Com medo, ignoro o que ele disse e começo a mexer mais ainda. Não quero passar semanas em uma hospital, de novo não.
Vejo o olhar aterrorizado em minha mãe quando me debato na cama tentando levantar, o que faz o médico me segurar pelos ombros delicadamente pra não me machucar. A outra médica pega um dos fios que sai de mim e coloca algo lá, pois depois de alguns segundos o peso do meu corpo aumenta.
Isso não me acalma, na verdade entro mais em pânico, quero me mexer, não quero ficar presa aqui.
Sinto uma ardência no meu rosto e percebo que começo a chorar, minha mãe acaricia minha mão tentando me acalmar, inutilmente.
- Esta tudo bem, meu amor - ela fala calmamente - eu estou aqui, você vai ficar bem...
Não parece que estou bem, estou no hospital, com fios enfiados em mim e uma mascara de oxigênio. Como posso estar bem? O que aconteceu?
Minha cabeça pesa, assim como minhas pálpebras. Minha mãe pede para ficarmos sozinhas no quarto e relutantes os médicos saem.
As lágrimas continuam a cair pelo meu rosto, mesmo sabendo que estou segura o medo ainda me percorre.
- O que há de errado? - ela pergunta - porque esta chorando, amor?
- Foi... - tento falar, minha voz sai rouca e forçada.
- Não não - ela fala me interrompendo - não precisa falar, você ainda não consegue...
- Um sonho? - falo enfim. Falar isso em voz alta faz parecer que é verdade, mesmo eu querendo que não fosse.
Ela me olha incrédula, abre a boca para falar mas a fecha.
Ela desvia o olhar para minha mão e e parece pensar profundamente, logo ele nega com a cabeça, respira fundo e fala:
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Onde As Estrelas Não Brilham
Ficção AdolescenteÉ estranho como uma pessoa pode mudar a vida de muitas, acidentes mudarem totalmente alguém, e traumas te assombrarem pelo resto de sua vida. As vezes até as melhores pessoas e seus passados escondem algo ruim. Nem tudo é o que parece. E é isso que...