Quando eu e August chegamos na praia ele logo começa a cavar a areia em busca de conchas.
Como estamos em uma época de frio, o mar não esta só gelado, está congelante de morrer! Parece que se eu pulasse lá, seria que nem nos desenhos animados quando um personagem cai na água gelada e sai envolto de um bloco de gelo. Será que é fisicamente possível?
- Pra que você precisa de conchas? – pergunto.
- Daqui a alguns dias é o aniversário da minha irmã, e eu ainda não decidi o que dar de presente a ela.
- Você tem uma irmã? – pergunto sem pensar.
Ele ri com estranheza – Porque Iris? Quer conhecer ela?
- N-não, eu só queria saber.
- Acho que voceis fariam um ótimo casal – ele fala, sinto minha cara ficar vermelha – ela é, sei la – ele pensa um pouco - quantos anos você tem Iris?
- Ahmm, d-doze.
- Hmm, ela só dois anos mais nova.
- Você não esta falando serio né? – pergunto – que nós faríamos um ótimo casal.
Ele ri – Claro que não! Que tipo de irmão você acha que eu sou?
Depois de uma hora de tanto procurar conchinhas nós finalmente paramos para descansar. Me sento em uma grande rocha e August faz o mesmo. Minhas costas doem um pouco.
O sol que antes fazia a floresta ficar dourada agora se esconde atrás das árvores, Algumas falhas fazem pequenos raios de luz iluminarem nossas costas.
- Então – falo – achou alguma legal?
Eu não sou bom em achar conchas, pode parecer idiota, mas na minha visão é mais difícil do que parece! Até porque a maioria que não esta quebrada esta lá no fundo, e digamos que ficar cavando a areia com as mãos em plena época de frio não é o melhor, sabe?
- Aham – ele fala e abre a mão, há uma concha branca que parece azul e vendo mais de perto tem alguns tons de marrom – linda não é?
- Seu narcisista – falo – São as cores dos seus olhos.
Ele sorri de lado – então você reparou na cor dos meus olhos? – A que maravilha, espero que minha cara não pareça tão vermelha.
Fico calado e encaro o chão.
Ele pega a concha e com as mãos quebra ela ao meio. Fico surpreso.
- Seu doido! – falo – A concha era perfeita! Porque quebrou ela?
- Porque eu gosto de conchas quebradas – ele fala sorrindo – e além do mais, é pra ser dois colares, um pra mim e outro pra ela.
- Criativo... – falo.
E então ficamos calados. Odeio isso, eu sou o único que odeia esses silêncios repentinos quando ninguém não tem nada pra falar? Tipo, eu sinto uma enorme necessidade de não deixar isso acontecer. Mas parece que hoje isso não vai acontecer.
- Entao – ele fala quebrando o silêncio – tá afim de ir a aquela festa?
Não.
Nem um pouco.
- Ahmm – penso um pouco – talvez – Porque concordei com isso? AAaaaaaaaaaah quero me matar!
Ele abre um enorme sorriso – então vamos! Você sabe aonde Hazel mora? – ele pergunta.
- Sim, eu acho.
***
Demorou quase meia hora pra achar a casa da Cobra-venenosa. Não foi culpa minha, eu só estava desejando que a gente se perdesse e chegássemos tarde demais, mas infelizmente August não é idiota e não era difícil achar uma casa afastada explodindo de luzes e sons a noite. Droga de festa!
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Onde As Estrelas Não Brilham
Ficção AdolescenteÉ estranho como uma pessoa pode mudar a vida de muitas, acidentes mudarem totalmente alguém, e traumas te assombrarem pelo resto de sua vida. As vezes até as melhores pessoas e seus passados escondem algo ruim. Nem tudo é o que parece. E é isso que...