Onde As Estrelas Não Brilham

Capitulo 27 (?) - A cor da chuva parte 3

Era para eu ter publicado esse capitulo antes, mas acabei excluindo ele sem querer... kkk, enfim, peço desculpas de imediato.

***

Achei que dentro do moinho o vento não estaria tão forte, mas ele ainda sopra e parece murmurar palavras de dor, parece gritar.

Sinto calafrios ao me aproximar da escada de madeira, ela está velha e parece que vai quebrar assim que eu pisar nela.

Eu não subiria, não estaria fazendo isso se Hayden - ou August, que seja – não estivesse lá em cima. Agora me lembro que vim aqui conseguir respostas, saber a verdade.

Mas agora só me importo em protegê-lo, saber se ele esta bem. Quero ajuda-lo, viemos juntos aqui para isso.

Me pergunto por um segundo se o que esta acontecendo é verdade, pode tudo ser um sonho? Ao mesmo tempo que sinto que é real não tem qualquer jeito de isso estar acontecendo. Como cheguei a essa situação?

Começo a subir os degraus relutante e tremendo de frio, a madeira range sob meus pés. Chamo Hayden outra vez e tenho quase certeza de que ouço uma resposta.

Chego ate o final das escadas circulares onde tem uma plataforma de madeira, como se fosse um andar. Hayden não esta nele.

Há uma abertura feia na parede e no teto lá em cima, o que faz com que água da chuva e vento soprem em meu rosto me deixando encharcada dos pés a cabeça. Droga.

Continuo a subir as escadas do outro lado ate chegar ao outro anda mais em cima, esse também esta completamente vazio. Vendo agora, o moinho é mais alto do eu pensei que fosse de verdade.

Subo mais uma escadaria apoiando as mãos nos degraus para não cair, mas assim que vejo que há alguém naquele andar me ponho de pe e corro ate essa pessoa se hesitar.

Hayden esta virado para a parede, com a cabeça baixa e sendo apertada por suas mãos pálidas, ele grita algumas coisas mas não as escuto por causa dos trovões que rugem do lado de fora.

- Não! Pare de falar! – ele grita para parede, descontrolado.

- Hayden? – o chamo, mas sou interrompida por ele.

Hayden agarra seus cabelos e aperta as orelhas como se quisesse impedir que ouça algo. Respira fundo. E então grita.

Seu grito sacode o moinho e faz algo despertar dentro de mim. Ele grita de frustração, de dor. É algo que sei como é sentir, mas porque ele esta assim?

Sera que ele esta com medo? Com medo do moinho?

O que ele esta fazendo?

Vou rapidamente ate ele e seguro forte seus ombros encolhidos.

- Hayden! Hayden sou eu! – grito pra ele, mas parece que não e escuta – Sou eu!

Ele treme e se vira pra mim, mas não me vê. Olha para algo além de mim, parece que não estou ali para ele.

Seu olhar é de medo, é tão estranho ver seus olhos coloridos com esse medo e essa expressão. Por um tempo ele parece um ser humano frágil, como eu e qualquer um.

Mas não aguento ver ele com esse olhar mais tempo. Seguro seu rosto gelado entre minhas mãos e falo – Sou eu, Jandi. Eu estou aqui, como prometi lembra? Pra te ajudar com o seu medo...

Ao falar isso ele volta o olhar surpreso a mim. Demora alguns segundos ate que ele perceba que eu estou aqui com ele.

Que sensação estranha.