Dias pálidos

Floating

20:00 pm.

Lil narrando.

Enquanto Mit mexia em meu cabelo, sinto sua mão cada vez com os movimentos mais lentos... Ele adormeceu.
Eu não podia acordar ele. Me levantei cuidadosamente da cama e o observei dormir, sua respiração fraca vinha de encontro ao meu rosto próximo ao dele, porém eu observava fora da cama... Seus cabelos castanhos, completamente bagunçados o deixava ainda mais lindo. Como eu nunca havia reparado nele antes? E agora ele é quase... Quase, meu namorado.
Aproximei minha mão do seu cabelo e quando estava prestes a encostar, algo estranho aconteceu. O corpo de Mit não estava mais encostando na cama, ele flutuava lentamente sob a mesma. Minha aflição era imensa, e eu não sabia o que fazer; manter a calma era minha meta nesse momento.
Me sentei sem fazer barulho algum, em uma cadeira branca qualquer, presente em meu quarto, e observei o fenômeno ocorrendo ali. Era incrível, talvez a coisa mais incrível que já havia visto na vida, depois dos olhos castanhos brilhantes de Mit, claro. Em fração de segundos, todo o corpo dele sumia sem uma definição de detalhes concretos... Simplesmente sumiu. Agora me restava esperar o que ia acontecer.

20:12 pm.

Mit narrando.

Eu não estava mais no quarto de Lil. E sinto o cheiro inigualável de carvão no ar... Me lembro de Zak. Me levanto do lugar do qual acabará de abrir os olhos.

— ZAK?

Olhei em volta. Nada dele, fiquei preocupado.

20:16 pm.

Andei por alguns minutos próximo ao lago. De longe vejo o brilho da lua reluzente sobre um corpo deitado próximo á um penhasco, corri desesperadamente.

— ZAK? VOCÊ ESTÁ AÍ?

Não emitia nenhum barulho.
Me aproximei cada vez mais, ouço a respiração sonolenta de alguém... Felizmente era Zak. Ele estava em um sono profundo, provavelmente adormeceu olhando a enorme lua. Porém, aquilo era muito perigoso.

20:20 pm.

Sacudi-o com força, até o mesmo acordar. Seus olhos assustados e intensamente verdes, me encaravam agora.

— Mit! Não faça isso de novo, quase tive um infarte.

O coração do jovem dava para ser ouvido. Isso me lembrava Lil, quando eu ficava com ela, meu coração quase saia pela boca.

— Me desculpe, achei que estava morto!

Zak engoliu seco.

— Quase.

Respondi.

— O que? O que aconteceu?

O judeu olhou para o céu.

— Encontrei algo enquanto você não estava aqui.

A curiosidade tomava conta dos meus pensamentos.

— Me fale!

Ele respondeu, cruzando a mão uma na outra.

— Espere a madrugada chegar, e eu te mostro.

00:05 am.

Ficamos horas falando sobre a minha faculdade, e sobre a família de Zak...
E então finalmente a madrugada chegou, ele se levantou da beirada do penhasco junto a mim, e fomos andando até uma parte escura na floresta, algo chamou minha atenção. E era exatamente isso que o garoto queria me mostrar.