Dias pálidos

The End.

 "Piiii" O aparelho que mantinha Lucy viva parou.
Abri os olhos e eu estava vivo e no hospital, no mesmo lugar do qual dormi. Os médicos enchiam o quarto de Lucy, o corpo dela havia morrido, finalmente, eu acho. Lil apertava minha mão com muita força, quase quebrando todos os meus dedos, e eu a encarava.

— Lil? Calma, está tudo bem... Quando chegarmos em casa te conto tudinho!

A moça que estava no quarto junto com Lucy, se levantou com um grande sorriso e veio até mim.

— Agradeço a coragem! Você libertou-a finalmente. Está com o livro?

Olhei para ela e respondi.

— Está aqui...

Entreguei.

Ela pagou o mesmo e guardou em sua pequena bolsa azul.

— Obrigada, ela era da minha família...

As palavras soavam tão vagas, mas parecia tudo certo.
Eu e a bad girl comemos algo perto do hospital, que era próximo também da praça. Avistei Josh e Ana se beijando em um banco qualquer... Olhei para Lil.

— É, parece que todos tiveram um final feliz, certo?

Ela sorriu.

— O meu foi melhor ainda, perto do meu melhor amigo e melhor homem de toda a humanidade.

Respondi, limpando o ketchup de sua boca com um guardanapo.

— Eu sei que sou isso tudo, não precisa me lembrar sempre!

Lil revirou os olhos.

— Tô me arrependendo do pedido de namoro viu?

Sorri mostrando a língua.

— Eu te amo muito, fica assim não, você também não é de se jogar fora!

O garçom se aproximou de nós.

— Querem mais alguma coisa?

Respondi.

— Trás um café, por favor! Com bastante açúcar.

A bad girl retrucou.

— Só você pra gostar de café depois de um hambúrguer desses...

Retruquei em segundos.

— Meus gostos são peculiares, garota. Se não eu não estaria com você...

Senti um tapa em meu braço direito.

— Vai se foder, Mit!

Senti meu celular vibrar. Uma mensagem do meu pai.

"Estou na casa dos seus avós, devo ficar por tempo indeterminado aqui. A casa foi vendida e todo o dinheiro está numa conta do banco para você, Mit. Prometo dar notícias em breve, cuide-se e cuide bem da Lil também, ela é uma garota incrível!"

Guardei o celular e olhei para Lil.

— Acho que fiquei rico, porém sem casa... Posso frequentar sua cama agora, né?

Lil me encarou.

— Estava demorando muito! Não encosta nos meus livros e nos meus cds, ok? Se for assim eu penso no caso!

O garçom trouxe meu café.

— Claro, Lil. Mas pensa pelo lado bom, agora não vai ter mais assombrações.

Ela riu. Se beijamos em seguida, por uns cinco minutos na verdade. E pude ouvir os sussurros de Lil.

— Se alguma vadia chegar perto de você, eu vou arrancar os pulmões dela e jogar no lixão.

Dei uma leve mordida em sua boca.

— Ninguém vai chegar perto não, sou todo seu!

Sorrimos e falamos juntos.

— Eu amo você...

As estrelas estavam extremamente brilhantes, uma mariposa rodeava meu rosto até pousar em minha mão. E em seguida voando em direção as estrelas.