Dias pálidos

Cemetery

Ana começou a passar a mão pelo meu cabelo.

— Só quero ter certeza que não vai se matar sozinho por aí. Mesmo que esteja com a Lil agora, eu conheci sua mãe muitos anos e James também.

Ela se aproximou mais de mim.

— Ta tudo bem, Ana. Não precisa se preocupar comigo! Sério!

Eu não estava bem, eu já não via sentido na vida. Mas eu ainda tinha Lil e meu pai... E os poemas de Lucy. Dos quais eu não sabia muita coisa ainda, e nem sabia se era algo bom ou ruim á essa altura. Ana se aproximava cada vez mais, até que me beijou. Ouço um grito de longe...

— ANA?! SUA CACHORRA, AGORA VOU TE MATAR! Aproveitando esse cemitério, de uma vez.

Era Lil. Ela se aproximou rapidamente de Ana, jogando-a no chão e chutando seu rosto, até a loira desmaiar. Eu não fiz nada, se não eu ia entrar na porrada também...
Mandei um sms para Josh, e o mesmo veio buscar Ana desmaiada no chão do cemitério, em questão de minutos. Lil não era pra brincadeiras, eu não esperava nada diferente depois de tudo que Ana fez com ela.

— Mit? Sinto muito, fica bem.

Josh pegou Ana e colocou nas costas levando até o carro. Sobrou Lil e eu no cemitério.

— Bad girl? Me desculpe, ela quem me beijou.

Lil me abraçou.

— Eu vi. Está tudo bem! Estou extremamente preocupada com você. Imaginei que estaria aqui, mas essa vadia loira chegou primeiro...

Sua expressão era de decepção.

— Já passou! Eu estou um pouco triste sim, mas eu já nem sei o que está acontecendo na minha vida...

Ela pegou na minha mão.

— Bom, eu sei que esse é o pior momento do mundo, pra dizer isso. Mas, eu não sei quando vai ser o momento certo.

Lil se ajoelhou.

— Mitchel, meu melhor amigo, você aceita namorar comigo?

Um sorriso já podia ser visto em meu rosto.

— Ah, nem precisa perguntar!

Ela revirou os olhos.

— Mas responde! Ou vou fazer com você igual fiz com a Ana.

A determinação dela me assustava.

— Sim, bad girl, SIM!

Seu sorriso era tão lindo...

— Obrigada, eu sou irresistível! Seu pai me ligou do hospital e disse para mim cuidar de você.

Respondi, impressionado com a força que meu pai ainda tinha pra raciocinar.

— Ele deve estar tão triste... E você vai cuidar? De mim?

Sua mão passou entre os fios dos longos cabelos pretos.

— Ele parecia forte, no telefone! Assim como você é, Mit. Sim, vou cuidar de você de todas as formas que eu conseguir, garoto.

Sorri como resposta. Dando um longo abraço nela, por algum tempo, depois fomos para casa da mesma.

11:00 am.

Me deitei na cama de Lil, caindo de sono. E adormeci...