Goodbye nuns

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Após a porta ser aberta...
Ana deu um pulo ao me ver ali. Fiquei perplexo.

Ana? Garota o que você tem na cabeça?

Ela estava assustada.

Sua boca estava escondida por uma bandana vermelha, e o resto do rosto por um capuz preto de um casaco que nunca a vi usar.

Não... Não era pra você...

Terminei suas falas.

Saber? Porque fez isso com Lil? Você tem problemas! Não é possível.

O brilho no seu olhar mostrava possíveis lágrimas a vir.

Desculpa, eu só não queria você com... Ela.

A empurrei pro lado e puxei Lil comigo. Enquanto me virava retruquei.

Não quero saber mais da sua existência. Psicótica!

Não pude mais ouvir ou ver ela.
Já estava longe do pequeno cômodo no fundo da quadra...

22:00 pm.

A casa de Lil estava com algumas luzes acesas, aparentemente seus pais estavam lá.
Subimos até o quarto dela sem fazer barulho, a bad girl ainda parecia assustada. 2

22:02 pm.

Ela se jogou na cama, tirando a roupa.

Eu não acredito que era a vadia da Ana!

Me deitei do ao seu lado, e fiz um breve carinho em seus cabelos pretos e completamente alinhados de tão lisos.

Calma! Por um momento achei que era alguma assombração querendo você.

Ela riu, provavelmente de raiva.

Você pensou em me deixar lá?

Lil estava com uns assuntos muito aleatórios de romantismo ultimamente.

Sim, pensei. E já estou me arrependendo de não ter deixado!

Eu percebi naquele momento que eu era um estraga prazeres.
Sinto sua mão batendo forte em minha bochecha, pude ver suas unhas vermelho-sangue se distanciando após o tapa.

Meu deus, eu vou tomar banho que eu ganho mais.

Eu ri. E ela se levantou, tirando a calcinha e indo em direção ao banheiro do seu quarto.

22:14 pm.

Fiquei apenas com a minha cueca preta... Mas pensei bem, e botei uma calça de pijama e uma blusa cinza. Se eu dormisse, não podia aparecer "lá" de cueca.

22:25 pm.

Acabei dormindo. Fui engolido em meio ao escuro, enquanto andava pelo pátio da grande igreja; no local do qual adormeci.

22:31 pm.

Após caminhar até o outro lado.
Vejo corredores e pequenos quartos, alguns sem nenhuma visão por entre a porta e o outro lado... Felizmente mudaram Zak de quarto, agora só faltava achar a chave que abriria o mesmo.

Zak?

Ouvi o garoto levantando com dificuldade, e vindo até a minúscula janela da porta.

Mit? Me tira daqui, por favor.

Ele parecia exausto.

Espere só um pouco, eu vou te tirar.

Me virei e fui em direção ao quarto das irmãs, eram muitos.
A porta de Zak era marcada por um número, me recordei enquanto andava... "7".

22:45 pm.

As freiras roncavam e algumas resmungavam algo enquanto dormia, era algo bizarro de se ver e ouvir.

22:50 pm.

Após muito procurar, encontrei a bendita chave. Só faltava pegar, algo quase impossível de se fazer sem acordar as "amigáveis" irmãs. Enfiei minha mão por entre as ásperas cobertas e alcancei a chave, sem muitos movimentos bruscos a puxei... Fui calmamente até o final do quarto. Merda... Pisei em algo, era uma caixinha de música que saltava um palhaço de dentro dela. Brinquedo demoníaco, pensei.
A freira da qual roubei a chave, abriu seus grandes e vermelhos olhos de sono, corri o mais rápido possível, eu que não ia ver o que ela faria comigo.
Cheguei até a porta do jovem judeu e já podia observar a freira de longe, gritando algo para as demais vir atrás de nós.

Ande logo Mit, ou viraremos lanche de freira.

Eu estava nervoso, porém ri.

Ou como eu prefiro dizer, churrasco para freiras.

O nervosismo estava presente na nossa troca de olhares.
Abri a porta e ele saiu correndo desesperadamente me puxando pelo braço. Uma das mulheres segurou em meu braço esquerdo, fazendo assim Zak me soltar, mas ele não desistiu. Me puxou com tanta força que a freira não aguentou, mostre-lhe o dedo do meio, rindo de sua expressão de fúria.

23:02 pm.

Corremos muito, muito mesmo. Os muros ali eram altos, escalamos pelas árvores próximas e pulamos para o outro lado. Era perigoso, porém sem escolhas.

23:10 pm.

Dava para ouvir claramente muitos gritos vindo da igreja.
Corríamos cada vez mais rápido pelas árvores ali, algumas queimadas por alguém, provavelmente o lança-chamas de algum soldado.

23:57 pm.

Exaustos e com muita cede. Paramos perto de uma pequena cachoeira... Zak bebia um pouco da água e eu também. Andamos mais para frente e próximo a água um corpo de um homem de meia idade já em decomposição; pude sentir todo o meu estômago revirar. Algumas moscas zumbiam perto ao corpo. Mais para cima também podia se ver o pequeno cadáver de uma criança, era uma menina com uma maria-chiquinha loira e um vestido rosa claro completamente rasgado, destroçado pelo tempo que ficou na água e como provavelmente morreu. Meu coração sentia uma enorme angústia...

Isso é desumano!

Zak estava com os olhos escorrendo lágrimas, por todo o rosto.

Isso é horrível! Eu não suporto esses nazistas desprezíveis.

Concordei e continuamos nossa caminhada mais para cima do rio.

Dias pálidosOnde histórias criam vida. Descubra agora