Dias pálidos

Returning to normal

Verificamos todo o local, o soldado estava acampado ali.
Provavelmente não sozinho, mas não havia ninguém perto. Pedi para Zak aguardar.
Me aproximei do corpo, recentemente morto.

— Ei? Venha até aqui.

Ele veio até mim.

— O que?

Eu estava estudando o corpo.

— Ele acabou de ser morto, não sabemos quem fez isso. Provavelmente alguém que não gosta dos soldados de Hitler. Vamos logo.

— Mit? Aquela garrafa é agua?

Ele apontou com os olhos lagrimejando. E pegou a garrafa com rapidez...
Corremos dali em questão de milésimos.

Chegamos a uma árvore com cavernas próximas. Eu bebi um pouco da água, e ele também.
Ficamos alerta por noite a dentro, mais acabamos adormecendo na madrugada...

07:00 am.

— Mit?

Sinto chutes em minhas costas.

— Seu corno do caralho, que porra que tu fez essa noite?

Abri os olhos. Meu corpo estava muito, muito cansado mesmo. Como se eu não tivesse dormido nada.

— Oi?

Era Lil, com seu pijama de caveiras.

— Você está todo rasgado, sujo e com cheiro de índio, parece que andou se esfregando numa árvore.

Ela continuou...

— AI MEU DEUS, VAI DIZER QUE VOCÊ É UM DAQUELES CARAS TARADOS POR BURACOS DE ÁRVORES?

Eu me levantei do amontoado de travesseiros e respondi:

— Ham? Não! Eu tive um sonho... meio... estranho.

Foi aí que me lembrei de todo o ocorrido na madrugada.

— Sonho? Você deve estar usando drogas sem querer dividir, isso que estou vendo. Primeiro foi uma assombração no banheiro, agora está ai, parecendo que saiu de algum filme de sobrevivência na selva.

Eu ri, mas sem dar muita atenção nas palavras dela.
Lil me olhou novamente.

— Você já ouviu falar de "Largados e pelados"?

Minha mente estava viajando tentando juntar os fatos.

— Mitchel! Mit?

Lil me cutucou com o pé.

— SEU TARADO POR ÁRVORES! Me responde.

— O QUE? Eu já disse, não estou usado nada. Eu sonhei que estava na guerra... Foi parecido com o que aconteceu na noite do suicídio de James.

Agora sim, ela começou a me dar atenção.
Continuei...

— Foi tudo muito real. Mas o que será que foi isso?

Olhei minhas roupas rasgadas. Pro meu espanto, a mariposa ausente no último poema, agora estava do lado do meu travesseiro. Senti uma sensação ruim.