Ghost smoke

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09:02 am.

Dentro da casa o interior era de madeira, já completamente desgastado.
O chão sujo, como se a sujeira acumulo-se desde quando ela foi construída; o teto era alto e com teias de aranha, as mesmas penduradas em suas teias. Uma enorme escada de madeira pura, juntava o primeiro com o segundo andar; grandes janelas de vidro quebrado, dava luz a escuridão da casa.
Lil olhou para mim...
Vamos ficar ali.

Ela apontou para um cômodo com livros em más condições, e poltronas de couro marrom rasgados.
O som de nossos passos ecoavam pela casa vazia. Lil se acomodou em um dos acentos marrons, e eu em outro, observando sua mão direita procurando inquietamente um cigarro para fumar.
Com sucesso, achou.
Mit, quer um?

Olhei de canto de olho, mas daquela vez, eu concordei.

Aceito, mas definitivamente, só dessa vez!

Sua boca mostrava um grande sorriso.

Okay!

Ela me passou o cigarro, exalando dele um cheiro de menta.

09:15 am.

A sala da casa estava com um pouco de fumaça, mas atravessava com facilidade por entre os buracos do vidro destruído.
Lil se mostrava extremamente relaxada na poltrona, eu estava pensando em Zak e em meu pai, que já deve estar em casa a essas horas...

Meus pensamentos e o suposto cochilo de Lil, foram interrompidos por um grande estrondo do segundo andar.
Só ouço Lil berrando:

PUTA QUE ME PARIU, É ASSOMBRAÇÃO!

Olhei encarando ela com fúria.

Fica quieta!

Desculpa, me assustei apenas. Vai subir pra ver o que é? Ou vamos correr?

Claramente eu queria correr, mas do jeito que as coisas andavam, não tinha jeito não.

Vamos subir, a ideia foi sua, vai na frente!

Conseguia imaginar os milhões de pensamentos me xingando na mente dela agora.

Sem resmungar nada, ela subiu degrau por degrau, mas ela andava igual uma tartaruga. Passei em sua frente e observei o máximo de quarto possível.

Viu? Acho que não tem nada.

Mas Lil teimou que tinha algum quarto faltando. Sim, ela estava certa...

Embaixo da escada que levava até o sótão, uma fumaça saia pelas frechas da porta. A bad girl olhou para mim, eu olhei para ela. Nossos olhos estavam completamente arregalados, a sua mão puxou a minha e à apertava com força.
Ouvi sua voz baixinha:

Eu disse que era assombração.

Dava para ouvir nossa garganta engolindo seco.

Se eu morrer, saiba que não é verdade o que eu disse.

Sua testa franzia e sua sobrancelha erguia-se.

O que?

Sobre eu não dormir nunca mais na sua casa.

Que merda Mitchel.

Estou falando meu sentimentos sinceros! Para de ser fria.

Nossa conversa de despedida foi encerrada por conta dos sussurros estranhos e bizarros vindo por de trás da porta.
Alguns barulhos no chão eram também facilmente ouvidos.

Que porra a assombração tá fazendo atrás dessa porta? Um menagem?

Tomara que ela te mate primeiro, Lil!

Em segundos, toda a fumaça em baixo da porta se espalhou mais ainda, com ela aberta fortemente em nossa frente.

AHHHHHH

Gritamos.

Estávamos abraçados, Lil tava quase com uma crise de pânico.
Me soltei calmamente dela e olhei para o que havia saído de lá...

Um vulto enorme, com algo acesso em sua mão, falou:

Eai brow, suave?

Me soltei por completo da bad girl, encarei de frente o homem jovem, olhei de cima em baixo.
Seus pés estavam calçados por um chinelo azul, sua camisa chamava atenção com as cores: verde, vermelho e amarelo. Seus olhos verdes estavam avermelhados em volta. Ele parecia estar andando na lua, fazia minutos que ele tentava chegar até nós.
Lil mantinha os braços cruzados, enquanto batia uma das botas no chão, irritada.

Viu Mit, eu te disse, que assombrações não gostavam de luz natural. Você deveria ter me ouvido!

Abri a boca indignado, como se não tivesse resposta, para ela.

O jovem homem finalmente chegou do nosso lado.

Foi mal assustar vocês, mas o que eu assustei mesmo? Uns colegas também estão aqui. Mas já estávamos de saída!

Cada palavra demorava mais de 10 segundos para ser concluída.
Ele continuou...

Chega mais, galera!

Tinha mais 3 garotos com ele. Um supostamente estava dançando algo não identificado, e os outros dois conversavam entre si, sobre alguma propaganda de remédio para dor de cabeça. Nada tinha no quarto, a não ser maconheiros fazendo fumaça dentro dele.

Eles estavam descendo as escadas, Lil ria e eu também. Talvez a fumaça tenha feito algum efeito sobre nós.
Fomos um tempo depois dos jovens, descendo as escadas, felizes por estarmos vivos.

Quando dei de cara com algo ou alguém em minha frente, me fazendo assim, cair no chão.

Dias pálidosOnde histórias criam vida. Descubra agora