Capítulo 38

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Saltei da cama pegando minha arma e olhando pela janela o fogo cruzado no jardim da casa. Não conseguia entender o que estava acontecendo, só saí do quarto vendo os empregados correndo assustados, enquanto acontecia um massacre fora dali.

  - Justin o que é isso? -Ryan gritou saindo do quarto e Chris também apareceu-

  - Vão buscar minha mãe a Clary e o Jaxon, tentem tirar eles daqui agora! -Eu disse-

  - Você tem que vir com a gente, eles são muitos -Ryan disse desesperado-

  - Não Ryan, eu vou acabar com isso -Eu falei-

  - Tá maluco? Vamos logo! -Chris disse da ponta do corredor, minha mãe já estava ao lado dele com Jaxon e Clary-

  - Saiam da porra dessa casa agora! Se acontecer alguma coisa com a minha família eu juro que eu mato vocês -Eu gritei olhando pra Ryan e Chris-

  - Me mata! Mas eu não vou deixar você sozinho nessa -Ryan também gritou- Se for pra morrermos hoje, eu vou morrer com você.

Eu não tive tempo de contestar, os tiros agora estavam perto e eu olhei uma última vez pra minha mãe, antes dela ser tirada dali por Chris.

Desci pra sala e atiramos em quantos podemos, escondidos atrás das colunas que haviam na sala. O chão estava repleto de corpos de empregados e capangas meus e deles, era incontável quantas pessoas estavam mortas.

  - Vamos sair pelo fundo falso do meu closet -Eu disse para Ryan quando me certifiquei de que não teríamos escapatória, realmente eram muitos deles-

Subimos as escadas novamente desviando das balas e entramos no meu quarto, trancamos a porta que logo estava quase sendo arrombada. Entramos no closet e eu abri o fundo falso que daria entrada na garagem, na casa haviam vários deles pra uma emergência como essa, assim como um arsenal escondido em cada cômodo se precisássemos.

- Os explosivos, Justin, aciona os explosivos -Ryan disse-

Em toda a casa havia um sistema de bombas que seria acionado pra tudo ir pros ares em segundos, a idéia foi que se caso houvesse uma invasão policial, enquanto eles estivessem na casa, eu poderia acionar e matá-los para ganhar tempo.

  - Eu tenho que saber se o Chris já tirou minha família daqui -Eu disse-

  - Nós não podemos esperar Justin, aciona logo essa porra! -Ryan gritou-

  - Calma caralho!

  - Eles estão vindo -Ryan disse indo até a chave que acionaria tudo e puxou a alavanca, fazendo começar a contagem de dois minutos-

  - Nós vamos nos separar aqui -Eu disse pegando as chaves da Kawasaki h2r e Ryan me olhou confuso quando abriu a porta do Bugatti Veyron- Eu vou despistar eles e você entra em contato com o Cartel do Canadá.

  - Justin não.. -Eu o interrompi-

  - Não discute comigo Ryan, ou eu explodo seu cu -Eu falei dando uma risada nervosa e ele me olhou com os olhos marejados-

  - Você não tem mesmo medo de morrer, seu filho da puta! -Ele falou, sua voz estremeceu-

  - Toma cuidado irmão, a gente se vê. -Abri os braços como ele sempre fazia quando eu precisava, e ele me abraçou apertado-

  - Eu acredito em você.

  - Eu sei. -Dei um tapa leve nas suas costas e coloquei o capacete, subindo na moto e saindo dali-

Ryan vinha no carro logo atrás de mim, quando olhei pelo retrovisor vendo minha casa indo aos ares. Quando chegamos na via dupla da rodovia, vi o carro de Ryan entrar na avenida á direita, e eu segui reto, e seja o que Deus quiser agora. Só posso lutar para proteger as pessoas que estão à minha volta, não tenho absolutamente mais nada a perder.

Dois quarteirões depois da minha casa eu pude avistar duas motos atrás da minha.

  - Vamos começar a brincadeira, seus filhos da puta! -Eu falei acelerando ainda mais e entrei na rua que dava acesso ao subúrbio, onde haviam vielas estreitas-

Já havíamos corrido por uns vinte minutos quando eles começaram a atirar, eu saquei minha arma e de primeira derrubei um deles, enquanto o outro não cessou fogo. Eu sabia que estava baleado em algum lugar do meu corpo mas a adrenalina não me deixava sentir dor, só senti algo escorrer no meu braço e não diminui a velocidade.

Entrei em uma rua estreita e xinguei muito quando vi apenas uma parede me impedindo de passar, eu estava sem saída e não acreditava que aquele seria o meu fim. Tentei dar a volta na moto mas o motoqueiro já estava impedindo a minha passagem. Apontei a arma pra ele mas vi que estava descarregada, então apenas joguei a mesma no chão e esperei o pior.

A pessoa que estava vestida de roupa preta desceu da moto sem tirar o capacete e apontou sua sub metralhadora na minha direção.

Meus olhos arregalaram e meu pulmão pareceu sumir do meu corpo, pois eu não conseguia respirar ao ver quem estava na minha frente com o sorriso de quem havia ganhado o jogo.

  - Você? -Minha voz falhou miseravelmente e eu parecia um idiota surpreso com aquilo-

  - Sim, eu.

Foi a única coisa que ouvi antes dos disparos frenéticos e sentir todos eles perfurando o meu corpo.

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