Skylar Winslet - Ponto de vista
— Que história é essa de que eu estou te traindo? — Justin entrou no quarto como um furacão e eu me assustei, quase colocando outro filho pra fora —
— Você quem deve saber — Dei de ombros e ele suspirou, tentando manter a calma —
— Aysha me falou sobre a mensagem que você viu no meu celular — Ele falou e eu baixei a cabeça — Eu e a Blair sempre nos encontramos no Montage para irmos ás reuniões de trabalho, Skylar.
— Precisa ser num hotel, Justin? O que acha que eu iria pensar lendo uma mensagem no seu celular de outra mulher falando que reservou a cobertura? — Eu perguntei —
— É uma transmissão, Skylar, pelo amor de Deus, tem uma mensagem igual à essa no celular dos outros que foram com a gente. — Ele falou indignado —
— Como eu ia adivinhar? — Perguntei —
— Tivesse me perguntado! Custava alguma coisa? — Ele perguntou —
— Eu estou muito cansada pra discutir.
— Você não quer adimitir que agiu errado, porque seu orgulho é maior que a razão. — Ele falou cruzando os braços e eu revirei os olhos — Me pede desculpas.
— Não. — Falei —
— Para de me contrariar.
— Desculpa, Justin — Pedi e ele sorriu —
— Agora promete que sempre que achar alguma coisa, vai me perguntar antes de entrar em trabalho de parto e quase matar nossa criança — Ele se aproximou de mim e eu abri a boca pra protestar, mas ele interrompeu — Promete.
— Eu prometo — Falei — E você precisa prometer que vai ser sincero, e nunca mais me esconder nada.
— Eu sempre fui sincero — Ele falou e eu arqueei uma sobrancelha — Prometo.
Ele selou a promessa com um beijo e naquele momento eu percebi que a confiança era a maior arma para um relacionamento ser concreto, e de verdade. Eu coloquei a mão na consciência e percebi que o que fiz foi loucura, agi por impulso e quase me ferrei, mais uma vez.
Denver, Colorado. 10 de Outubro de 2017.
Certa vez, li que se engana quem pensa que assim que um bebê nasce o primeiro sentimento que surge em uma mãe é o amor. Na verdade, o primeiro sentimento é o de alívio. Alívio por ter tido um filho saudável, alívio por ter corrido tudo bem no parto — apesar da dor —, alívio por poder dormir de barriga para baixo de novo — ok, talvez esse seja um sentimento específico meu —
Continuando da primeira frase, dizer que engana-se quem pensa que a segunda coisa que sentimos é amor. Na verdade, é choque. Principalmente quando se trata do primeiro filho.
Você está em choque por ler isso, mas é a mais pura verdade.Enquanto estava na maternidade, correu tudo bem. Haviam dezenas de profissionais tomando conta de mim e outra infinidade cuidando do bebê que acaba de dar a caras. Fui paparicada de todos os lados. Nem trocar fralda precisei, se assim não quisesse. Mas aí chegou o dia de ir embora e quanto mais eu me aproximava da porta de saída daquele oásis de segurança, mais insegura me tornava.
Lembro até hoje que assim que entramos no carro, para trazer aquela trouxinha para casa, me bateu um medo. Puro choque, Justin e eu estávamos carregando a coisinha mais valiosa e importante do mundo e encarando o trânsito tranquilo de Denver. Era indecifrável o medo que senti naqueles minutos que separavam o hospital da nossa casa.E quando chegamos em casa o negócio ia ficando mais feio ainda. Justin trazia nos braços o bebê conforto e assim que entramos em casa, nos perguntamos onde colocaríamos aquele pacotinho. No quarto? De jeito nenhum, eu não queria deixá-lo sozinho. Em cima da mesa? Justin me chamou de louca, e realmente seria muito estranho. Em cima do sofá? Concordamos, em cima do sofá parecia uma alternativa viável, afinal, ficaria à vista dos nossos olhos. Redobrei o cuidado para não deixar Clary enfiar o dedo no olho dele e não sabíamos se mantínhamos o mesmo tom de voz de sempre ou se deveríamos reduzir o volume para não acordar Henry que estava ali, sobre o sofá.
E quando ele acordasse? Eu daria o peito? Tentaria, mas não sabia se iria funcionar, porque meu leite ainda não tinha descido.
E assim foi. Um choque atrás do outro. O primeiro banho, todo atrapalhado, o bichinho gritando de frio, e eu chorando desesperada por não saber o que fazer, enquanto Justin me falava que já estava bom. A noite, ele berrando de fome e o leite que teimava em não descer. Justin tendo que sair correndo para comprar leite em pó porque não dava mais para esperar, e Clary chorando assustada do outro lado. Por fim, precisei pedir ajuda á babá dela. A rotina, na prática muito diferente da teoria. O primeiro dia que eu pensei em sair de casa para ir à farmácia da esquina comprar fraldas, eu percebi que havia perdido o direito de ir e vir quando quisesse. Um pequeno choque atrás do outro. Até que eu fiquei tranquila e as coisas foram tomando uma forma mais natural.
Mas e o tal do amor? Quando é que chegou? Eu acho que já chegou há muito tempo. Ele apareceu no dia que eu vi os dois palitinhos no exame de gravidez. E só foi crescendo. A questão toda é que assim que aquilo que estava dentro veio aqui para o lado de fora, junto com ele veio uma descarga descomunal de hormônios, um turbilhão de novas sensações — você já pensou o que é ter um ser dentro de você e no instante seguinte não tê-lo mais? — e uma penca de noites mal dormidas. Isso tudo mexeu, e muito, não só comigo, mas com Justin também. E tudo isso fez com que pelo menos por um tempo, o amor ficasse um pouco ofuscado pelo tal do choque. Só que aí as coisas foram tomando o seu lugar. A poeira foi baixando. A gente foi percebendo que aquele serzinho é sim, a coisa mais importante e valiosa do mundo, mas que ele não é de cristal e não vai se desmanchar ao primeiro passeio de carrinho pela rua, — foi difícil enfiar isso na cabeça de Justin, que mesmo saindo com o bebê somente pelo bairro, ele mandou dois brutamontes me acompanhar — E foi quando eu finalmente relaxei — coisa que foi difícil por conta do excesso de preocupação — que eu consegui sentir de verdade o amor que ali sempre existiu.
Não tenho certeza se fui clara sobre ser mãe, talvez eu ainda esteja um pouco em choque.— Me liga quando chegar, por favor — Disse, separando o abraço de Justin —
— Cuida dos meus porquinhos, viu? — Ele falou e eu ri, assentindo — E por favor, reza pra tudo dar certo, e eu voltar pra vocês.
— Vai dar tudo certo meu amor, você é o melhor em tudo que faz. — Eu falei selando nossos lábios e ele sorriu —
— Isso é novo pra mim, eu nunca fiz um roubo antes — Ele falou e eu balancei a cabeça —
— Eu quero otimismo aqui — Eu falei e ele riu —
— Vou lá, não quero perder a hora — Ele falou e eu assenti — Vem aqui amor.
Ele pegou Clary nos braços e a beijou muito, e ela fez o mesmo. Em seguida beijou Henry que dormia nos meus braços, e entrou no carro. Dando partida.
Existia uma nova quadrilha de grandes roubos em que Justin estava aliado juntamente com os garotos do Cartel de Stratford, Peter e Aysha Evans, Blair Lamartine e Alec Cooler.
O primeiro roubo realizado seria no Hotel Hayden, em Nova York. Onde estava acontecendo uma exposição de obras de arte muito valiosas, juntamente com Jóias de antigos reis e rainhas que viveram em Mônaco no século passado. Eles passariam três dias para concluírem a ação de forma sigilosa e discreta, com a ajuda de alguns funcionários do hotel, que foram contratados por eles.Eu estava com medo, mas Justin andava preocupado por ser a sua primeira ação com roubo e eu precisava lhe passar confiança pelo menos uma vez. Tentando lembrá-lo que ele é o melhor em tudo que faz, e que o melhor nunca falha.
Coloquei Henry no berço e fiquei o observando por bastante tempo, tentava distinguir com quem ele se parecia mais, mas seu rosto era uma fusão de Justin comigo, e eu não chegava à nenhuma conclusão. Ele tinha os cabelos de Justin, minhas sobrancelhas, o meu nariz e a boca do pai, que juntava com o queixo redondo de Justin. Os olhos eram meus e as mãos grandes e os dedos compridos também lembravam os meus, meus dedos com as unhas de Justin grudadas, as unhas achatadas e redondas. Henry era uma mistura nossa que saiu perfeita. Talvez ele mudasse depois dos três ou quatro meses, mas no momento ną havia como saber com quem ele se parece mais.
N/A: Capítulo light porque eu estou bem zen hoje. Hauhaha ❤
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DEALERS
Fanfiction"Estamos todos no inferno, não há solução, pois não conhecemos nem o problema" Skylar Winslet, uma repórter investigativa recém-formada acaba se envolvendo com um narcotraficante, chefe de uma grande produção de cocaína na cidade de Denver, no Color...