Capítulo 19 - Second season

2K 115 8
                                    

Estávamos todos no cemitério para a despedida definitiva de Bryce, haviam muitas pessoas ali, amigos de em comum que ele tinha com Justin que eu nunca havia visto na vida. Bryce e os garotos se conheciam desde a adolescência, por conta da cidade ser pequena, quase todas as pessoas da idade de Justin se conhecem, e, vivem a mesma vida, se é que me entende. Vi uma mão tocar o ombro de Justin e nos viramos no mesmo instante, e eu sorri fraco ao ver Ryan e Jazzy.

— Eu não podia deixar de vir, irmão, eu sinto muito. — Essas foram as palavras de Ryan, antes de Justin puxá-lo para um abraço e eu suspirar por finalmente eles estarem bem um com o outro —

Jazzy me cumprimentou, e ficamos ali até o caixão finalmente ser cobrido pela terra. Cumprimentamos os pais de Bryce e Justin implorou para que se precisassem de algo financeiramente, o procurasse, e também prometeu achar o culpado pela injustiça contra o homem. Nos retiramos dali e Justin não foi capaz de abrir a boca, parecia que a ficha havia caído para ele só agora, apenas segui para o carro o sentindo apertar minha mão e acariciá-la.

— Você está bem? — Perguntei quando entramos no carro, e Justin negou prontamente, sem tirar seus óculos escuros —

— Ele era um homem bom, Sky — Justin falou baixo — Talvez isso tenha acontecido por minha culpa, eu devo ter feito algo de errado para alguém se vingar usando o Bryce, você sabe, a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.

— Você só faz coisa errada, Justin — Falei e ele me olhou como se não acreditasse no que eu acabei de falar— E é por isso que vamos pegar quem fez isso, certo?

— Eu te amo — Ele murmurou —

— Eu também te amo, meu amor — O abracei forte —

— Isso me fez refletir do quão imprevisível é isso, sabe? — Ele perguntou e eu assenti — Antes eu não me importava se fosse morrer agora ou daqui cem anos, porque eu achava que havia vivido tudo o que tinha para viver, se eu queria transar, eu transava, se eu quisesse beber, bebia, e minha vida era isso.. — Seus olhos dançavam ao olhar para os meus — Mas agora.. agora eu tenho medo — Ele sussurrou, como se não quisesse por hipótese alguma que ninguém mais escutasse isso — Eu tenho medo por você, pelos nossos filhos, me causa uma angústia horrenda imaginar como vocês ficariam sem a minha proteção.

— Não vai acontecer nada, nós tivemos tantos motivos para não chegarmos onde estamos, mas tudo correu bem — Falei notando seu desespero interno — Se você quiser largar tudo isso eu vou te apoiar, eu tenho minha profissão e você pode muito bem arrumar um trabalho honesto, você é tão inteligente, tem tempo para fazer uma faculdade e também tem dinheiro o suficiente se quiser só ficar em casa e curtir as crianças, eu estou ao seu lado em qualquer decisão que tomar, você sabe.

— Não quero decepcionar o meu pai — Balançou a cabeça —

— Justin o seu pai não está mais aqui, ele não está vendo nada disso — Falei convicta —

— Continuamos essa conversa outra hora, tudo bem? — Ele falou ligando o carro e eu suspirei, assentindo —

As crianças estavam na casa dos avós de Justin, onde Pattie vive com Jaxon, e Justin me deixou lá, indo em seguida para a fábrica de cocaína, resolver outros assuntos com Chaz e Chris.

— Olha quem chegou — Caitlin falou quando abriu a porta para mim, ela segurava Henry —

— Oi meu filhote — Eu disse o pegando nos braços — Eles deram trabalho?

— Claro que não, eles são uns anjinhos — Caitlin abanou as mãos —

— Cadê a Pattie? — Perguntei —

— Precisou dar uma saída com Bruce e Diane, por isso ela pediu para que eu ajudasse a babá com as crianças — Ela respondeu —

— Ah muito obrigada, desculpe se isso tomou seu tempo — Eu falei —

— De forma alguma, eu adoro o Henry e a Clary — Ela sorriu — Eu nunca imaginei que o Justin fosse construir uma família tão linda.

— Ele realmente não aparenta ser um pai e marido presente e dedicado — Brinquei e ela riu — Mas ele é incrível..

— Eu fico feliz por ele ter voltado à ser o que era antes da Audrey — Ela suspirou e eu assenti —

— O que vocês tiveram.. foi algo verdadeiro? — Perguntei curiosa, e Caitlin soltou uma risada nasalada —

— Não tanto quanto o relacionamento de vocês, isso eu garanto — Ela gesticulou — Mas eu continuo tendo um carinho imenso pelo Justin, é coisa de família.

— Eu acho que sei como é — ri fraco —

— Eu preciso ir, minha mãe deve estar precisando de mim — Caitlin levantou e sorriu —

— Obrigada pela forcinha — Falei —

— Se precisar é só chamar. — Ela disse, e saiu —

Henry dormiu nos meus braços e quando Pattie chegou, insistiu para que eu ficasse até de noite, eu concordei pois ficar sozinha naquela casa gigantesca me assustava bastante.

Justin apareceu no começo da noite bastante mal humorado, não fez questão de descer do carro para cumprimentar os avós e a mãe, apenas me apressou e seguimos para casa.

— O que aconteceu? — Perguntei quebrando o silêncio —

— Nada — Ele foi curto e grosso —

Me calei, e quando chegamos em casa, Chris e Chaz estavam na sala, também pareciam mau humorados e o clima estava tão pesado que eu nem jantei, só ajudei a babá com as crianças, as coloquei para dormir e também fui tomar um banho.

— Se importa de ficar sozinha por uma semana? — Justin perguntou se encostando na pia do banheiro e eu desliguei o chuveiro, abrindo a porta do box e o olhando —

— Pra onde você vai? — Perguntei —

— Resolver alguns lances com o Peter, na Grécia. — Ele deu de ombros —

— Não vai contar o que está acontecendo? — Eu perguntei me enrolando em uma toalha —

— Não é nada de importante, Skylar, por que acha que está acontecendo algo? — Ele perguntou perdendo a paciência —

— O Chris está mau humorado, você sabe quando o Chris fica mau humorado? Isso mesmo, nunca, e hoje ele está, assim como você e o Chaz, e isso quer dizer que tem algo estranho acontecendo, eu não sou burra, Justin — Falei, e saí do banheiro. Só não bati a porta porque o quarto das crianças ficava ao lado —

Vesti uma camisola e passei hidratante no corpo, Justin saiu do banheiro minutos depois vestindo apenas uma cueca e se deitou do meu lado.

— Pensei que estivéssemos trabalhando juntos — Murmurei sem tirar os olhos do celular e o ouvi suspirar —

— Logo você saberá do que se trata, não precisa se preocupar — Ele falou envolvendo meu corpo com seus braços, e beijou meu pescoço — Eu tive um dia difícil.

— Eu sei — Falei baixo, e acariciei seus cabelos —

— Boa noite, eu te amo — Justin disse, me dando um breve selinho —

— Eu também. — Sorri —

Não foram precisos mais que cinco minutos para Justin dormir, mas eu levei quase a noite toda para pregar o olho, pensando no que estava se passando pela sua cabeça.

DEALERSOnde histórias criam vida. Descubra agora