Sprouse

Entramos na sala e eu vou sentar-me no meu lugar habitual, última fila, enquanto que Sydney vai para perto das meninas da claque, que costumam ficar na segunda fila.

Fiquei todo o tempo a rabiscar e só tirei a atenção do meu caderno, quando ouço baterem na porta. A mesma é aberta e revela um rapaz, mais ou menos da minha idade, de cabelo loiro escuro. Este estava vestido com umas jeans de um preto desgastado, uma t-shirt branca lisa e uma camisa vermelha e preta à cintura, que condizia com as suas vans pretas.

-Menino Sprouse, até estaria surpresa com o seu atraso, se eu não o conhecesse assim como ao seu irmão. –diz a professora hippie de Filosofia.

O loiro apenas se limita a rir e logo olha a mulher.

-A falar no seu irmão, onde está Dylan? –pergunta a mulher de cabelos negros.

-Aqui mesmo, Srta. Taylor. –vejo um outro loiro, idêntico ao anterior, aparecer ao seu lado e fico a olhar os dois ao mesmo tempo.

Eles são idênticos, tirando o corte de cabelo, o formato da cara e, arrisco-me a dizer que ambos têm personalidades completamente diferentes.

Aquele que suponho ser Dylan veste umas jeans de um preto mais escuro que as do irmão, uma t-shirt cinza, um casaco de cabedal preto que combinava com as suas vans pretas.

-Até diria que estava com saudades, mas lembrei-me que os meninos me infernizavam as aulas. –diz a professora e os gémeos riem, assim como toda a turma, menos eu- Vão sentar-se que eu quero continuar a minha aula, vá. –assim que e mesma termina de falar os gémeos rodam a sala com o olhar e param o mesmo em mim, assustando-se.

Será que eu tenho alguma coisa na cara ou sou tão feia assim que eles se assustaram?

Eles entreolham-se confusos e nervosos.

-Estão há espera de que, Meninos Sprouse? –pergunta a hippie de, no máximo, 30 anos.

Eles olham-se uma última vez e começam a caminhar na minha direção, quando olho vejo que os únicos lugares disponíveis são as duas mesas que ficam do meu lado esquerdo, sendo que eu estou na última mesa de todas. [N.A. As mesas são individuais]

Assim que eles se sentam, a professora Taylor continua a sua aula sobre LGBT e homofobia.

Continuei a rabiscar no caderno, até que a professora me chama. Será que hoje é o dia de fazer a Samantah falar ou que?

-Menina Hall. –chama e eu olho-a- A sua composição sobre o amor e o que pode transmitir a cada pessoa foi o melhor da turma. –ela anuncia e ouço Sy bater palmas, fazendo-me revirar os olhos sorrindo- Queira vir lê-la para a classe. –ela pede e eu levanto-me do meu lugar, caminhando até á frente da turma, pegando a minha composição.

-Muitas pessoas confundem amor com paixão, mas estes são sentimentos diferentes. O amor é o sentimento onde duas pessoas, sem ligar ao género, religião ou origem, se amam, independentemente das situações ou problemas que possam passar ou viver. É onde nada abala a relação e que resiste a qualquer dificuldade, fazendo com que o casal se una cada vez mais após os obstáculos. –começo e sinto o olhar de todos em mim- Ou pelo menos é o que dizem. –dou um sorriso irónico e continuo a ler o meu trabalho.

Assim que concluo de apresentar a minha composição à turma, todos batem palmas.