*Bev*

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Eu e Thomas ficámos no jardim até dar o horário de nos irmos arranjar para a escola.

Entro no meu quarto e vou direta para a minha casa de banho para tomar um banho, seco-me e visto-me.

Entro no meu quarto e vou direta para a minha casa de banho para tomar um banho, seco-me e visto-me

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Desço novamente e encontro todos, já prontos para ir para a escola, a comer.

-Bom dia. -dizem em coro.

-Bom dia. -digo baixo, fazendo todos estranharem, e retiro um iogurte do frigorífico.

Saio da cozinha, novamente, e vou na direção da garagem.

-Queres que te dê boleia para a escola? -ouço a voz de Cole, quando coloquei a mão na maçaneta da porta.

-Não, eu tenho de ir a um sítio antes da escola, então vou sozinha. -digo, sem o olhar, e abro a porta.

-Não queres que vá contigo? -pergunta, antes de eu conseguir descer o primeiro degrau.

-Não. -digo.

-O que é que se está a passar, Sammy? -perguntou e eu encarei-o.

-Nada. -digo e saio dali, finalmente.

Conduzo até à mesma loja daquele dia, passando qualquer sinal vermelho. Saio do carro, assim que o estaciono, e entro na loja. Vagueio, olhando as prateleiras com os mais variados produtos.

-Quer ajuda com alguma coisa? -pergunta alguém atrás de mim e, quando olho, vejo um rapaz com uma t-shirt com o símbolo da loja.

-Ah, não. -digo e ele sorri, eu reconheço-o de algum lugar- Tu andas em que escola?

-Oh, na Chadwick School. -ele responde e eu assinto- Sou o Michael.

-Michael Beverari? -pergunto e ele assente.

-E tu és? -pergunta confuso.

-Samantah Evans. -digo e ele arregala.

-Van? -diz surpreso.

-Eu mesma, Bev. -digo e ele abraça-me.

Conversamos um pouco e vejo que faltam apenas 20 minutos para o sinal bater.

-Eu tenho de ir. -digo com um sorriso mínimo. 

-É, eu também. -ele diz e caminha até ao balcão, retirando a sua mala detrás do mesmo- ATÉ LOGO, PAPA. -grita e saímos da lojinha.

-Tenho mesmo de ir. -digo vendo que faltavam quinze minutos, o ruivo assente e eu sorrio, virando as costas.

Começo a caminhar até ao meu carro, mas sou parada por uma mão no meu pulso. É incrível de como Michael e Aiden são tão parecidos, não só por serem gémeos [mesmo sendo falsos], mas até a mesma textura as suas mãos têm. Sinto um arrepio ao sentir o seu toque.

Encaro aquele que já foi um dos meus melhores amigos e vi a preocupação e a tristeza rondarem o seu olhar.

-Tu... lembraste que dia é hoje? -pergunta receoso e eu suspiro- Claro que sim, tu não virias aqui se não te lembrasses.

-É, eu lembro. -digo e encaro-o- Eu sinto muito, Bev.

-Van, eu já te disse que a culpa não foi tua, montes de vezes. -diz cansado e eu assinto, sabendo que não valeria a pena teimar com ele.

-Eu tenho mesmo de ir, Mich. -digo e ele abraça-me forte.

-Obrigada por tudo o que fizeste pelo meu irmão, por mim e pela minha família. -ele diz e eu encaro-o confusa- Sei que foste tu que deste todo aquele dinheiro, depois do funeral.

Dou um sorriso fraco e aceno, entrando no meu carro. Dirijo até ao colégio e, quando estaciono, saio do carro. Caminho até ao pátio e, assim que entro pelo portão, todos me encaram, alguns dos alunos desta escola são ex-alunos da minha antiga escola, onde ainda anda Michael, e ao que parece eles também não se esqueceram que dia é hoje.

Caminho de cabeça baixa até a um banco do pátio, deixando os meus amigos e gémeos na mesa habitual, a encarar-me de forma confusa.

-Sammy, estás bem? -a voz de Zach ecoa pelos meus pensamentos.

-Estou, Zachary, eu só quero estar sozinha. -digo, tentando não ser rude.

-Eu sei que dia é hoje e... -ele dizia rápido, mas eu interrompo-o.

-Sai daqui, Zach. -digo mais alto.

-Tens a certeza? -pergunta e eu bufo.

-Sim e não comentes com ninguém do grupo, eles não sabem. -digo, sempre a encarar o céu, hoje nublado.

-Tudo bem, Sammy. -diz e sai, como lhe pedi.

É, eu sei que estou só a afastar as pessoas, mas hoje não é um bom dia. Alguns segundos depois, sinto uma pessoa sentar-se do meu lado e suspiro.

-Já te disse para saíres daqui, Zach. -digo rude e a pessoa solta uma risadinha.

-Já me chamaram de muita coisa, mas nunca de Zach. -ele diz e eu encaro a pessoa friamente, assim que reconheço a voz.

-O que fazes aqui, Matthew? -pergunto fria.

-Eu só quero esclarecer as coisas, Tah. -diz e eu suspiro.

-Hoje não é um bom dia, Daddario. -digo com a voz trémula.

-Ei, conta-me o que se passa, Mary. -diz e coloca as suas mãos na minha cara, fazendo-me encará-lo levemente.

Levo as minhas mãos às suas e retiro-as do meu rosto levemente, colocando-as no meu colo.

-Depois de te ires embora, eu vim para L.A. -começo, já sentindo as lágrimas descerem pela minha face- Eu estava magoada, perdida e sem saber em quem confiar, até que conheci Aiden, uns dois anos depois. Nós fomos somente amigos por uns três anos, conhecemo-nos quando esbarrei nele num dos corredores da minha antiga escola. -digo e encaro os olhos de Matthew, que me olhavam com atenção e cuidado- Eu apaixonei-me por ele. -digo e baixo o olhar- Nós namorámos e eu sentia-me feliz por, finalmente, amar alguém depois de ti. -confesso- Numa noite, nós saímos num encontro e estávamos a passear pelas ruas de L.A., quando eu quis comprar chocolate e fomos até uma loja de conveniência. -fecho os olhos com força- Demorámos mais tempo que o suposto, porque eu não me decidia qual o chocolate que eu queria, esse tempo foi o suficiente para três assaltantes entrarem. -um soluço interrompe a minha fala, encaro as mãos de Matthew entrelaçadas com as minhas fortemente, fazendo-me lembrar de como Aiden segurava as minhas da mesma forma- Eu entrei em pânico e tive um ataque.

-Se não quiseres falar, não preci... -interrompo a fala daquele que já foi o meu melhor amigo.

-Ele só estava a tentar ajudar-me. -digo entre soluços- Mas ele avançou para o homem vestido de preto, fazendo o mesmo disparar e... -a minha fala é interrompida pelos braços de Matthew a rodearem-me.

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