*Memórias*

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Uma semana depois~

Estava a revirar o meu quarto de 'pernas para o ar', à procura do meu telemóvel. Cheguei a procurar na casa de banho, mas não o conseguia encontrar. Ainda não procurei debaixo da cama.

Vou até à minha Queen Size Bed e coloco-me de joelhos no chão, procurando o meu telemóvel lá. Sinto a minha mão tocar em algo e pego no que penso ser uma caixa, retiro-a de lá e sento-me na minha cama encarando a pequena caixa de madeira branca. Esta era de forma oval, era trabalhada e tinha imensos detalhes delicados.

Abro-a e pego as fotografias que pareciam ter sido tiradas com uma polaroid, já ultrapassada. Vou passando as fotos com um sorriso no rosto, ao lembrar-me do momento em que algumas delas foram tiradas, umas com o meu pai, outras com o Adam, com Minka, Zach e até Sydney. Mas o meu sorriso sumiu assim que pus os olhos numa fotografia em especial.

Duas crianças, com no máximo 2 meses de vida, apareciam na fotografia. As bebés eram idênticas. Uma estava vestida com um body rosa e, em branco, estava desenhado um coelho, tinha um lenço branco com bolinhas douradas na sua cabeça e algo peludo nas pernas, que eu não consegui identificar o que era. Já a outra bebé, estava vestida identicamente, com um body igual mas de cor vermelho vinho. Ambas sorriam animadas e os seus olhos azuis tinham um brilho maravilhoso. 

Virei a pequena fotografia, na esperança de ter algo que me dissesse quem eram as bebés, mas a resposta não era o que eu estava à espera. Eu queria, com todas as minhas forças, que fossem umas primas quaisquer que, por coincidência, também eram gémeas, mas não. No verso da fotografia estava escrito ''Sam e Sammy, 2 meses.''  com uma caligrafia linda, que logo soube que, definitivamente, não era do meu pai.

Olhei em volta, com lágrimas nos olhos, e encontrei o meu telemóvel debaixo de uns batons na minha penteadeira, coloquei o mesmo no meu bolso das jeans, junto de algumas fotos, e desci as escadas a correr.

Caminhei a passos rápidos até à porta que dá acesso à garagem, mas sou impedida pela voz do meu pai.

-Onde vais, Sammy? Está na hora de jantar. -diz confuso.

-Vou dar uma volta, preciso de sair daqui. -disse sem o olhar e fui até ao meu carro. 

Entrei no meu Audi RS7 Sportback branco e saí o mais depressa que consegui. Estacionei perto de um parque e, como já era 'tarde' não havia quase ninguém ali, muito menos crianças, o que me fez ir até à parte infantil do parque. Sentei-me num baloiço e voltei a retirar as fotos que tinha trazido.

Olhei a primeira e sorri, lembrando-me do dia em que a foto foi tirada, foi exatamente no dia em que eu tinha aprendido a atar as sapatilhas, com a ajuda do Adam. Eu estava vestida com uma t-shirt branca e uns short jeans, usava um cap preto que tinha pedido emprestado ao Adam e o meu cabelo estava enorme. Lembro-me também que foi nesse dia que eu soube que Minka não era realmente minha mãe, mas que mesmo assim eu continuei a chamá-la assim.

 Lembro-me também que foi nesse dia que eu soube que Minka não era realmente minha mãe, mas que mesmo assim eu continuei a chamá-la assim

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Continuo a ver as outras fotos e eram apenas minhas com Adam, fazendo-me sorrir com algumas memórias. Mas a última fez-me perder o sorriso, novamente, era uma foto em que as mesmas bebés apareciam, agora sérias, mais novas e com roupa diferente.

 Mas a última fez-me perder o sorriso, novamente, era uma foto em que as mesmas bebés apareciam, agora sérias, mais novas e com roupa diferente

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Eu sentia as lágrimas queimarem-me ao descerem sem fim pelo meu rosto.

-Samantah? -ouço uma voz chamar por mim e quando olho a pessoa não a reconheço.

Era um rapaz alto, de pele morena, cabelos castanhos e os olhos da mesma cor. Ele usava óculos, que o deixavam ainda mais bonito, e vestia umas calças jeans pretas rasgadas nos joelhos, uma sweatshirt da mesma cor assim como as suas vans. Ele estava mais para gótico.

-Descul... -ele interrompe-me pegando o meu braço levemente e puxando-me pelas ruas, mas nunca de forma bruta.

-Onde é que estás com a cabeça, Sam? -pergunta-me e eu apenas fiquei calada tentando perceber o que se passava ali- Se não queres que saibam que estás viva porque é que sais assim, sem disfarce? -pergunta sem deixar de andar e, quando percebi o que estava a acontecer, arregalei os olhos. 

Ele pensava que eu era a outra Samantah e... Espera, ele disse que 'eu' não queria que saibam que 'estou' viva? O que é que ele quer dizer com isso?

Chegámos num dos apartamentos do centro e logo entrámos no elevador.

-Vais dizer-me o que estavas a fazer na rua ou não, Sam? -pergunta num tom protetor.

-Desculpa, mas está a haver aqui um grande mal entendido, eu não sou a Sam de quem falas. -digo e ele ri, como se aquilo tivesse piada.

-Sim, claro e eu não sou o Thomas, o teu melhor amigo. -diz irónico e eu suspiro.

-Olha, Thomas, eu realmente não sou a 'Sam'. -digo e as portas de metal abrem-se no 8º andar e ele começa a andar até ao 2º apartamento do andar. 

Thomas abre a porta e entra, deixando-a aberta, atirando-se para o sofá em seguida. Eu entro e fecho a porta, indo sentar-me no outro sofá, que fica de frente para o seu.

Alguns minutos se passaram e nós ficámos em silencio, mas o mesmo é interrompido pela porta do apartamento sendo aberta.

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