*Amo-te*

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Vou com Mark até minha casa, que agora também é dele, e deixámos as malas num dos quartos preparados e, logo, vamos para a escola. Como chegámos atrasados e já não podíamos entrar na sala, ficámos no pátio.

-Aquele será o teu quarto, Ry, depois decoras como quiseres. -digo e ele sorri contente.

-Obrigada, Sammy, por tudo mesmo. -ele diz e eu rio.

-Tu és meu irmão, Mark. -digo e ele sorri- Mas o dia ainda não acabou e muito menos as surpresas, agradece-me no final. 

-O que queres dizer com isso? -pergunta e eu nego rindo.

-Logo saberás, Ry. -digo e ele assente.

Algum tempo depois, a campainha toca dando início ao intervalo e fazendo todos os alunos virem até ao exterior da escola.

-Tenho de ir resolver um assunto, já volto. –digo ao ver Zach e Sydney aproximarem-se da nossa mesa.

Saio andando pelo pátio e logo vejo as pessoas com quem queria falar. Caminho até eles, que logo me encaram terminando a conversa que estavam a ter.

-Hey. –digo e sorrio para ambos.

-Hey, Sammy. –diz Dy e sorri, enquanto que Cole nem me olha, fazendo-me suspirar.

-Quero os dois em minha casa, um pouco antes das 20h, vocês vão lá jantar. –digo e Dylan assente.

-Estaremos lá. –diz com um sorriso.

Não sei como é que ele vai reagir ao que vai acontecer, mas espero que bem.

Olho Cole e vejo que ele encarava o céu sem dizer nada, fazendo-me revirar os olhos.

-Cole. –chamo-o e ele encara-me frio- Achas que podemos falar? –pergunto e ele não me responde, encarando o céu novamente.

Dylan levanta-se e abraça-me levemente.

-Eu tenho um assunto para resolver, já volto. –diz e eu assinto, sabendo que é mentira e que ele só estava a sair para nos deixar a sós.

Sento-me no lugar do loiro que saiu e encaro Cole.

-Desculpa, okay? -digo e o loiro encara-me- Eu sei que agi que nem uma idiota contigo no outro dia. E tu não tens noção o quanto me odeio desde esse dia. -digo e ele olha-me nos olhos- Eu não tinha o direito de dizer o que disse só porque estava com raiva de outra pessoa. Eu descarreguei em ti e eu sinto muito por isso.

-Tu tens razão naquilo que disseste, Samantah. -ele diz e eu suspiro, sabendo que nada se resolveu- Nós não temos nada e tu não tens de me dar explicações e muito menos pedir desculpa por dizeres a verdade. 

Ele levanta-se e começa a andar.

-Eu e o Matthew conhecemo-nos quando eu tinha 4 anos. -digo de olhos fechados e, quando os abro, vejo que Cole se virou na minha direção, encarando-me- Ele já era amigo do meu irmão e rapidamente tornou-se o meu melhor amigo. -continuo e Cole volta a sentar-se à minha frente- Aos 7 tive de me mudar para Santa Mónica e os pais dele conseguiram emprego lá, também, e todos nos mudámos na mesma altura. -digo e fecho os olhos- Eu tinha nove anos quando soube que tinha de mudar novamente, desta vez para L.A. por causa do trabalho dos meus pais, dentro de um ano. Eu não sabia como lhe contar e matava-me saber que me iria afastar dele. -digo e sinto lágrimas- Um dia, percebemos estar apaixonados um pelo outro e ele pediu-me em namoro, e claro que eu aceitei. -digo e encaro Cole que me olhava atento- Faltava uma semana para me mudar e eu ainda não lhe tinha contado. Ele faltou à escola e eu pensei que ele estivesse doente ou com algum problema, então voltei para casa triste. -suspiro e olho Cole- Quando cheguei a casa, vi Adam e os meus pais na sala, o que era estranho, e então soube o porquê, eu teria de me mudar nessa mesma noite e deixar Matthew para trás. Eu comecei a desesperar porque eu não queria que isso acontecesse. -digo e a primeira lágrima cai- Nesse mesmo dia, soube que Matthew se tinha ido embora e que apenas me tinha deixado um bilhete a dizer que teve de ir porque Santa Mónica não tinha o que era preciso para ele realizar o seu sonho de ser ator.

Termino e limpo a única lágrima que caiu, logo encaro Cole.

-Então aquilo não foi uma simples encenação? -pergunta e eu nego com a cabeça.

-Eu, na noite anterior, tinha chegado em casa bêbada porque a nossa conversa me tinha lembrado tudo isto e, logo a seguir, ele aparece bem na minha frente. -digo e Cole suspira.

-Porque me contaste tudo isto? -perguntou e eu segurei as suas mãos, que se encontravam em cima da mesa.

-Esta semana sem falares comigo, fez-me perceber que eu preciso de ti ao meu lado. -digo sincera e ele arregala os olhos- Eu preciso do teu sorriso para me fazer sorrir também, preciso que me olhes com esse brilho que só tu tens, preciso que me abraces nem que seja só para me mostrares que estás aqui, preciso do teu sarcasmo para me fazeres revirar os olhos como tu disseste que amas, preciso da tua gargalhada estranha para me fazeres perceber que tudo está bem. Eu preciso de ti do meu lado para me lembrares que me amas. -digo entre lágrimas- Eu preciso de ti ao meu lado para te lembrar o quanto eu te amo. 

Cole ficou em silencio, a encarar-me.

-Eu não sou perfeita, Cole. -digo- Ninguém é. E eu sei que, em algum momento, eu te vou magoar. -admito e ele suspira- Mas, neste momento, eu só tenho uma única certeza. -ele encara-me- Eu tenho a certeza do que sinto por ti e acredita que eu não digo 'amo-te' atoa. -digo e ele sorri fraco- Eu estou completamente e perdidamente apaixonada por ti.

Ele ri e levanta-se, dá a volta à mesa e senta-se do meu lado encarando-me.

-Eu amo-te, Sammy. -ele diz e eu rio, aproximando os nossos rostos.

-Eu também te amo, Cole. -digo e ele acaba com o espaço que ainda nos separava, juntando os nossos lábios.

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