Dean
“A vingança é estéril.
É o alimento terrível que alimenta.
Seu prazer é assassinato e seu fim é desespero.
Friedrich Schiller
Eu estava irritado, querendo saber onde ela esteve nos últimos quatro dias. Estive até nos arredores da casa dos pais dela, me perguntando se ela havia descoberto quem eu era e decidido fugir para o lugar mais seguro que podia pensar. No entanto, uma parte de mim não acreditava que Tyler era o tipo de garota que corre e se esconde. Ela é daquelas que enfrenta tudo de frente. Eu sabia disso porque ela era a garota por quem me apaixonei no passado. A garota com quem achei que fosse me casar. A garota que me transformou na aberração que eu sou. Tyler não se deu conta de que eu teria dado a ela qualquer coisa que ela me pedisse. Ela nunca ficaria sozinha nem sentiria medo, nunca passaria vontade. Eu poderia dar a ela qualquer coisa que ela quisesse, mesmo que fosse o seu sonho mais selvagem. Mesmo que ela quisesse ver as estrelas de perto, no espaço. Eu teria ido ao inferno para dar a ela. A única coisa que teria pedido em troca era seu amor, afeto, lealdade completa e absoluta. Não acho que isso era pedir demais. Agora, eu sou um homem incapaz de amar. Um demônio que feria e destruía. Uma besta em busca de vingança.
Eu estava ficando impaciente. Queria saber onde ela estava e com quem estava. No final, acabei indo para o seu apartamento um pouco mais cedo do que o normal, só para que eu pudesse tomar uma decisão sobre o meu próximo passo, se ela não estivesse lá. Peguei o Vanquish hoje à noite para dar um descanso ao Dodge. Eu tinha vindo até aqui muitas vezes naquele carro. Era melhor permanecer evasivo em minhas ações. Eu não queria tornar-me demasiado previsível.
Estacionei em minha vaga e subi as escadas. Meu coração batia forte, sem saber o que encontraria. Eu não queria sentir novamente a decepção de encontrar um apartamento vazio, que não era utilizado há dias.
Virando a chave cuidadosamente, puxei meu capuz e abri a porta. Estava tudo escuro, então achei que ela não estava em casa. Mas, logo a seguir, vi sua bolsa, casaco e chaves, e soube que ela estaria em algum lugar. Fechei a porta o mais silenciosamente possível e segui para o quarto dela. Parei em frente à porta e, quando a abri, o que vi me assustou. Tyler estava deitada na cama, usando uma camisola. Ela estava enrolada em uma bola, segurando alguns lenços. Ela tinha chorado. Uma parte de mim queria correr até ela, pegá-la em meus braços e dizer-lhe que tudo ia ficar bem. Eu, aquele que queria machucá-la, de repente desejava protegê-la do horrível mundo exterior? O que havia de errado comigo? Eu precisava colocar a cabeça no lugar. Por um momento, achei que, talvez, eu devesse sair. Na verdade, me virei para fazer exatamente isso, quando ouvi sua voz.
― Por favor, me abrace ― ela sussurrou, com um gemido em sua voz. Meu corpo todo ficou tenso, os dentes cerrados, e meu coração bateu forte com o pensamento de que Tyler precisava de mim. É claro que ela precisava de mim. Era isso que eu tinha planejado o tempo todo. Mas por que ela estava aqui, depois de ter sumido por dias? Por que ela estava chorando? Quem diabos fez isso com ela?
Contra o meu melhor julgamento, caminhei até a cama de Tyler e deitei ao lado dela. Ela enrolou-se na curva do meu corpo, e eu imediatamente senti aquele cheiro familiar da sua loção de coco. Eu não consegui evitar. Meu pau reagiu. Ele sempre fazia isso quando estava ao lado dela.
― Onde você estava? ― perguntei severamente.
― Não quero falar sobre isso. Por favor, você pode apenas me abraçar?
Meu estômago queimou com a ideia de que alguém tinha feito mal a ela.
― Algum filho da puta te machucou? ― perguntei sem pensar. Parecia que eu estava me importando, quando não deveria me importar. Eu não deveria querer matar quem chegasse a meio metro dela. Eu não deveria dar a mínima para essa merda, mas, por algum motivo, um demônio despertou dentro de mim. Pude sentir a raiva me atingir, só de pensar em outro homem tocando nela, ousando se aproximar, machucando-a. Se alguém tivesse que atender a esse tipo de desejo, esse alguém era eu. Eu não deveria querer protegê-la, nem cuidar dela e, muito menos, pegá-la nos meus braços e não deixá-la mais ir.
― Ninguém me machucou ― ela sussurrou novamente. O jeito que ela falou me mostrou que seu coração estava partido. Era muito difícil de ouvir. Eu estava prestes a perguntar-lhe o que aconteceu, quando ela se virou para mim. Ela tentou, mas não conseguiu ver o meu rosto. Eu podia ver os olhos cintilantes tentando me encontrar no escuro.
― Beije-me ― ela murmurou. ― Por favor.
Instantaneamente endureci. Eu queria beijá-la, mas sabia que, na hora que eu fizesse isso, estaria perdido. Sabia como era beijá-la e jurei que não me colocaria nessa posição novamente.
― Beije-me ― ela implorou novamente, agarrando a minha blusa. Eu sabia que havia algo de errado com ela. Ela estava com dor e estava me matando vê-la assim.
Porra, eu precisava retomar o controle.
Quando não respondi, ela me abraçou mais apertado.
― Não ― finalmente consegui dizer. Imediatamente, ela me soltou, e não sei por que senti uma súbita decepção me nublando.
― Se você não vai me deixar beijá-lo, deixe-me ver algo de você. Qualquer coisa. Por favor.
Eu ia dizer que não, mas pensei a respeito por um momento. Será que ela realmente iria descobrir quem eu sou só de ver uma parte minha? Eu tinha dito que não antes, mas não consegui encontrar forças em meu coração para negar-lhe isso.
Afastando-me dela, levantei minha blusa, para descobrir minhas costas. Por um momento, ela não se moveu, mas depois senti que ela saiu da cama e abriu a cortina um pouco. Com a lua brilhando em minhas costas, ela poderia ver os contornos fracos das minhas tatuagens.
Senti a cama ceder e Tyler lançando-se em minhas costas para tocá-las. Ela me surpreendeu, beijando cada uma e, puta merda, fez meu pau ficar duro.
Ela traçou o contorno da minha tatuagem de dragão.
― Eles estão lutando? ― ela perguntou em voz baixa.
― Sim ― respondi, sentindo seus dedos trilharem cada um.
― Por quê?
Suspirei, querendo saber se deveria responder a ela.
― Porque eles representam o bem contra o mal.
― Eles representam você?
Fiquei tenso. Não tinha certeza de que mostrar as tatuagens era uma boa ideia, e menos ainda se deveria dizer-lhe o que elas representavam.
― Sim ― finalmente respondi.
― Você acha que existe o bem e o mal em você?
― Não. Não acho que haja qualquer coisa boa em mim. Acho que o dragão escuro ganha sempre.
― Não acredito ― ela falou com a voz séria. ― Não acredito que você seja mau.
Não estava gostando de para onde isso estava indo. Não gostava do fato de que ela estava tentando enxergar minha alma e ver bondade em mim. A bondade estava tão longe da minha vida, há tanto tempo, que não tinha mais como voltar.
― Um dragão é capaz de amar, assim como eu sou capaz de amar um dragão ― ela sussurrou baixinho.
Merda, ela não estava insinuando que ela me amava, estava? Fechei os olhos.
― Você nunca poderia me amar, Tyler. Eu sou um demônio.
― Demônios não podem amar? ― ela perguntou.
― Não.
― Por que não?
― Porque um demônio não tem amor a oferecer.
Ouvi-a suspirar baixinho.
― Eu não acredito em você ― ela sussurrou novamente. ― O que isso representa?
Senti seus dedos em minha tatuagem de lótus, no meu ombro.
― É uma flor de lótus.
― Ah ― disse ela, com um ar de reconhecimento. ― Porque você é o Lótus. O que isso representa?
Eu meio que sabia que ela iria perguntar, então lhe dei a resposta honesta. Certamente não era exatamente o que ela representava.
― A flor de Lótus nasce das águas barrentas.
Senti seu dedo parar de me tocar por um momento.
― Você é uma riqueza de contradições. Primeiro, você diz que você não tem nada de bom em você, então você me dá símbolos de ascensão das águas barrentas. Você quer dizer que você nasceu das águas turvas? Se foi, tem que ter bondade em você. Um dia, você vai virar flor, Lótus. Um dia, você vai sair dessas águas turvas.
De repente, fiquei irritado com ela.
― Você não sabe nada sobre mim, Tyler. Sugiro que você pare de tentar me analisar, porra. Já lhe disse que não tenho amor para dar. Nós trepamos. É isso que existe entre mim e você.
Senti Tyler recuar e imediatamente me arrependi de ser duro com ela. Eu não podia deixá-la me desvendar. Não podia deixá-la ver meu antigo eu. Achei que ela ficaria com raiva e mal-humorada, então fiquei surpreso quando ela continuou a passar seu dedo em minhas costas.
― O que isso significa?
Seu dedo estava curvo das minhas costas. Eu sabia que ela estava tocando a caligrafia japonesa.
― É faixa preta em japonês.
Ela parou o toque e ouvi um pequeno suspiro.
― Você é faixa preta em caratê?
― Sim, e em Tae Kwon Do.
A seguir, Tyler estava traçando seu dedo por todo o caminho até o outro ombro. A única tatuagem que estava escondida de sua visão. E eu não podia deixá-la ver o que era.
― Por que não posso ver seu outro ombro?
Eu sabia que ela perguntaria e soube, então, que sua inspeção em minhas tatuagens tinha acabado. Puxando o moletom de volta, suspirei.
― Feche a cortina, Tyler.
Eu sabia que estava cortando-a, mas não me importei. Ela estava ficando muito perto da minha zona de conforto agora. A tatuagem que ela estava tão desesperada para ver foi a primeira que eu fiz, pouco antes de os meus pais morrerem. Era um par de asas de anjo com o nome de Tyler no meio. Tive que fazer por ela. Queria mostrar a ela assim que voltasse, para que ela visse o quanto significava para mim.
― Por que você não se abre para mim?
― Por que você não me diz por que estava chorando quando cheguei?
Ela parou de falar, assim como eu sabia que ela faria. Dois poderiam, obviamente, jogar esse jogo. Ela levantou-se, fechou a cortina e voltou para a cama.
Eu ia virar para encará-la, mas senti suas mãos tocarem debaixo da minha camisa, acariciando minhas costas.
― Obrigada por me mostrar suas tatuagens ― ela murmurou e eu sabia que ela estava mudando de tática. Ela queria que eu trepasse com ela e, é claro, eu daria o que ela queria.
― Você gozou dentro de mim ― ela disse, esfregando as mãos para cima e para baixo nas minhas costas.
Meus lábios se curvaram em um sorriso.
― Estou limpo, você não precisa se preocupar.
― Eu sei ― ela respondeu. ― Fiz o teste.
Eu queria perguntar como ela poderia ter feito isso tão rapidamente, mas seus pais tinham tantas conexões quanto eu.
― É por isso que você esteve se escondendo de mim nestes últimos dias, porque estava com raiva?
Ela riu e arranhou minhas costas. Porra, esta mulher fazia coisas para mim que eu gostaria que ela não fizesse.
― Não. Onde estive não tem nada a ver com você.
Sua resposta me irritou e chateou. Eu a tinha deixado escapar e não deixaria isso acontecer novamente. A partir de agora, se eu não estivesse tomando conta dela, me certificaria de que outra pessoa estava.
De repente, Tyler saiu da cama. Ela se ajoelhou na minha frente, olhando para cima, em direção ao meu capuz. Com a mão direita, ela estendeu a mão para pegar no meu zíper.
Por instinto, a minha mão reagiu, segurando-lhe o pulso com força. Pude ver a dor e o choque nos seus olhos, mas ela estava ousando assumir o controle. Eu não podia deixar isso acontecer.
― Por favor ― disse ela, olhando para mim. ― Quero agradá-lo. Eu preciso disso.
Vi a dor em seus olhos e, por alguma razão, não consegui dizer não. Em vez disso, eu afrouxei meu aperto, fazendo-a sorrir timidamente para mim.
Com um puxão no meu zíper, ela me libertou. No momento em que ela o fez, senti um alívio enorme. Eu vinha querendo o toque dela há muito tempo, agora. Admiti para mim mesmo que eu precisava disso tanto quanto ela.
Colocando a língua para fora, Tyler lambeu delicadamente a ponta do meu pau. Eu gemi um pouco, desesperadamente querendo que ela continuasse. Acariciando seus cabelos, agarrei-a com força e ouvi um gemido escapar dos seus lábios. Tinha passado tantos dias que eu tinha esquecido que Tyler gostava de mais brutalidade.
Tyler chupou todo o comprimento do meu eixo. Fiquei impressionado que ela poderia engolir tanto. Só de pensar nisso, quase gozei e de jeito nenhum eu gozaria em sua boca hoje.
Tyler continuou provocando-me com a porra da língua deliciosa. Ela arrastou-a para cima e para baixo em meu eixo, antes de chegar à ponta. Com um movimento, ela mergulhou no meu pau com prazer. Por um tempo, relaxei e deixei-a ficar no centro do palco. Segurei seu cabelo com força e guiei-a para baixo, sentindo a necessidade de fazê-la engolir o máximo possível.
Quando estava perto de gozar, agarrei seu cabelo e a afastei.
― Pare. ― Respirei pesadamente. ― Levante-se ― pedi. Ela fez como lhe foi dito e olhei sua camisola. Seus seios eram lindos, cobertos pelo tecido e os mamilos lutavam contra ele. ― O que eu disse a você sobre usar coisas na cama? ― perguntei. Ela ia responder, mas não lhe dei chance. Em vez disso, rasguei o tecido em seu corpo, observando-o quando caiu no chão. Tyler olhou para mim com luxúria em seus olhos arregalados. Ela não conseguia acreditar que eu tinha feito isso, mas ela adorou que eu o tenha feito.
― Viu, é essa merda que acontece quando você usa algo na cama. Agora você sabe o que acontecerá na próxima vez. ― Olhei seu belo corpo. Tyler nunca foi uma garota magra, mas amei isso nela. Ela tinha curvas em todos os lugares certos, e os peitos eram do tamanho perfeito. Nem muito pequeno nem muito grande.
― Vire-se ― pedi novamente. ― Ande para trás, de costas para mim. ― Ela fez como instruído e eu acariciei seu traseiro. Isso era outra coisa para admirar nela. A bunda de Tyler era redonda e perfeita. Tudo em Tyler era perfeito.
Passando minhas mãos em volta da sua cintura, viajei em direção aos seus seios. Peguei um em cada mão e belisquei seus mamilos. Ela jogou a cabeça para trás e gemeu.
― Eu me pergunto se você está molhada para mim, Tyler. Gostaria de saber se está tão encharcada para mim como acho que você está. ― Continuei a beliscar e massagear seus seios. Ela estava praticamente balançando sob o meu toque. Ela sofria por uma libertação que somente eu poderia dar a ela.
Ouvi-a murmurar algo ininteligível quando minha mão vagou para baixo do seu estômago e, em seguida, para sua boceta. Meu dedo abriu os lábios quando mergulhei mais fundo para encontrá-la molhada e inchada para mim.
― Está sempre molhada para mim. A. Porra. Do. Tempo. Todo ― eu disse, mergulhando meu dedo dentro dela. Ela resistiu, inclinando-se um pouco e empinando a bunda na minha frente.
Meu pau pulsou, quase como se estivesse cheirando-a, procurando seu calor úmido como um radar. Eu queria agarrá-la e mergulhar profundamente dentro dela. Em vez disso, manobrei minha mão e toquei-a por trás. Mergulhei um dedo dentro e fora, estocando sua boceta. Tirando o dedo, toquei mais para cima da sua boceta, encontrando seu clitóris. Agarrei-o suavemente, e ela quase caiu com o meu toque. Porra, eu amava sua reação a mim. Adorava que ela estava sempre tão em sintonia comigo. Adorava que ela precisasse da minha misericórdia.
― Você ama quando eu toco na sua bocetinha, não é, Tyler? ― Ela gemeu e eu esfreguei ainda mais o seu clitóris. ― Não ama?
― Sim ― ela respondeu sem fôlego. ― Lótus, por favor. Preciso de você dentro de mim. Preciso sentir você.
Ignorei seus apelos e continuei. Assim que meus dedos ficaram molhados o suficiente, levei-os em direção à sua bunda. Ela ficou tensa no início, mas depois, ao lembrar da outra vez, relaxou e se curvou para mim. Encarei isso como permissão e mergulhei um dedo em seu ânus. Ela gemeu novamente, dando-me o seu prazer. Meu pau doía. Estava quase insuportável resistir.
Puxando meu dedo, agarrei seus quadris e posicionei meu pênis.
― Última chance, Tyler. Eu posso colocar uma camisinha, mas…
― Por favor ― ela implorou, interrompendo-me. ― Apenas me come.
Sorri para o seu apelo, mas não quis esperar mais.
― Como quiser ― eu disse e mergulhei meu pau nela. Tyler gritou, e meu pau praticamente sentiu o calor da sua boceta molhada o envolver. Sua vagina se apertou um pouco e não pude segurar o grunhido que me escapou.
Elevando os quadris, Tyler subiu e desceu no meu pau, tentando tomar o controle quando ela me montou. Eu a deixaria fazer isso por um tempo, mas sabia que não seria capaz de durar muito tempo. Eu gostava de estar no controle. Era tudo que eu conhecia desde a morte dos meus pais.
Quando Tyler abriu as pernas um pouco, senti-a se abaixar para acariciar minhas bolas. Foi quando percebi que precisava tomar o controle de volta.
Eu reagi rapidamente, segurando-a no lugar em cima do meu pau. Ela gemeu em frustração, mas rapidamente eu tinha a sua rendição enquanto acariciava seu clitóris e seus seios. Ela tentou mover-se novamente, mas a parei. Eu precisava ser o único a dominar.
Continuando a minha fricção, senti Tyler gritar enquanto seu orgasmo estava se aproximando. Sem tempo a perder, agarrei seus quadris e forcei-os para cima e para baixo no meu pau. Fiz ela me montar rápido, sua respiração ofegante e os gemidos tornando-se fora de controle.
― Lótus ― ela gritou gemendo e se contorcendo embaixo de mim. ― Me morda ― disse ela.
Seu pedido quase me chocou, mas este era o lado selvagem de Tyler saindo. O lado que desejava ser fodida implacavelmente e tratada com deboche.
Firmei-a com uma mão e puxei seu cabelo para trás com a outra. Tyler gritou, quando a puxei de volta para mim.
― Você quer que eu te morda? ― sussurrei em seu ouvido. Ela gemeu de novo assim que agarrei seu cabelo. ― O que você diz, Tyler? Que porra você precisa me dizer? ― Agarrei seu cabelo com mais força, fazendo-a tremer e gemer ainda mais alto.
― Me morda, por favor ― ela implorou, e eu quase gozei dentro dela naquele momento.
Levando minha mão até seu peito, continuei seguindo até chegar em seu queixo. Puxei sua cabeça para trás e agarrei seu pescoço. Chupei-o e ela gemeu, desesperada para se mover mais rápido, mas também para sentir minha boca sobre ela. Quando ela me montou, desci um dedo até seu clitóris. Tyler gritou e senti seu aperto em meu pau. Fechei os olhos, chupando mais forte em seu pescoço, sabendo que estava prestes a gozar.
Tyler gritou e eu a segurei com mais força, mergulhando meu pau dentro dela. Ela me deixou estabelecer o ritmo novamente, quando o prazer pulsante da sua vagina apertou meu pau. Pude sentir a pressão crescente em minhas bolas. Permiti o prazer se formar enquanto eu a guiava para cima e para baixo, grunhindo.
Gemendo, senti que gozei dentro dela. Meu pau bombeou a minha libertação sem parar. Tyler gemeu novamente, enquanto empurrei mais uma vez contra ela.
Deixando minhas mãos de lado, Tyler caiu sobre mim, descansando no meu pau. Fechei os olhos, respirando fundo e desfrutando do orgasmo inesquecível. Não sabia como, mas ela sempre me deixava louco.
Sabendo que eu não podia ficar por aqui, bati na bunda dela para que ela se movesse. Tyler gemeu um pouco, mas entendeu o recado. Levantando-se, ela fez uma careta, me fazendo querer perguntar se ela estava bem. Por que diabos eu deveria me importar se ela estava bem? A mulher era uma bruxa, que jogava seu feitiço vodu nas pessoas e eu não podia deixá-la me enfeitiçar. Ela não me prenderia como fez por todos aqueles anos. Eu era fraco e vulnerável naquela época. E também estava apaixonado. Envolvido cegamente por uma boceta. Mas não mais. Eu não permitiria.
― Você vai me deixar agora, não é? ― ela sussurrou deixando transparecer uma leve tristeza em sua voz.
― Você conhece as regras, Tyler. O que você quer me dizer com isso? Que não quer mais aproveitar o que temos feito? Que não quer mais satisfazer seus desejos sombrios.
Ela riu e não pude deixar de virar para olhar para ela. Tyler estava incrível, deitada em sua cama, completamente nua e minha. Minha. Para. Sempre. Porra. Ela não precisava dizer nada. Só a sua presença era suficiente para fazer meu corpo vibrar com a necessidade, meu pau bombear com sangue e minha cabeça ficar em agonia. Uma parte de mim queria voltar no tempo e esquecer tudo o que aconteceu. Tomar Tyler em meus braços e dizer que tenho entrado sorrateiramente em seu quarto pelos últimos três anos. Eu sempre estive em sua vida, de uma forma ou de outra. Ela não sabia, mas cresci basicamente com ela e com Ian. Eu nunca desapareci como ela assumiu. Eu tinha estado mais ao lado dela do que ela podia imaginar.
― Eu só queria que você ficasse um pouco mais ― ela ronronou, me dando a visão do contorno perfeito do seu corpo. Vi quando seus cabelos se espalharam ao redor dos seus ombros, deixando seus seios maiores. Vi a curva da sua cintura, quando ela virou o seu corpo e, em seguida, novamente quando seus quadris gritaram para eu agarrá-los.
De jeito nenhum. Ah, não, pequeno Dean. Você não vai deixar seu feitiço envolver você agora. Vá! Vá antes que você cometa um erro enorme.
Fechei meu zíper e levantei, notando Tyler ainda deitada em sua cama. Ela me viu seguir para a saída e fez beicinho.
― Sem mau humor, Tyler. Voltarei para te dar mais. Pode ter certeza.
― Você é uma provocação ― ela sussurrou enquanto eu me dirigia para a porta.
Deixei escapar uma risada áspera.
― Você é a provocação, Tyler. Você está deitada na cama, parecendo uma porra de uma deusa do sexo. Como você pode esperar que eu não queira trepar com você de novo?
Levantando-se da sua posição, Tyler virou-se para mim, abrindo um pouco as pernas para que eu pudesse ter uma visão melhor. Não consegui evitar. Grunhi. Meu pau inchou e meu coração acelerou enquanto eu olhava para o seu corpo nu. Quando ouviu meu grunhido, Tyler estremeceu e abriu aquele sorriso sexy dela. Fechando os olhos, ela fez um barulho de satisfação, gemendo enquanto seus olhos procuravam meu rosto.
― Por que não me come de novo? Trepa comigo do jeito que você quiser, Lótus. Por que você não vem até aqui e me come de novo? Quero que você me foda. Você pode me foder com força, como você sabe que eu gosto.
Que. Porra. É. Essa?
Que merda era essa que ela queria fazer comigo? Será que ela não sabe que botões está apertando? Ela não conseguia ver o demônio escondido dentro de mim? Aquele que queria violentar, machucar e devorá-la até que não tivesse mais nada?
Apertando minhas mãos firmemente, grunhi de novo. Tyler deixou escapar um pequeno suspiro, e eu sabia que ela estava molhada. Eu só tinha que estar no mesmo lugar que ela e era o suficiente para que sua boceta latejasse. Ela era a porra de um diabo disfarçado.
Fechei os olhos e tentei desesperadamente me acalmar. Não importava o quanto meu corpo ansiava por tomá-la de novo, não importava o quanto meu pau latejava em protesto, eu não podia deixá-la ganhar. Eu estava no controle, não ela.
Respirei fundo e, então, abri meus olhos novamente, tentando não olhar muito para ela. Eu sabia que, se fizesse isso, eu cederia.
Então, tentei usar uma postura mais brincalhona.
― Você não pode ter muito de uma coisa boa, Tyler. Boa noite.
Saí acenando e desci as escadas. Eu estava com um tesão da porra. Eu não conseguia mais ter o suficiente quando se tratava de Tyler. O que eu disse tinha um pouco de verdade. Se você tem muito de algo bom, você passa a ser complacente com aquilo. Jamais quero que Tyler seja complacente comigo. Queria mantê-la na ponta dos pés, implorando por mais.
Sempre implorando por mais.
Quando me aproximei do Vanquish, peguei meu telefone para ligar para Jimmy.
― Oi! E aí, chefe? ― Ouvi seu rude sotaque londrino quando entrei no carro.
― Preciso que você faça um outro trabalho.
― Ok. Com quem você quer que eu acabe?
Rangendo os dentes, balancei a cabeça. Pensar em Jimmy encostando em Tyler me encheu de raiva.
― Não quero que você acabe com ninguém. Quero que você vigie alguém para mim, por um tempo.
― Me passe os detalhes.
Suspirei. Eu não queria dividir Tyler com ninguém, mas não poderia estar em vários lugares ao mesmo tempo, e eu precisava saber o que ela estava fazendo durante o dia. Por que ela tinha ficado sumida por uma semana, e quem foi que a perturbou. Se eu descobrisse que alguém a havia machucado, eu arrancaria a porra do seu coração fora e daria para os cães comerem.
― Vou enviar-lhe uma foto mais tarde, mas, por agora, preciso que você esteja neste endereço por volta das sete horas, amanhã de manhã. ― Dei o endereço do prédio.
― Vou vigiar uma mulher, certo?
Notei o tom da sua voz e isso fez meu sangue ferver.
― Sim, e você pode manter todas as ideias de merda de se aproximar dela para si mesmo. Você vai apenas vigiá-la, Jimmy. Nada mais.
― Uau, Dean. Fica frio, cara! Tá tudo belezinha!
Merda, não preciso disso. Agora Jimmy sabia que eu tinha uma fraqueza. Minha fraqueza era uma bruxa que usava salto alto sexy. Eu nunca havia demonstrado minha fraqueza e foi assim que construí meu império. Sem mostrar minha vulnerabilidade. Tyler rapidamente se tornaria um alvo se Jimmy algum dia quisesse me ferrar.
― Tudo o que você precisa fazer é segui-la e relatar para mim se ela faz qualquer outra coisa além de ir ao trabalho e voltar para casa. Entendeu?
― Claro, chefe. Ela está com você?
Suspirei profundamente, tentando me manter em cheque.
― Não é da sua maldita conta.
― Você não está pensando em machucá-la, não é? Quer dizer, eu não me importo de ser envolvido em qualquer coisa, mas eu não machuco mulheres ou crianças, Dean. Essa merda é fodida demais.
Fechando os olhos, respirei fundo. Eu estava pensando em machucá-la, não apenas no sentido a que Jimmy estava se referindo.
― Jimmy, se você tem que perguntar, certamente não me conhece. Eu já pedi para machucar uma mulher ou se envolver em alguma situação que machucaria uma mulher?
― Não.
― Quando fomos, naquela época, na casa de Tommy para ensinar-lhe uma lição e o encontramos lá com sua mulher e filho, eu não disse que o plano estava suspenso?
― Sim, você disse. Desculpe, chefe. Não pensei antes de falar.
Liguei o carro.
― Só preciso que você a vigie. Não quero que você pergunte nada. Tudo o que você precisa fazer é vigiá-la e me dizer se ela fizer algo fora do normal. Você pode fazer isso por mim?
― Claro.
― Ótimo. Vou enviar-lhe mais detalhes em breve.
Desliguei e saí com o carro, em direção à Mansão. Eu não queria ficar lá, mas eu teria que ficar pelos próximos dias. Eu não tinha ouvido falar da polícia, mas imaginei que eles ainda não tinham encontrado o corpo de Pinzano. Sem dúvida, o corpo inchado do filho da puta surgiria em algum lugar em breve, se já não tivesse.
Quando me aproximei da garagem, pressionei o botão da porta e estacionei o carro ao lado do meu Jaguar XF. Eu não usava esse carro há algum tempo. Acho que eu deveria para não ser visto sempre no mesmo veículo.
Quando saí, coloquei as chaves no lugar e atravessei a porta, entrando na cozinha. Humphrey estava ali, sorrindo, e eu sabia o que aquilo significava.
― Divertiu-se esta noite?
Abrindo a porta da geladeira, peguei uma garrafa de cerveja. Abri e tomei um gole.
― Um cavalheiro nunca conta. ― Eu sorri.
― Humm ― ele respondeu. ― Estranho como você sempre me contou sobre suas conquistas, mas Tyler está fora dos limites? O que há de tão especial nela?
Eu sabia para onde isso estava indo, mas fiz o meu melhor para não deixá-lo me tirar do sério.
― Tyler é especial e você sabe muito bem as razões.
Sorrindo, Humphrey pegou uma maçã e mordeu-a.
― Sim, mas você é o cara que não fode a mesma boceta por muito tempo. Seu lema sempre foi: uma vez é o suficiente. Quando foi a última vez que você comeu alguém além de Tyler? Eu sei que você não trepou com Samantha ou Katie naquela noite. Mas também não chamou nenhuma outra vadia para fazer isso.
Eu grunhi e tomei outro gole da minha cerveja.
― Estou ocupado demais para me preocupar com uma mulher choramingando, Humphrey. E é só isso que elas fazem. Não importa quantas vezes eu fale que essa merda acontecerá uma vez, uma única vez, elas querem ser sempre aquela que vai me conquistar. Aquela que vai alcançar o coração de Dean Scozzari.
Humphrey suspirou, dando outra mordida na maçã, antes de chegar à porta.
― Olhando de onde estou, Dean Scozzari já foi conquistado. Na verdade, isso já aconteceu há muito tempo. Só acho que ele ainda não percebeu.
Humphrey saiu pela porta e fiquei refletindo sobre o que ele disse. Fiquei puto ao perceber que estava mais envolvido por Tyler do que deveria, mas, mais do que isso, o que me deixava fora de mim é que alguém conseguisse enxergar isso.
Jogando minha cerveja fora, andei até o porão e segui para a sala de cinema. Eu quase não usava este lugar como deveria, mas, esta noite, tudo o que eu queria fazer era assistir a um filme de Bruce Lee. Antes de tudo, peguei outra cerveja e enviei as informações sobre Tyler para Jimmy. Quando acabei, tentei me concentrar no filme. Mas era impossível. Normalmente, Bruce Lee me prendia, mas não esta noite. Hoje, só o que eu conseguia ver era o corpo de Tyler se movendo, para cima e para baixo no meu pau, enquanto ela gemia meu nome. Ela não saía da minha cabeça e eu odiava essa porra.
****
Eu estava no quarto de Tyler e pude ver Lótus. Ele estava sobre ela com uma faca e ela estava gritando para que eu a ajudasse.
― Dean! Dean, por favor, me ajude. Por favor, faça-o parar! ― ela gritou, olhando nos meus olhos.
Em um pânico cego, eu rugi e corri para enfrentar Lótus, jogando-o no chão. Eu queria matá-lo por se atrever a tocá-la. Queria vê-lo morto por pensar que estava tudo bem machucá-la. Mas algo estava bloqueando o meu caminho. Era como se eu tivesse um vidro invisível na minha frente, me impedindo de salvá-la. Bati e chutei com todas as minhas forças, mas não quebrava nem cedia. Era mais forte do que eu e me senti fraco.
Pude ver o medo nos olhos de Tyler e a sensação de impotência me cercou. Eu queria ajudá-la. Eu queria salvá-la do demônio.
Lótus virou para mim, enquanto eu estava lá, dando-me um sorriso mau. Ele estava me provocando, sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer para detê-lo.
Virando a cabeça, ele voltou-se para Tyler e levantou a faca no ar. Eu não podia me mover, não conseguia respirar, e senti como se estivesse perdendo-a, pensando que eu jamais veria Tyler novamente.
Quando a faca desceu, Tyler olhou para mim uma última vez gritando meu nome.
― Dean!
— Dean!
Acordei com um sobressalto, o suor escorrendo pelo meu rosto enquanto eu me mexia para recuperar o controle. Por um breve momento, não sabia onde diabos eu estava e o pânico aumentou como nunca antes. Senti um puxão no meu ombro e estava prestes a virar e… até que vi que era Humphrey.
— Puta merda, Dean! Você parece uma bosta. O que diabos há de errado com você? Eu estava te chamando e você só gritava algo que eu não conseguia entender.
Dando-me conta de que tudo não passava de um pesadelo, senti minha respiração estabilizar. Ei ainda podia vê-la com olhos suplicantes, e ainda podia ouvir seus gritos para que eu a salvasse. Assim como eu tinha falado, o demônio sempre vencia. Tyler nunca me dava ouvidos, mesmo quando éramos mais jovens.
— Estou bem. O que você quer? — perguntei.
— Os policiais estão aqui, Dean. Eles estão esperando por você lá em cima.
Esfregando meu rosto com as mãos, suspirei e olhei para o meu relógio. Porra. Eram dez e meia? Eu dormi por quase dez horas?
— Ok. Vou subir.
— Você não quer tomar um banho primeiro? Eu posso segurar esses filhos da puta para você. Seria um prazer.
Olhei para o rosto sorridente de Humphrey, sabendo o quanto ele odiava a polícia. Há um tempo, ele se envolveu num golpe de roubo de carros. Ele foi muito bem-sucedido por um tempo, mas acabou ficando complacente e começou a cometer erros. Claro, a polícia estava seguindo-o, mas Humphrey não tinha percebido. Então, uma noite, eles invadiram sua garagem, confiscaram os carros e o prenderam.
— Não, tudo bem. Vamos acabar logo com isso. Nós sabíamos que eles apareceriam em algum momento. — Levantei minha sobrancelha para ele. Acho que ele sabia o que eu queria dizer. Eu não precisava matar ninguém aqui para levantar qualquer suspeita. Qualquer incidente, por menor que fosse, relacionado a gangues que acontecia por aqui, eu era imediatamente o suspeito número um. Mas eu nunca tinha sido pego, simplesmente porque eu era sempre cuidadoso. Meus pais eram bons no que faziam e me ensinaram muita coisa. Foi por isso que aprendi tanto, em tão pouco tempo. Com a morte repentina dos meus pais, eu tive poucas opções.
Passei por Humphrey e subi as escadas até o lounge. Eu sabia exatamente para onde ir assim como ele sempre soube para onde levar os visitantes como estes.
Quando abri a porta, os dois policiais sentados no meu sofá de três mil libras se levantaram. Um dos oficiais parecia ter cerca de trinta e tantos anos, enquanto o outro parecia que tinha acabado de sair das garras da Hendon, uma academia de formação da polícia. Ele era só um garoto. Um novato merdinha, que devia cheirar a bunda de todos os oficiais hierarquicamente superiores.
— Cavalheiros, o que posso fazer por vocês? — Sorri docemente para ambos, estendendo a minha mão. O policial mais velho sorriu, apertando-a, mas eu nem sequer a ofereci para o mais novo. Ele tinha a expressão de “ele é culpado” antes mesmo que eu entrasse na sala. Eu era, mas todo mundo era inocente até que se provasse o contrário.
Sentando, indiquei que eles fizessem o mesmo. O tempo todo, o merdinha observava cada movimento meu e, sem dúvida, estava puto porque não o cumprimentei.
— Posso oferecer-lhes uma bebida? Um café ou chá, talvez?
O merdinha estava prestes a falar, mas o policial mais velho antecipou-se.
— Não, mas obrigado. Devo dizer, Senhor Scozzari, que você parece um pouco cansado esta manhã. Foi dormir tarde na noite passada?
Eu ri.
— Digamos que sim. Às vezes, as mulheres podem exigir muito de você, mas certamente, não estou reclamando. — Pisquei para o policial mais velho, que riu junto comigo. O merdinha pareceu não achar tão divertido. Muito provavelmente, ele não tinha sequer trepado com alguém ainda.
— Suponho que você esteja se perguntando por que estamos aqui — disse o policial mais velho, parecendo sério de repente. Percebi que as gentilezas tinham sido encerradas. — Sou o sargento detetive Cartwright e este é o investigador Constable Tomlinson. Estamos iniciando as investigações do assassinato de um homem cujo corpo foi encontrado no Tâmisa, próximo à área de Kingston, nas primeiras horas da manhã de ontem.
Ele fez uma pausa e eu balancei a cabeça, perplexo.
— Isso é terrível. Sabe quem é?
Cartwright pigarreou.
— Ele estava irreconhecível quando o encontramos. Parece que ele foi torturado antes da sua morte. Mas os relatórios iniciais sugerem que ele era Antonio Pinzano.
Cerrei os dentes, mas dei ao oficial um sorriso irônico. Foi deliberado, é claro. Este gesto, no entanto, de alguma forma o confundiu.
— Parece que você ficou feliz com isso, Sr. Scozzari.
Balancei a cabeça, inclinando-me para trás na cadeira, sentindo-me completamente à vontade.
— Não sejamos inocentes, Detetive Cartwright. Acredito que você esteja aqui porque já sabe da minha história com o homem. Ele foi responsável pela morte dos meus pais. Quem não ficaria satisfeito ao saber que o assassino da sua família está morto?
A postura de Cartwright se endireitou
— Supostamente responsável.
Eu sorri, não pude evitar. Eu sabia exatamente quais eram as suas táticas, o que eles esperavam que eu fizesse. Ele queria que eu demonstrasse raiva pelo seu comentário, que eu perdesse a calma. Talvez, revelando algo no calor do momento. Eu era muita coisa, mas estúpido não era uma delas.
— Certo — respondi apenas, mostrando-lhe que o seu comentário não significava nada para mim. Cartwright não ficou feliz com meu comportamento calmo, longe disso. Na verdade, era ele quem estava perdendo a calma.
— Você está admitindo ser o responsável por sua morte?
Endireitando minha postura, fiz o meu melhor “olhar ofendido”.
— Falei alguma palavra que sugeriu que eu tinha qualquer coisa a ver com sua morte?
— Bem, você admitiu que gostou de saber que ele estava morto.
— Sim, admiti e sim, estou mesmo. Mas isso em nada demonstra que tenho algo a ver com isso. Sem falsos pudores, detetive Cartwright, eu odiava o homem. Ele matou meus pais e eu adoraria ter sido aquele que arrancou seu último suspiro, mas isso não significa que eu tenha feito isso.
Cartwright sorriu.
— Então, vamos ver se entendi. Você não teve nada a ver com a morte do Sr. Pinzano?
Balancei minha cabeça.
— Não, claro que não. Eu posso ser o filho de um Scozzari, mas isso não significa que eu sou um deles. Se você levantar minha vida, o que sei que você deve ter feito, você vai ver que eu possuo muitas empresas legítimas que me geram uma renda legítima. — Eu me inclinei na minha cadeira e sorri para os dois. Não precisei fazer mais nada porque eu sabia que era exatamente o que eles pensavam. Mas não tinham nada para me incriminar.
— Humm — Cartwright meditou. — Entendo, mas você deve ter pensado em vingança, Sr. Scozzari. Qualquer um pensaria se acreditasse saber quem matou seus pais.
A palavra “vingança” piscou na minha cabeça. Era para o que eu vivia e respirava por toda a minha vida adulta. Claro que eu queria vingança. Eu precisava de vingança e exigia minha vingança. Quem não faria isso?
— Há uma grande diferença entre pensar em vingança e fazer vingança, detetive Cartwright. Você, como um homem da lei, sabe disso.
Ele balançou a cabeça e olhou para suas anotações, enquanto o merdinha apenas olhava para frente. Se esta situação não fosse tão grave, eu estaria rindo até agora.
Folheando suas anotações, Cartwright, de repente olhou para cima.
— Sr. Scozzari, pode me dizer onde esteve entre onze horas da noite de sábado até às três horas da manhã de domingo?
Olhando para o alto, fingi que estava pensando.
— Humm, sábado à noite. Eu estava aqui mesmo. Eu ofereci um jantar. — Sorri brilhantemente, sabendo o que estava por vir.
— Ótimo. Você seria capaz de dar os nomes de todos os seus convidados para que possamos verificar a sua história?
Balancei a cabeça.
— Claro, mas havia um convidado especial, com quem fiquei a maior parte da noite. Tenho certeza de que ele não se importaria de confirmar a minha história.
Cartwright parecia um pouco chateado com a notícia, mas não tão chateado como ficaria nos próximos segundos. A postos com sua caneta, Cartwright olhou para seu bloco de notas.
— Certo. Quem era essa pessoa?
Com um sorriso brilhante, bati meus dedos no braço do sofá.
— Não acho que você precise escrever seu nome. Vocês o conhecem muito bem. Carmichael. Aidan Carmichael.
Cartwright olhou para cima, com uma expressão chocada no rosto. O merdinha do Tomlinson apenas olhou, de boca aberta.
— Você quer dizer o Superintendente-Chefe Aidan Carmichael?
Sorri, então me inclinou para frente.
— O primeiro e único — eu disse num sussurro, antes de lhes dar uma piscadela insolente. Eu sei que não deveria ter feito, mas não consegui me segurar.
— Ele esteve aqui desde as dez horas, mais ou menos, e não saiu daqui até por volta das quatro horas da manhã. Começamos nosso jantar um pouco tarde porque eu tive uma reunião mais cedo, com um parceiro de negócios no Buddies, no Soho. Fiquei lá até umas dez. Cheguei em casa às dez e meia e fiquei a noite toda. Carmichael pode, certamente, confirmar isso.
Cartwright sorriu resolutamente, balançando a cabeça ligeiramente enquanto escrevia tudo.
— Tudo bem — disse ele, levantando-se do sofá. Sua pequena sombra logo seguiu seu exemplo e eu soube que era a minha deixa para ser educado e mostrar-lhes a porta.
— Vou falar com o Superintendente-Chefe Carmichael, quando eu voltar. Entretanto, se você pudesse escrever uma lista com os nomes das outras pessoas que estavam aqui com você, isso seria ótimo.
Eu sorri e balancei a cabeça.
— Com certeza. Se você me deixar o seu número, posso te mandar por fax, mais tarde.
Cartwright enfiou a mão no bolso e tirou um cartão de visitas.
— Isso seria ótimo. Obrigado pela sua cooperação. Manteremos contato.
Balancei a cabeça.
— Sem problemas. Tenham um bom dia. — Apertei ambas as mãos, mas não sorri para o merdinha. Ele estava muito ocupado, chateado por não poder colocar sua algema brilhante, que estava presa no cinto, em minhas mãos.
Eles saíram e vi quando foram embora. Não pude conter a onda de orgulho que senti.
— Você não tem vergonha — Humphrey sussurrou para mim, por trás.
Virei-me, olhando-o balançar a cabeça, enquanto ele ria. Eu não pude segurar o sorriso que se formou.
— O quê? — perguntei, tentando bancar o inocente.
— Nada — ele disse, rindo um pouco mais alto. — Só acho surpreendente que você seja exatamente como o seu pai, só que ainda mais astuto. Não me admira você se safar do assassinato.
Eu sabia que ele estava tentando ser engraçado, então, apenas ri com ele.
— Foda-se, coroa — respondi em tom de brincadeira. — Você não tem uma certa amiga que deveria visitar agora? — Olhei para ele intrigado. Humphrey estava namorando uma mulher chamada Sonia, dona de uma loja de roupas em Ealing. Ele era amado e sabia disso.
Ele olhou para nada e, em seguida, falou.
— Humm, acho que eu deveria estar me arrumando.
Balancei minha cabeça.
— E você ainda diz que estou ligado numa boceta específica.
Humphrey agitou o dedo para mim.
— Ah, sim, mas a diferença é que eu admito. Você não faria isso.
Balancei a cabeça e me virei para sair, mas Humphrey disse:
— Se você tiver qualquer problema com Carmichael, deixe-me saber.
Balancei a cabeça.
— Tenho certeza de que posso lidar com Carmichael, mas obrigado.
Acenei e subi as escadas para tomar um banho. Sem dúvida, os policiais estariam voltando para a delegacia agora, e sua primeira parada provavelmente seria na sala do superintendente-chefe. Isso me fez sorrir. Eu conhecia Aidan Carmichael há pouco mais de cinco anos. Segui-o, descobri todos os seus hábitos, seus pontos fortes, suas fraquezas. O que ele gostava, o que não gostava. Levantei tudo isso e, então, “acidentalmente” esbarrei nele em um bar, numa noite. Sua equipe favorita, Chelsea, estava jogando naquela noite, e eu fingi ser o torcedor que eu sabia que ele era. Nos demos maravilhosamente bem. Convidei-o para minha casa e ele me convidou para a sua, para que eu pudesse conhecer sua esposa, Cynthia, e suas duas filhas, Kerry e Maisy. Eu nunca quis ser seu amigo de verdade. Ele tinha uma esposa e duas filhas, mas preferia sair e usar seu status de superintendente-chefe para trepar com qualquer vadia que pudesse colocar as mãos. Eu detestava homens assim. Se havia uma coisa que eu admirava no meu pai era o fato de que ele respeitava profundamente as mulheres e tinha uma relação de total respeito com a minha mãe. Ele era louco por ela e constantemente me dizia como era importante respeitar uma mulher.
— Quando você encontrar uma boa mulher como a sua mãe, nunca tire proveito dela e do fato de tê-la ao seu lado. E nunca deixe de olhar para ela sem pensar no quão sortudo você é por tê-la. Aprecie cada segundo ao seu lado, não desperdice seus momentos com ela. Trate-a como gostaria de ser tratado. Mas, vou te dizer outra coisa, meu filho. Isso não significa fazer dela sua prisioneira, nem você é o prisioneiro dela. Se você encontrar alguém que te faça mal, nunca a deixe ver que quebrou seu coração. Mantenha-se de pé, de cabeça erguida, e mostre a ela que um Scozzari nunca se fode.
Despindo-me para entrar no banho, balancei a cabeça, sorrindo com as lembranças a respeito do meu pai. Ele sempre foi a minha inspiração. “Firme, mas justo” era a melhor forma de descrevê-lo. Ele sempre estaria lá, para oferecer uma mão, ou simplesmente sorrir e dar conselhos, quando necessário. Mas, se você o sacaneasse, você viveria para lamentar. Ninguém errava duas vezes com ele.
Debaixo do chuveiro, deixando a água quente massagear minhas costas, pensei nas coisas que meu pai me disse e no quanto suas palavras me inspiraram para buscar minha vingança contra Tyler, pelo que ela tinha feito. Eu sabia que ele aprovaria o que eu estava fazendo. Ninguém sacaneia um Scozzari. Ninguém. Tyler poderia ter tido o mundo comigo… se não tivesse me ferrado.
Saindo do chuveiro, me sequei e fui buscar uma roupa no quarto. Enquanto estava me vestindo, meu telefone começou a tocar.
— Sim? — respondi abruptamente.
— Dean, é Jimmy.
Sentando na cama, sorri.
— Fala, Jimmy, o que você tem para mim?
Ele hesitou por um momento, deixando-me assustado, imaginando que algo estava errado com Tyler.
— Ela saiu do apartamento, pouco antes das nove e caminhou até o Hospital St. Francis, na Dexter Street. Ela agora está voltando para casa.
Fiquei confuso. Não fazia ideia de por que ela faltaria o trabalho e iria para lá. Pelo que eu sabia, Tyler nunca faltava o trabalho.
— O que diabos ela estava fazendo no hospital?
Jimmy hesitou novamente e suspirou.
— Não sei.
— Que porra é essa, Jimmy? O que quer dizer com essa porra de que você não sabe?
Mais uma vez ele hesitou e eu quis rastejar através do telefone e rasgar a garganta dele.
— Hospitais me assustam,
Eu ri.
— Você está brincando comigo, né?
— Eu não estou brincando. Não posso ir a um hospital.
Balancei a cabeça em frustração.
— Jimmy, você tem quase dois metros e deve pesar mais de cem quilos. É o filho da puta mais doido que eu conheço, que tortura pessoas como hobby, mas você está com medo de uma porra de um hospital? — Eu não podia acreditar na merda que estava ouvindo.
— Eu não tenho medo — ele retrucou. — Eles me assustam.
Revirei os olhos.
— E faz diferença?
— Sim, faz a porra de uma grande diferença. Eles têm pessoas doentes lá, com germes e merda.
Agarrando minha toalha, tirei-a do meu corpo e peguei uma boxer.
— Ouça, Jimmy. Estou pagando bem para você seguir a Tyler por aí. Preciso saber exatamente para onde ela está indo e quem está visitando. Se ela voltar para aquele hospital novamente, eu não me importo com o fato de você achar que vai pegar a porra da peste negra, você vai segui-la até lá e descobrir o que diabos ela está fazendo. Você. Me. Entendeu?
Jimmy suspirou resolutamente.
— Sim.
— Ótimo. Agora, tem mais alguma coisa que você queria me contar que assuste você? Talvez palhaços? Eles te assustam, Jimmy? E dentistas?
Ouvi Jimmy murmurar:
— Foda-se!
Ri muito e encerrei a chamada. Babaca assustado, né? O cara é um gigante e tem medo de um prédio? Fala sério!
Enquanto me vestia, pensei no que Tyler poderia estar fazendo no hospital. Ela estava doente? Quando cheguei na casa dela, ela estava chorando. Será que ela tinha descoberto algo ruim, no hospital? Jimmy cagão! Se ele a tivesse seguido até lá, eu agora saberia. Eu não poderia fazer isso, para não correr o risco de ser pego, especialmente agora que ela já tinha me visto, naquela noite, na mansão.
Pensar nisso me deixou de mau humor o dia todo. Estava entre irritado e mal-humorado, me perguntando que merda havia de errado com ela. Tyler parecia saudável, mas isso não significava porra nenhuma. Se Jimmy não conseguisse fazer essa merda, eu teria que encontrar outra pessoa. Seria uma merda ter que contratar alguém que eu não conhecia. Não suporto o fato de não estar no controle. Eu sabia tudo a respeito de Tyler, mas, de alguma forma, fiquei de fora disso.
Seja qual fosse o motivo, ela tinha tirado uma semana de folga no trabalho, então deveria ser algo importante. Tyler era muitas coisas, mas preguiçosa não era uma delas.
Então, durante todo o dia, trabalhei, fiz ligações e treinei. À noite, eu estava um pouco mais relaxado, mas isso não impediu a sensação incômoda em meu estômago. Odiei isso, porque alguém poderia facilmente interpretar como preocupação. Eu não me preocupava com Tyler porque ela não significava nada para mim.
— Dean, parece que Carmichael está estacionando aí fora.
Bom, isso significava que ele veio falar o que precisava e, então, eu poderia voltar para o meu apartamento. Eu não gostava de ficar aqui por muito tempo. Era uma casa de má reputação e de filhos da puta sugadores. A porra da escória da terra.
Servi uma bebida e ofereci a Humphrey. Ele balançou a cabeça.
— Qual o problema, Dean? Você parece abalado ou algo assim.
Cerrei os dentes.
— Estou bem.
Eu precisava me manter firme. Se Humphrey percebia que havia algo de errado, então, Carmichael também notaria. Eu não podia deixar que a merda que estava acontecendo na minha cabeça afetasse meus negócios. Esta era a minha prioridade agora, não ela.
— Certo — disse Humphrey quando a campainha tocou. — Vou mandá-lo entrar, tudo bem?
Balancei a cabeça com um sorriso e tomei um gole da minha bebida. Eu não tinha certeza do que esperar quando Carmichael entrasse aqui, mas eu imaginava.
— Dean — Carmichael falou ao entrar na sala de estar.
— Aidan, como você está? Aceita uma bebida?
Vi a sua hesitação, mas, no final, ele balançou a cabeça.
— Não. Acho que você sabe por que estou aqui.
Eu sorri maliciosamente para ele.
— Humm, recebi a visita de uma dupla dos seus homens hoje. Policiais simpáticos.
Carmichael sentou-se e colocou seu chapéu no sofá.
— Você tem alguma coisa a ver com isso, Dean? Você me usou naquela noite?
Fiz o meu melhor olhar ofendido e franzi a testa.
— Claro que não. Olha — Andando até o armário de bebidas, eu servi-lhe uma grande dose de Bourbon e sentei em frente a ele. Apesar de ter negado a bebida inicialmente, eu sabia que ele realmente queria. —, há quanto tempo somos amigos, Aidan? Cinco anos? — Carmichael assentiu e tomou um gole de sua bebida. — Nós sempre apoiamos um ao outro, além de fazermos festinhas juntos. Sábado à noite foi como qualquer outra noite. Bem, além da presença das damas, é claro. — Eu sorri, mas Carmichael permaneceu indiferente.
— Eu não sou estúpido, Dean. Embora você nunca tenha me contado, sei que devem haver coisas com as quais você lida que não são legais. Essas meninas são um excelente exemplo. Elas eram prostitutas, não eram?
Engoli em seco e levantei da minha cadeira.
— Claro que não — eu disse, pasmo. — Samantha e Katie são duas amigas de foda. Claro, elas andam atrás de mim por causa do meu dinheiro e das festas, e já transamos outras vezes, mas isso não significa que eu pague para trepar com elas, Carmichael. As mulheres não me veem. Elas veem riqueza. Quando veem que os caras têm dinheiro, elas dormem com eles, sem se importar com quem são.
Pude ver Carmichael relaxar, mas ele ainda estava um pouco nervoso.
— Não sei, Dean. Todo mundo acredita que Pinzano matou seus pais, e aí ele acaba no rio na noite da sua festa?
Balancei minha cabeça.
— Pinzano tinha um monte de inimigos, Carmichael. Você deve saber disso. Deve haver inúmeras pessoas lá fora que ele sacaneou. Ele não fez isso só comigo. Além disso, por que eu iria esperar tanto tempo? — Quando o vi refletir, me sentei em frente a ele novamente. — Eu cresci neste meio e olha o que aconteceu com meus pais. Jurei que jamais seguiria seus passos. Eu não quero esse tipo de vida para mim ou para qualquer criança que venha a ter mais tarde. Você pode entender isso, certo?
Carmichael olhou para cima e hesitou por um momento antes de sorrir.
— É claro. Desculpe ter duvidado de você, Dean. Eu nunca deveria ter pensado que você poderia me usar assim. Peço desculpas.
Otário!
— Não se preocupe com isso. — Eu sorri. — Desculpas aceitas e tudo esquecido. Saúde — eu disse, erguendo meu copo. Carmichael sorriu e brindou seu copo com o meu.
— Acho que você deve estar se perguntando o que eu disse a eles? Eu, é claro, confirmei a sua história, uma vez que era a verdade. Obviamente, deixei de fora a parte sobre Samantha e Katie, e confio que você fez o mesmo.
Balancei a cabeça.
— É claro. É óbvio. Você é um homem casado. Quanto mais esconder isso, melhor. Pelo bem da sua família, bem como o seu — eu disse isso num tom carinhoso, mas eu não tinha esse tipo de sentimento por ele. Carmichael era um filho da puta traidor.
— Agradeço, Dean. Amo minha esposa e minhas filhas. Não posso deixá-las sofrerem por algo assim.
Se você as ama tanto, por que está trepando com qualquer vadia, seu idiota?
— O que aconteceu neste salão, naquela noite, e no andar de cima, nos quartos, permanece lá. Não se preocupe com isso, Carmichael.
Ele me deu um sorriso agradecido e engoliu sua bebida.
— A propósito, como estão Samantha e Katie?
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Sortilégio
RomansaEste não é um conto de fadas. Ele não é um príncipe encantado que vai levá-la em direção ao pôr do sol. Esta é uma história sobre traição, luxúria, desejo e, em última análise, vingança... E a vingança só pode conduzir a uma coisa. Tyler Ele era um...