Capítulo Nove

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O voo foi agradável, sem nenhuma turbulência. Não que eu estivesse com medo do voo em si, mas do que ele representava. Tente se imaginar na minha situação. Eu não sabia o que encontraria, nem como eu faria para encontrar.

Já estava escurecendo e no aeroporto onde pousamos para Lavenham eu ainda teria que pegar um táxi então me apressei.

O senhor que dirigia me disse que eu ficaria em uma ótima pousada, mas ela não era a melhor da cidade. Ele falou com bastante enfase que a Casa-cor-de-rosa, assim se chamava a pousada, era o melhor lugar de Lavenham para ospedaria. Eu agradeçí o conselho e disse que passaria lá para ver se mudava de ideia.

"Você vai, assim que provar da comida de lá." Ele disse enquanto eu saia do carro.

"Está certo. Muito obrigada, senhor Diher."

"Obrigada você, minha jovem. Tenha uma excelente estadia."

"Obrigada."

E com aceno de cabeça ele se despediu.

Eu estava na frente da pousada, era um lugar bem bonito. Haviam flores e um friozinho muito aconchegante. Apesar das ruas, das pessoas e a atmosfera da cidade serem bem convidativas, eu precisava descansar um pouco. Então nem desfiz as malas só me deitei na cama e dormi.

***

Não. Eu não tive nenhum sonho, na verdade essa foi a noite mais tranquila desde de que eu descobri sobre o grande segredo da minha mãe.

Durante o café eu perguntei a alguns funcionários se eles sabiam me informar a localização da casa na foto que minha mãe havia deixado como pista. Um rapaz me ajudou, ele disse estar saindo para fazer alguns afazeres e me levou até lá.

"Então pretende ficar muito tempo, senhorita Daves?" Ele me perguntou enquanto caminhávamos pelas belíssimas ruas de Lavenham.

"Ah! Me chama de Lana, Ethan." Eu pedi. Essa cordialidade inglesa maravilhosa...

"Está bem. Então pretende ficar muito tempo, Lana?" Ele refez a pergunta com um sorriso dócil nos lábios.

"Na verdade eu não sei. Tudo vai depender do quê eu vou encontrar."

"Certo." Ele respondeu com outro sorriso.

Eu sorri de volta.

'Por favor, não esteja dando em cima de mim.' Eu pensei.

Não sei lidar com garotos me dando cantadas. Não que eu me sinta com raiva ou incomodada. É só que é desconfortável para ambas as partes quando eu tenho que dizer que nós jogamos no mesmo time.

"Bem, eu fico aqui. E a senhorita, tem só que descer a rua, é a última casa do bairro."

"Oh, muito obrigada, Ethan." Me despedi do rapaz.

"Por nada. Vejo-a no jantar."

"Certo. Até."

"Até." Ele disse por fim.

Caminhei até o lugar onde o rapaz me recomendou. Era uma linda e enorme casa, na fachada haviam plantas que pareciam pinturas. Dependuradas no teto, arastando-se pelas paredes com lindas florzinhas brancas. Toquei a campainha e ninguém apareceu.

Eu esperei um bom tempo. Tentei olhar as janelas, mas todas estavam fechadas por cortinas roxas. Contudo, a casa estava bem cuidada; as plantas; a tinta; tudo bem conservado, e isso comprovava que alguém habitava aquela residência.

"Querida, você está perdendo seu tempo. A campainha está quebrada. É Dory é surda como uma porta."

Era uma senhora de cabelos grisalhos e cheia de sacolas.

Infinito - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora