Capítulo Dezenove

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Fiquei trancada no meu quarto o resto do dia, tentando me concentrar nos diários de Damon,o que foi bem difícil. Minha mente ficava divagando sobre as ultimas horas... Como Elena conseguiu isso?

Parecia hipnose!

Quanto mais o tempo passava mais eu queria estar perto dela, mais eu queria saber... E como isso poderia acontecer? Como eu poderia me abrir para alguém tão rápido e como eu me entregaria a um sentimento como esse sem ter certeza da minha identidade? Querendo ou não eu ainda estava perdida e vinham acontecendo muitas coisas estranhas no meu mundo...Eu, com certeza, não queria envolver Elena nisso.

Se eu desse mais um passo nisso, tudo poderia acabar como acabou com Tiara. Ou isso é apenas medo?

Sem conseguir me concentrar na leitura idiota pensei em dar uma volta. Já passavam das dez e talvez não fosse a melhor ideia sair da pousada, considerando minha última experiência em sair durante a noite sozinha. Comecei a caminhar pelos corredores, acreditando que todos os hospedes já estavam dormindo caminhei na ponta dos pés enquanto admirava os quadros expostos nas paredes. Eram tantos... Parecia uma verdadeira exposição de artes, nenhuma assinatura em nenhum deles... Quando cheguei no final do corredor havia uma escada e uma sutil musica escoava do andar de cima, era um piano, parecia ser tocado ao vivo... Foi impossível resistir a musica, meus pés moviam-se sozinhos subindo um degrau por vez. Quando a escada acabou deparei-me com um corredor diferente dos outros e pelo o que eu havia contado da fachada do prédio aquele era o último andar, o que não tinha janelas. Caminhei na direção da música que agora estava nas suas notas finais.

A próxima música começou no momento em que eu achei o cômodo de sua origem, uma das primeiras portas do corredor estava entre aberta.

Por puro impulso de uma desatinada curiosidade caminhei lentamente até a porta, quando cheguei perto o suficiente eu pude ver o interior do lugar ou pelo menos uma parte. Surpreendi-me com a cena que vi, não era nada estranho ou aterrorizante, era apenas algo que eu ainda não tinha visto: Daniel estava pintando, suas mãos habilmente correndo a tela com um pincel no ritmo da calma musica que saia do piano. Eu não conseguia ver os rosto por trás da tampa do piano, mas eu podia ver seus volumosos cachos e seu sorriso travesso que irradiava qualquer lugar. Amanda tocava divinamente bem e Daniel continuava a tracejar firmes linhas na tela em branco. Eu ainda não conseguia distinguir forma alguma e quando o desenho parecia estar fazendo sentido um Daniel surpreso olhou na direção da porta e logo em seguida um barulho estrondoso de metal caindo no chão o assustou e o distraiu.

Aproveitando essa deixa eu segui para a porta mais próxima, que por muita sorte estava escancarada, não queria ser taxada como bisbilhoteira. Apesar de ser exatamente o que eu merecia. O que eu estava pensando? Ficar olhando os outros pela fresta da porta...

Enquanto me repreendia mentalmente nem percebi onde eu estava, só me dei conta quando uma rajada de vento muito forte bateu em meu rosto, olhei para cima e não tinha teto muito menos parede eu estava no teto do prédio!

Como eu vim parar aqui? O choque foi ainda maior quando eu olhei ao redor e encontrei ninguém mais, ninguém menos que Elena.

Ela me encarava com as sobrancelhas unidas, mas um sorriso travesso brotava em seu rosto.

"Oi." Eu disse.

"Agora você que está me seguindo..."

Devo ter ficado vermelha pois senti minhas bochechas queimarem.

"Eu..."

"Vem cá." Ela me interrompeu com outro sorriso. "Senta." Ela apontou para uma cadeira de jardim antiga feita de madeira.Quem quer que tenha trazido aquela coisa para cima teve muito trabalho, parecia muito pesada.

Infinito - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora