Quando cheguei em Lavenham, no meio do primeiro semestre, o inverno já estava no fim. Agora, há cinco dias da minha chegada, a neve cobria as ruas e formava grossas camadas de gelo. Os flocos de neve derretiam e ensopavam os ombros do meu casaco enquanto caminhava vagarosamente para não cair ou me confundir com as casas que eram muito similares, apesar de ser uma caminhada mais longa do que eu estava a fazer aqui na cidade, eu tinha quase certeza de não ia me perder.E de fato eu consegui encontrar a casa de Dory. As pequenas flores que enfeitavam a casa permaneciam abertas, apesar do frio... Será que são verdadeiras? Questionei-me chegando mais perto.
Bati na porta e não demorou muito para que ela me aparecesse. Sorri como cumprimento, mas ela não pareceu nem um pouco feliz em me ver, parecia chocada na verdade.
"Olá, Dory. Desculpe eu devia ter..."
"Celeste?"
"Anh? Sou eu, Lana. Eu vim aqui alguns dias atrás... Você não lembra?"
"Quem é você?"
"Dory, sou eu. Lana, filha da Celeste!"
"Celeste não tem filhos! Eu não te conheço! Não te quero bisbilhotando meu jardim!"
"O quê?" Eu disse sem entender nada do que ela estava falando. "Dory, eu..."
"Anaih mandou você, não foi? diga aquela velha metida que eu estou ótima!" Ela me empurrou rumo ao portão. "Agora já pode ir!"
"Dory..." Eu disse quando já estava do lado de fora.
"E não volte mais aqui" Ela gritou quando fechou o portão.
Meu Deus! O que foi que foi que acabou de acontecer? Será que Dory tem Alzheimer?
Fiquei alguns segundos parada em frete a casa dela, assustada de mais com isso tudo que eu tinha presenciado. Após esse pequeno intervalo de tempo comecei a caminhar para onde eu achava que ficava a biblioteca de Ania. Eu devo ter pego uma rua errada por que não fazia a menor ideia de onde eu estava. Sim, eu sou a pessoa que se perde em um vilarejo como Lavenham.
Uma moça simpática me ajudou a achar o caminho certo e, apesar de ter demorado um pouco mais, eu cheguei a biblioteca comunitária da minha prima. Era estranho. Até alguns dias atrás eu não tinha nenhum parente com o sobrenome Lokaster e agora eu podia conversar com uma que de fato conheceu minha mãe.
Ania estava sentada em uma mesa com Lauren. Devagar, eu me aproximei das duas.
"O que houve? Que cara é essa?" Lauren perguntou, eu não consegui distinguir se ela estava realmente preocupada ou debochando da minha cara ainda pasma.
"Eu fui a casa de Dory hoje... Ela estava... Estranha..."
"Estranha como?" Lauren quis saber.
Ania ajeitou-se em sua cadeira.
"Ela meio que não lembrava de mim, mas eu fui a casa dela a alguns dias..."
"Tipo Alzheimer?" A garota parecia curiosa.
"Foi o que eu pensei!"
"Talvez seja só isso... Talvez ela só... Esteja ficando idosa..." Ania manifestou-se.
"Idosa? Ela e minha mãe teriam a mesma idade..."
"Olha, se ela pediu para você manter distância, eu acho que é o que você deve fazer..."
E então ela simplesmente levantou-se e saiu.
"O quê...?"
"Não liga! Ela tá estressada com umas coisas... Você tem trabalho a fazer!" Lauren disse apontando para uma pilha de livros em cima da mesa, eu podia jurar que eles não estavam ali quando cheguei.
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Infinito - Livro I
Teen FictionO mundo é muito mais vasto e extraordinário do que nós somos capazes de imaginar. Coisas inacreditáveis estão escondidas bem de baixo dos nossos narizes. E Lana Davis, uma jovem de dezenove anos, acaba descobrindo que está inteiramente ligada a este...