Capítulo Quatorze

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Na manhã seguinte levantei-me cedo, não dormi muito depois de tudo aquilo. Como Lauren havia me dito para fazer dirigi-me para a livraria Lokaster assim que pude. Lembrava-me perfeitamente do caminho, andava tão aérea que nem me dei conta que a neve começara a cair. Só percebi quando já estava em frente a livraria.

Os flocos caindo devagar como uma valsa encantadora, quisera eu poder velhos de perto, sem estarem derretendo.

Ao adentrar no estabelecimento constatei que apenas Ania estava presente, também ainda eram umas oito horas de uma manhã de neve, as pessoas pessoas normais deviam estar quentes e confortáveis em sua camas.

"Bom dia!" Ela me saudou com um tom muito feliz enquanto limpava as prateleiras cheias de livros.

"Bom dia." Eu respondi. Se Mel estivesse aqui, com certeza notaria o meu falso animo.

"Como foi ontem a noite?" A mais velha quis saber.

"Foi legal."

"Lauren me disse que te viu conversando com uma garota..."

Hum, então Lauren contou tudo...

"Ah, sim! Na verdade ela meio que me ajudou com um cara idiota..." Eu disse sem querer dar ênfase na parte da garota, não queria demonstrar que ela, de uma forma bizarra, mexeu comigo. Ania arqueou as sobrancelhas assustada com o que eu havia dito. "Não foi nada de mais, ele só estava me assustando."

"Lana, tem que tomar cuidado com..."

"Eu sei me cuidar!" Odeio quando as pessoas subestimam minha força.

"Eu não duvido." Ela disse com um risinho sugestivo. "Ela disse algo?"

"Como assim?"

"Bem, se eu ajudasse uma garota que estava sendo atormentada por um cara, numa rua escura, diria a ela para comprar spray de pimenta ou fazer aulas de defesa pessoal..."

"Ah, não. Ela não... Hum, na verdade, ela me deu isso." Mostrei-lhe o cartão que a garota me entregou. "Mas, a não ser que a pousada tenha um programa de defesa pessoal eu não sei como isso pode ajudar." Disse por fim.

Ania riu.

"Não. Eles não têm aula de defesa pessoal. É por causa da magia..." Minha vez de levantar as sobrancelhas em surpresa. "Dizem que quem se hospeda na Casa Cor De Rosa ganha uma grande quantidade de sorte!" Eu ri, porém a mais velha permaneceu séria.

"Sério?" Eu perguntei.

"Claro. Se eu fosse você me hospedaria lá ainda hoje." Ela permaneceu com o tom sério.

"Ah, mas eu já fiz reserva na pousada onde estou..."

"Eu pago o desfalque!" Eu ri sem graça. Por que ela estava tão decidida em me hospedar nessa pousada?

"Não... Ania..."

"Eu faço questão! Quero que você aproveite ao máximo essa experiência." Eu não aceitaria. "Vamos Lana, aceite isso como todos os presentes dos aniversários em que eu não estive. Por favor!"

Ela parecia chateada de verdade, e agora eu sabia que Ania era a Lokaster mais próxima a mim e, talvez, a única com qual eu manteria contato.

"Ok." Eu disse.

"Ok? Vai se hospedar?" Afirmei um pouco envergonhada. "Ótimo!" Ela sorriu animada.

A memória da 'visão' com minha mãe geriu essa decisão. A essa altura eu já havia compreendido que, de uma forma estranha, essas visões guiavam-me para uma direção mais próxima dos segredos de minha família.

Infinito - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora