Infinito - Livro I

Capítulo 32

O tempo se arrastavam maravilhosa e lentamente. Os momentos que eu passava com Elena e todos os meus novos amigos e familiares estavam listados numa interminável lista de melhores momentos que eu já vivi. Faltavam algumas semanas para a chegada do meu avô em Lavenham, Lauren e eu redecoramos a livraria de Ania e Elena me levava para fazer dezenas de passeios turísticos pela região.

Nada de muito importante acontecia e esse mar de tranquilidade as vezes me trazia alguns pesadelos... Sim, estar tudo bem me deixava assustada, pois sempre que eu tive algo de bom na vida isso me era tirado. Mas eu nunca permitiria que nada me afastasse de Elena ou qualquer um que eu havia acabado de encontrar.

E eu sabia, tinha certeza, que estava deixando passar alguma coisa. Só não sabia o quê. Mas algo dentro dos meus sonhos me dizia que um furacão logo tentaria derrubar o castelo que eu tinha acabado de construir... Mas, bem... Ele que tentasse, quando você constrói algo sólido e marca aquilo na sua vida, nada no mundo é capaz de destruir o que você tem.

"Está tudo bem?" Elena perguntou. "Tão pensativa..."

"Não, é nada, só estava pensando... Nós podemos dar uma caminhada pelo Bradfield Woods de novo...?"

"Claro!" Ela me brindou com aquele sorriso doce que eu tanto amava.

"Espera!" 

"O que foi?"

"Só... Continue sorrido assim." Eu disse enquanto buscava o meu celular dentro da bolsa. Quando ela o viu deu uma gargalhada. "Muito bom" Eu disse tirando a primeira foto. Elena fazia varias poses e nós riamos enquanto tirávamos fotos uma da outra. 

"Espere." Ela me puxou e tirou uma foto nossa. "Perfeito!" 

"Perfeito!"

*** 

"Nervosa?" Lauren perguntou. 

"Um pouco." 

"Não fique. Ele está louco pra conhecer você!"

"E ele vai adorar encontrar a neta e descobrir a pessoa maravilhosa que ela é!" Elena me abraçou de lado.

"Espero." Eu disse e Lauren me lançou um sorriso doce e reconfortante. 

Alguns minutos atrás meu avô materno chegou no aeroporto e Ania partiu para ir busca-lo. A cada segundo que se passava eu sentia o embrulho no meu estomago mais acentuado e as marteladas do meu coração pareciam mais altas.

De repente Elena ficou ereta e desfez o abraço. 

"Eles chegaram." Ela confirmou. Fiquei em pé num rompante. "Calma." Minha namorada estendeu a mão e eu a agarrei imediatamente. Como que numa comitiva, nós três saímos em direção a porta. 

"Oh, não eu..." O homem alto e com os cabelos grisalhos parou de falar assim que seu olhar cruzou o meu. Ele aparentava ter no máximo quarenta anos, e era bem conservado, com Ania. Forte, a pele num leve tom escuro os olhos castanhos como os meus... Um sorriso enorme foi desenhado em seu rosto e algumas rugas ficaram nítidas. "Lana..." Devagar o homem abriu os braços me convidando para um abraço.

Antes que eu desse o primeiro passo a palavra vovô escapou pelos meus lábios. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar um abraço mais desejado... Seu enorme corpo cobriu-me e encheu-me de um amor que eu nunca havia provado antes. As lagrimas correram livremente pelas minhas bochechas, mas um sorriso estava estampado no meu rosto.