Peter Jack me guiou para dentro de casa, passando pela sala e encontrando seus pais. A casa era linda. Uma moça incrivelmente sofisticada estava sentada em um sofá amarelo, quase da cor de seu cabelo. Ela encarava graciosamente uma lareira cinza que queimava dentro da sala.
- Pessoal, essa é a Amélia. Ela veio fazer um trabalho comigo hoje. - Peter exclamou com um tom formal.
Meus olhos ainda presos na mulher captaram o exato momento em que ela me percebeu alí. Com um sorriso doce inesperado, ela se levantou.
- Amélia! Sou Clarice - ela me cumprimentou com um beijinho no rosto.
E ela não estava sozinha; Ainda no sofá, havia um homem escondido por trás de um jornal aberto.
- Olá, Amélia - ele falou baixo enquanto dobrava o jornal - Peter falou de você hoje durante o almoço. - sua expressão cansada revelava olhos tristes.
- Ah. - soltei, com uma imensa vontade de morrer. Socorro Lana Del Rey! Devia ter ficado na cama. Percebi Peter um pouco constrangido com a situação e me limitei a um pequeno sorriso gentil.
- Você quer algo para comer? - a voz adocicada da senhora Abernathy me tirou dos devaneios - Ou um café, uma água? - Sra. Abernathy perguntou nos levando para cozinha.
- Café seria incrível. - afirmei com um sorriso, necessitando da cafeína no meu dia.
Sério, estou chocada. Eles parecem tão formais e... Chiques. Se fosse na minha casa, mamãe provavelmente estaria quase pelada e não com um vestido tão lindo, como a mãe de Peter está.
- Nós vamos pro meu quarto. - Peter avisou e me puxou com delicadeza pelo corredor iluminado pela luz do sol. Devido a rapidez em que ele me puxava mal pude ver os retratos da família pendurados nas paredes claras do corredor.
- Eu já levo seu café, Amélia! - Clarice exclamou, já distante.
Dentro do quarto, é visível que Peter já havia começado a pesquisa devido aos cadernos e folhas espalhados pela cama. Diferente do resto da casa, o quarto dele era tomado por cores escuras e pouco entrava luz do sol.
- Hã, Amélia, você pode se sentar na cama. - ele disse enquanto apontava em direção da cama enorme. Me sentei e de imediato, ele continuou. - Então, eu já comecei a fazer o trabalho e separei pra você uma parte, você pode copiar ela nesse papel gigante? - ele indagou me mostrando uma cartolina aberta Precisa de letra grande. - ele pediu parecendo agitado.
- Sem problemas.... Vou fazer isso. - aceitei a proposta dele.
Minutos depois, Clarice adentrou o quarto trazendo consigo duas canecas que eram, obviamente, café.
A maior parte do tempo que passamos fazendo todo o trabalho foi em silêncio, o que em qualquer outra situação seria constrangedor, mas dessa vez, eu não vi problema em curtir o silêncio.
Peter e eu estávamos assinando os trabalhos quando meu telefone começou a tocar - e foi tão alto que conseguiu me assustar.
- Charlotte? - Pergunto ao telefone.
- Amélia, oi! - Charlotte disse do outro lado da linha e continuou - tá tendo uma festa aqui na casa da Emma, foi de última hora. Vem! - ela gritou alto demais para ser ouvida de tão perto, então eu afastei o celular. Ela está bêbada. Tenho certeza.
- Não posso, estou terminando um trabalho na casa do Peter Jack. - contei
- Chama ele também! Vem Peter! - ela gritou mais alto ainda para que Peter ouça.
- Você quer ir? - Peter indagou.
- Sim, sim, parece ser uma boa ideia. - afirmei encarando-o.
- Hã, é, ok. - falei baixo - Charlotte já chegamos aí. - disse para Charlotte.
- Graças a Deus, Amélia! - ela respondeu - venham logo pombinhos - ela faz uma pausa. - kxnxnxjxkzxzzxjj Amélia! - ela disse tudo misturado e eu fui incapaz de entender - Gunner está aqui, venham logo! - e então Charlotte desligou.
Depois de terminar o trabalho por completo, Peter e eu estávamos no carro dele, a caminho da festa.
- Podemos passar na minha casa? Preciso trocar de roupa. Tô um lixo ambulante.
Ele riu baixo.
- Você não tá um lixo. Mas sua blusa tá do avesso, caso não tenha percebido - afirmou.
Abaixei os olhos para minha blusa, e toda a costura estava a mostra. Quantos anos eu tenho mesmo?
- É sério, pode me levar até lá? - perguntei ainda olhando para minha blusa e me perguntando se os pais de Peter repararam.
Quando chegamos na minha casa, fomos diretamente para o meu quarto.
- Onde está sua mãe? - Peter quis saber enquanto olhava meus livros um por um.
- No trabalho - respondi, escolhendo só uma calça preta.
- E no que ela trabalha? - Peter quis saber esticando os braços. O garoto se sentou na minha cama e eu sorri.
- Ela é enfermeira. - contei rapidamente - Eu vou no banheiro me trocar, já volto.
Saí do quarto velozmente e já no banheiro ajeitei a blusa que estava do avesso e vesti a calça.
Quando voltei para o quarto, Peter estava deitado em minha cama, com os braços abertos - como se estivesse morto, mas com um pequeno sorriso no rosto. Que retardado! Espera... Defuntos sorriem?
Parei estaticamente na entrada do quarto.
- Oh meu Deus, alguém assassinou o tão bondoso Peter Jack. - exclamei - Como vou viver agora que meu amado desse mundo se foi? - fingi tristeza com um tom extremamente dramático
O sorriso dele se alargou no rosto.
- Não se sintas mal, minha doce donzela. - Peter voltou do além e se levantou da cama ainda mais dramático - Meu espírito um dia vai encontar o seu, nem que tenha que procurar pelo céu ou no quente enxofre do inferno. Meu amor por ti é maior e mais eterno que a morte. - Peter se ajoelhou na minha frente, erguendo minha mão direita.
- Case-se comigo, bela donzela - Peter propôs, segurando o riso.
Pousei uma mão na testa e fingi surpresa.
- Sim, bom senhor, eu me caso. Mas só na próxima. - contei, também segurando o riso. Senti como se eu fosse explodir.
- Que próxima, minha tão desejada donzela? - ele quis saber, franzindo as testa.
- Na próxima encarnação. - Finalmente, eu caí no chão junto de Peter, e nós rimos como se nossas vidas dependessem disso. Eu faço tão piadas horríveis que acho que as pessoas riem por pena.
Jogado ao meu lado no chão, Peter começou a cutucar minha barriga me provocando horríveis cócegas. Eu sou muito sensível a cócegas, tenha misericórdia.
- Peter! Para! - exclamei gargalhando - - Por favor, senhor cavalheiro, eu imploro. - gritei me revirando e sentindo meus olhos lacrimejarem de tanto rir. Tentei empurrar Peter, que estava em cima de mim, mas ele é muito grande, e pesado! O garoto é um gigante!
- Eu vou parar! Mas só porque precisamos ir pra festa. Eu ainda te pego, senhorita Parker. - ele disse poucos segundos depois, entre gargalhadas.
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13/07/17
J.
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Eu (não) Estou a Fim de Você | Em Revisão
Teen FictionCUIDADO: esta história pode parar seu coração por ser clichê! "A curiosidade matou o gato" é o que sempre insistem em dizer para Amélia, uma garota extremamente curiosa de dezesseis anos. Ame tem um crush, Gunner Campbell. Típico para essa idade, nã...