Como o esperado, a casa estava vazia.
Um completo silêncio, quebrado apenas pelo barulho que meus passos emitiam.
Subi para o quarto carregando todas as coisas que a senhora me deu e coloquei-as sobre a cama.
Sentei-me ao lado das coisas e suspirei. O que deve haver aí dentro?
Abri a caixa e me deparei várias cartas. Me pareciam cartas de amor, já que em quase todos os envelopes haviam corações e laços. Retirei todas as cartas de dentro da caixa e bem no fundo havia um papel branco.
Assim que peguei percebi que era uma foto virada ao contrário. Ajeitei a fotografia em minhas mãos e meu coração simplesmente parou de bater por alguns segundos. Mesmo que não tenha realmente parado de bater, eu senti como se tivesse. Minhas mãos ficaram geladas e minha pele se arrepiou de um segundo para outro.
Corri até o banheiro com a foto em mãos e encarei o espelho. Meus olhos alternavam entre a foto e meu reflexo.
A foto era bem específica: era Louise jovem. Mas além disso, focava exatamente em seu rosto, mostrando cada traço, que podia facilmente ser comparado aos meus.
A única coisa que separava nossas semelhanças era o cabelo. O de Louise, loiro e claro como o sol, o meu castanho, como o do meu pai.
Tirei do bolso a foto que achei do John com a moça loira, Louise.
Olhei mais uma vez para o espelho.
Meus pensamentos ficaram selvagens, um milhão por segundo e voltei pro quarto correndo em busca do diário.
Meu coração estava cada vez mais acelerado e minhas mãos tremiam.
Peguei o diário na cama e comecei a ler.
Nele, Louise contava tudo, desde sua relação conturbada com Decã até seu mais novo corte de cabelo. Conforme as páginas eram lidas e puladas, as coisas pareciam estar mais animadas na vida de Louise. Me senti mal por alguns segundos por estar lendo algo tão privado mas, meu desespero não me deu outra opção.
"John P. e eu estamos nos conhecendo melhor agora. Ele é tão bom pra mim. Decã não é nada do homem que John é.
Espero nunca ter que contá-lo sobre nós dois, ele ficaria louco."Outro arrepio correu meu corpo.
Algumas páginas depois, Louise declarou em poucas palavras que havia dormido com John e que poderia estar grávida, mas nesse momento, eu já não aguentava ficar de pé.
No chão, li e reli as seguintes palavras:
"Eu o amo. Quero ter uma família normal com John, como eu viveria com meu irmão? Não posso corresponder aos sentimentos de Decã por mim. É errado, é sujo. Só não sei como dizer à ele que o pai do meu futuro bebê vem pedir minha mão em alguns dias. Nos últimos dias tenho realmente considerado fugir daqui com John. Seríamos felizes longe de tudo. Longe de Decã."
- Amélia? - ouvi John se aproximar pelo corredor e me tirar toda concentração. - O que é isso tudo? - indagou ele entrando no quarto.
Me levantei do chão olhando-o nos olhos.
- Por que você não me diz? - falo - Ela era minha mãe, não era? - pergunto mas John não parece entender - Louise era minha mãe. Estou errada? - minha voz cortou o ar com tamanho desgosto - O bebê que ela estava esperando era seu. Ela disse bem aqui! - exclamei segurando o diário azul - Me explica! - vociferei.
- Sim. - ele admitiu baixo olhando para o chão - Mas eram dois bebês, Amélia.
- Como assim? - junto as sobrancelhas.
Ele se aproximou um pouco.
- Por favor, eu espero que não me odeie. - pediu e continuou - Louise tinha uma doença chamada Útero Didelfo, estava grávida de duas crianças, mas que não eram gêmeas. - ele olhou para mim - Você e sua irmã, Maggie. - meu coração definitivamente parou, eu tinha certeza. Maggie. Irmã. Nós duas irmãs. - O irmão de Louise não aceitou sua gravidez e a trancou em sua casa até o dia do seu nascimento. - meu pai respirou fundo, ele parecia a ponto de desabar - Quando o momento de dar a luz chegou - ele fungou um pouco, algumas lágrimas rolaram de seus olhos - ela estava sozinha. Não havia ninguém para ajudá-la. Ajudar à vocês três. - ele parou por alguns segundos - Ela fez tudo sozinha. Tudo. Deixou você e sua irmã seguras mas não pode salvar a si mesma. E então ela se foi. - eu não conseguia me mover, nem respirar era confortável naquele momento, eu estava em choque. - Decã me odiava, era fato, - ele continuou - mas éramos jovens e ele não podia cuidar das duas sozinho então trouxe você pra mim. - ele encarou o chão - Eu o perguntei sobre o corpo de Louise mas não obtive respostas. Dias depois ela foi dada como desaparecida. - ele juntou as sobrancelhas - Não se preocupe, Suziane só sabe que você é minha filha. Nunca contei à ela sobre Louise. Não a culpe. Por favor. - ele implorou.
- Por que não me disse antes? - foi a única junção de palavras que consegui dizer.
Me virei e juntei tudo que tinha sobre Louise, peguei minha mochila com minhas roupas e passei direto por John. Eu estava indo embora. Para onde? Não sei. Minha própria mãe não era minha verdadeira mãe, o garoto por quem estava apaixonada me odeia e meu namorado é um psicopata. Tudo ótimo por aqui.
- Amélia! - John veio correndo atrás de mim até o carro, ele ainda usava seu uniforme de policial azul escuro - Não faz isso. Por favor! - abri a mala e joguei tudo lá dentro - Eu te amo, querida! Eu quis te proteger! - ele veio mais pra perto e eu parei para escutá-lo - Me perdoa, por favor. Me perdoa por mentir, filha.
Olhei-o diretamente em seus olhos.
- Eu vou te perdoar, pai. Eu sei que vou. Eu quero. - respirei fundo - Mas preciso de tempo agora. Estou me afogando em tanta informação.
Me afastei e abri a porta do carro.
- Eu te amo, filha. Espero que me perdoe. De verdade. - ele disse.
Entrei no carro.
- Adeus John.
Eu queria chorar. Queria muito. Mas meu corpo estava em compelto pane e em choque. Eu não conseguia expressar nenhuma reação diante daquilo. Não naquele momento.
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A e eu não revisei o capítulo pq to clima pra postar e dps vejo se tem erros!!!! Se acharem me aviseeeeeeeeem!!!!!!
- JUJUBA
13/01/2019
01:12 am
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Eu (não) Estou a Fim de Você | Em Revisão
Novela JuvenilCUIDADO: esta história pode parar seu coração por ser clichê! "A curiosidade matou o gato" é o que sempre insistem em dizer para Amélia, uma garota extremamente curiosa de dezesseis anos. Ame tem um crush, Gunner Campbell. Típico para essa idade, nã...