Estávamos caminhando para dentro da casa depois da minha descoberta sobre a sexualidade de uma das minhas melhores amigas, e Peter colocou seu óculos, o que foi suficiente para que eu fizesse um comentário idiota.
- Você parece um ator pornô quando usa esse óculos. - digo guardando meu celular no bolso.
- Então você me imagina em um filme pornô, Amélia? - ele me guia para o centro da sala, onde há várias luzinhas penduradas no teto.
- Não, claro que não. - eu balanço a cabeça meio que freneticamente - Por que eu imaginaria você em um filme pornô? Eu nem assisto filme pornô!
Peter ri e ajeita seu óculos - Vossa alteza, me concede essa dança? - ele pergunta quando começa começa a tocar Marvin Gaye do Charlie Puth.
Faço que sim com a cabeça e ele pega meu braço e me gira pela sala. Peter me puxa para perto e dançamos como se dois amantes do século dezenove, rodeados por crianças e alguns adultos.
Os adultos parecem tão distantes, alguns prestam atenção no celular e outros apenas respiram, seus olhos, sem nenhum foco. É como se eles não estivessem aqui. Talvez não estejam mesmo, as pessoas parecem tão vazias e infelizes com suas próprias vidas que suas cabeças estão bem longe de mim e de Peter.
Nós não paramos de rir e ele me gira mais uma vez e dançamos até que a música acaba.
Rindo descontroladamente, me afasto de Peter e digo:
- É melhor eu ir para casa.
Depois que nos despedimos de Kat, já dentro do carro, volto com o Coisas Favoritas.
- Qual é a sua palavra preferida? - Pergunto prendendo o cabelo em um coque.
- Philia. - Ele me olha de soslaio arrumar o cabelo.
- O que significa?
- Vem do grego e significa, ao mesmo tempo, amor e amizade. - ele levanta uma sobrancelha - e a sua?
Eu cruzo os braços - Não tenho nenhuma palavra preferida. Eu acho. - pouso minhas mãos nas pernas - Você me disse que sua cor favorita é branco, mas você vive usando preto. Por que?
- O preto é o lado oposto do branco. Eu gosto do que é contrário. Do oposto.
Me viro bruscamente - Você viu um garoto açougueiro lá na festa?
- Hã, acho que não. - ele diz sério.
- Tinha um açougueiro lá! Um garotinho! - Eu digo exasperada.
- Tá, eu acredito em você! Eu acredito! - ele ri e coloca uma mecha do cabelo no lugar.
Quando chego em casa, encontro minha mãe jogada no sofá, vestindo apenas um short e um sutiã. Jesus.
- Amélia, onde você estava? - dona Suziane pergunta mudando o canal.
- Na festa da sobrinha do Peter. - digo me sentando perto dela.
- Você não me avisou que ia sair. - ela diz em tom de reprovação.
- Eu sei, desculpa mãe. Eu esqueci. - digo e tiro minha blusa e os tênis.
- Não faça isso de novo. Pelo menos deixe um bilhete. - ela insiste.
- Ok, mãe. Da próxima vez eu te aviso. Prometo.
- Tá com fome? Acho que vou fazer uma vitamina de morango. Vai querer? - ela pergunta se levantando.
- Não, eu tô indo dormir.
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Eu (não) Estou a Fim de Você | Em Revisão
Teen FictionCUIDADO: esta história pode parar seu coração por ser clichê! "A curiosidade matou o gato" é o que sempre insistem em dizer para Amélia, uma garota extremamente curiosa de dezesseis anos. Ame tem um crush, Gunner Campbell. Típico para essa idade, nã...