Capítulo seis

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- Ele segurou sua mão? Sério? - ela perguntou exaltada.

- Sério. - Eu admiti, meio envergonhada.

Aquela noite era intrigante, o que diabos estava acontecendo comigo? Do dia para a noite, eu e Peter Jack ficamos muito próximos, como se já fizéssemos isso há anos e anos! A lua na lateral da janela do carro testemunhava a confusão que se instalava dentro de mim. Eu não estava sendo... Eu.... ultimamente. Afinal, quem era eu, de qualquer maneira? Nunca tive nada para oferecer, no final das contas. Bem ao meu lado, Char continuava a tagarelar:

- Eu não acredito! Peter apaixonado por você? O Peter Jack? Aquele que só fica na dele? O mesmo super sexy e intimidador que ninguém sabia que tinha coração? Não consigo acreditar! - ela gritou e senti minha cabeça latejar. - Ah, Amezinha, isso tudo é muita novidade pra sua amiga aqui!

Revirei os olhos com um sorriso fino no rosto.

- Ele não está apaixonado e não é sexy e intimidador, você está viajando na batatinha, meu doce. - contestei, sem tirar meus olhos da estrada. Não era um real desinteresse no assunto, eu só não queria demonstrar o quão curiosa estava a respeito disso tudo. Essa coisa toda com Peter foi momentânea, o trabalho nos proporcionou isso, e ele provavelmente nunca mais vai olhar na minha cara, como sempre foi. Bem, pelo menos era o que eu esperava dele.

- Sim, ele é. - ela sorria de orelha a orelha - Ele é muito gostoso, mas parece uma sombra. As garotas adoram esse mistério todo que ele guarda debaixo roupas pretas! Só existe um porém... - ela disse com a voz oscilante.

- E qual é esse porém? - indaguei encarando-a.

- Ele pode ser algum criminoso, algum chefão que ganha todas no Poker. Não sei se confio nele e naquele cabelo lindo e mais hidratado do que o seu! - ela contou num tom baixo.

- Você ouviu o que acabou de dizer? - ri - "Chefão do Poker" quanta criatividade, Char. - inclinei a cabeça para o lado dela rindo - Talvez ele seja um pouco misterioso, mas algumas pessoas não conseguem se expressar muito bem, certo? Não é como se ele fizesse isso porque quer.

- Você tem razão. - concordou - Nós duas temos, ele pode sim ser um criminoso ou apenas tem dificuldade de se expressar.

Na manhã seguinte, o som do meu despertador barra rádio, tirou-me dos meus mais lindos sonhos me acordando para a realidade.

- Agora, sobrevoando o trânsito da Avenida George Bunsh, o repórter Gale Fanning. Bom dia, Gale! Como está o trânsito ? - O apresentador de voz fina perguntou diretamente do rádio.

- Bom dia, Paul! O trânsito está normal hoje. O tempo de travessia da Avenida George é no máximo de trinta minutos. Agora, ás seis horas e quarenta minutos, o seu está bem aberto, Paul. Teremos um dia bem ensolarado.

Abro os olhos imediatamente com o susto.

Seis horas e quarenta minutos. Estou atrasada! Muito. Atrasada.

Vesti o minha roupa para a escola - sem tempo para banho desta vez - e desci as escadas correndo, pulando alguns degraus. Havia uma sensação estranha de estar esquecendo algo... Ah, eu não tinha escovado meus dentes!

Ri sozinha da minha própria desgraça. Isso quase nunca acontecia, eu sou tãããão pontual! OK, nem tanto assim, mas atrasos não eram minha especialidade.

Quando voltei de novo para o andar de baixo encontrei um bilhete da minha mãe em cima da bancada da cozinha.

Precisei sair mais cedo para uma reunião do Conselho com as enfermeiras. Tenha um bom dia, amo você.

Eu (não) Estou a Fim de Você | Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora