Uuuuh, sexy

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Mamãe chegou pela noite, e eu a interroguei.

- Filhos? - ela indagou - Não, ele está sozinho há bastante tempo. Não tem filhos. - ela fez uma careta - Só a Maggie, mas você sabe que ela não é filha dele.

Tentei conter a curiosidade, mas não fucionou.

- Tem certeza? - levantei as sobrancelhas - Ele nunca foi casado ou algo do tipo?

- Não, Amélia. Ele é um homem solitário. - ela foi em direção à cozinha e continuou falando - Por que toda essa desconfiança? Ele é um homem bom, de confiança.

- Você mal o conhece! - exclamei me jogando no sofá, cobrindo os olhos com o braço.

Mamãe merece ser feliz. Eu sei disso. Ela merece amar mais uma vez. Eu não quero ser implicante, mas a felicidade não pode durar só por um momento, ela precisa ser genuína e duradoura. Não quero que ela seja feliz com Decã por um ou dois meses, e depois ela acabe descobrindo algo que eu não descobri e desmorone. Não quero vê-la triste e magoada de novo.

Estou agoniada.

- Voltarei pela manhã. - mamãe disse - Vou sair mais tarde. Só vim tomar um banho.

Me levantei do sofá em um pulo.

- Você precisa descansar um pouco, mãe. - falei me dirigindo até as escadas. - Nesse ritmo vai ficar lelé da cuca.

- Você vai primeiro. - ela respondeu soltando o rabo de cavalo.

Parei.

- Foi o planalto quem te trouxe, né? - perguntei e ela sorriu.

- E é ele quem está esperando lá fora. - respondeu.

- Ele seria um bom chofer. - falei entre risadas.

- Sim! - mamãe concordou, rindo como uma adolescente.

Subi e me joguei na cama, sentindo a exaustidão emocional tomar conta de mim. Acabei dormindo, mas acordei com a porta que bateu, indicando que mamãe acabava de sair. Escutei o carro de Decã e me levantei. O pequeno relógio sobre um criado-mudo indicava ás dez da noite.

Desci as escadas e liguei a televisão em um canal de musicas, dançando ao som de Time Of My Life, na voz de Bill Medley e Jennifer Warnes.

- 'Cause I've had the time of my life - cantei dançando pela sala, sozinha.

Preparei um sanduíche de queijo, presunto, orégano e requeijão. Devorei tudinho beeeeem rápido.

Rebolei no estilo possuída pela casa até minha energia acabar. Deitei no chão de braços abertos.

Eu não quero ficar sozinha.

Subi pro quarto e me olhei no espelho grudado atrás da minha porta.

Pijama de inverno roxo. Pareço uma criança de dez anos, mas uma criança de dez ano muito legal. Fiz poses estravagantes na frente do espelho, a musica ainda tocava na sala. Não estava muito alta, mas era o suficiente para que eu ouvisse do meu quarto.

Me deitei na cama e alcancei meu celular. Encontrei Peter nos meus contatos e liguei pra ele. Peguei seu número em uma conversa online no Facebook.

Depois de três toques, ele atendeu.

- Amélia. - disse ele, sua voz baixa e rouca.

Hum, sexy.

- Jack. - cumprimentei. - Está ocupado?

- Precisa de mim? - pude senti-lo sorrir presunçosamente do outro lado do telefone.

- Está disponível, meu caro? - idaguei.

Eu (não) Estou a Fim de Você | Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora