no happy end

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"A beleza em tudo o que ela é

Terei coragem

Não deixarei nada levar embora

O que está à minha frente

Cada suspiro

Cada momento nos trouxe até aqui"


- A Thousand Years, Christina Perri


Taças cheias de líquidos brilhantes nas mãos de pessoas vazias. Nenhuma das bebidas tinha álcool, ou pelo menos não devia ter, mas todos pareciam um pouco "animados" demais para estarem sóbrios. Peter reapareceu no ginásio alguns minutos depois de sair, com Thomas ao seu lado. Sua expressão era séria, mas se descontraiu quando seu olhar encontrou o meu. Gostaria de saber o que aconteceu.

- Você quer dançar? - Peter perguntou enquanto se aproximava.

Sorri calmamente.

- Eu não sei dançar. - respondi encarando o chão.

- Ei - ele segurou minha mão - Aconteceu alguma coisa? - Peter juntou as sobrancelhas.

- Você tá bem? - eu perguntei me levantando.

Ele deu um pequeno sorriso.

- Sim. Por que não estaria? Tenho a melhor garota do meu lado. É impossível não estar bem. - ele afirmou, ainda com um sorriso nos lábios.

Respirei fundo. Ele estava mentindo, eu tinha certeza. Ele não está bem, está com medo. Só não sei o que o assusta tanto.

- Não é o que parece. - suspirei - Quer sair daqui? - perguntei.

Peter pareceu gostar da ideia.

- Claro.

Peter mal teve de tempo de sorrir e ouvimos a voz de Gunner chamando pelo meu nome.

Me virei e Gunner parecia aflito.

- Preciso de um minuto seu. - Gunner exclamou.

- Precisamos conversar. - falei me aproximando.

- Eu sei. Vem comigo. - ele pediu e se virou.

Gunner e eu caminhamos até um pequeno quarto que fica ao lado da cozinha. Estava praticamente vazio, com apenas alguns produtos de limpeza e vassouras.

- Gunner, eu não... - pigarreei - Eu não sei se ainda quero bancar sua namorada. - afirmei de uma vez e o encarei - Na verdade, eu não quero. - admiti com os punhos fortemente serrados.

- Amélia, que pena. - Gunner suavizou o olhar e um brilho de compaixão passou por seu rosto pouco iluminado. - Você não tem que querer, docinho.

O rosto do garoto tomou uma espressão dura, como um pai esbravecido olhando diretamente para um filho malcriado.

- Como que você disse? - indaguei, com as sobrancelhas franzidas sem entender direito.

- Você vai ser o que eu quiser que seja. - ele vociferou.

- O que deu em você? Seu estúpido! -indaguei, começando a ficar irritada.

O que diabos está acontecendo? - pensei.

Eu (não) Estou a Fim de Você | Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora