Meu pai tinha me avisado assim que o comuniquei sobre minha vinda que ele estaria na delegacia e que eu devia passar por lá antes de tudo. E foi o que eu fiz.
O dia tinha mudado repentinamente: o que era ensolarado agora estava cinza e o chão molhado pela chuva que por ali passara.
Assim que desci do carro o homem alto de cabelos escuros e bigode no estilo Freddie Mercury vinha em minha direção e me abraçou, tirando-me do chão.
- Minha filhinha! - ele exclamou sem me soltar - Você está enorme! - E ele me soltou. - Senti tanta saudade de você, querida. Tanta.
Sorri cautelosamente.
- Também senti sua falta, Pai. - olhei para a delegacia - E onde está o senhor Facinelli? Faz muito tempo que não o vejo! - suspiro.
- Ele foi atender um chamado de pertubação do sossego público. - ele levantou as sobrancelhas - Parece que é uma festa e, sabe qual o pior? Oliver também deve estar lá. - Cam Facinelli é um homem baixinho e um pouco careca que não se parece nem um pouco com seu filho: Oliver. O garoto é enorme e loiro, parecido com a mãe, o Facinelli insiste em dizer todas vez que encontramos Oliver. - Está com fome, querida?
Suspiro em alívio.
- Nossa, muita fome. Muita mesmo. - admito e meu pai ri.
- Eu sabia. - ele diz e me guia até seu carro para irmos comer.
É sempre muito engraçado estar aqui. Já é quase nove da noite e meu pai está no sofá vendo algum tipo de reality show americano sobre casamentos. Na verdade acho que ele já dormiu. A casa não é tão grande, afinal, ele mora aqui sozinho. Também não é lá muito arrumada mas é compreensível. Eu me lembro exatamente de quando ele comprou essa casa: Segundo ele, era perfeita. "Tem dois quartos, um pra mim e um pra você" ele dizia. Uma pena que meu quarto não tenha nada mais que uma cama e uma cômoda de roupas. Eu até moraria aqui, é tudo tão calmo.
No dia seguinte, tomei café da manhã com meu pai e assim que ele foi para a delegacia, fui atrás do endereço no caderno do Decã.
Não tão longe de onde meu pai morava, o lugar era lindo; Uma vizinhança muito cuidadosa com seus devidos quintais e decorações exteriores.
A casa em que o endereço me levou parecia reformada, era nova e havia habitantes. Por que não bater, não é mesmo? Eu já tô na chuva mesmo, agora é só me molhar.
Bati três vezes seguidas na porta de madeira branca e logo depois, uma senhora me atendeu. Ela era idosa, obviamente, pelos seus cabelos brancos e postura corcunda.
- Olá, eu gostaria de... - não pude terminar porque ela logo me interrompeu
- Louise? É você? - ela semicerrou os olhos enrugados - Louise! Eu tenho um retrato seu! Por favor, entre! Entre! - a mulher insistiu para que eu entrasse e me deu caminho - Suas coisas... eles deixaram todas elas aqui! Livros, retratos, roupas, cadernos... Eu estava esperando você os buscar! - ela dizia enquanto me levava em direção a um pequeno quarto.
- Eles quem? Quem deixou as coisas aqui? - indaguei
Ela se virou para mim.
- Seu irmão! O senhor alto, bonitão. Ele disse que eu cuidaria bem das suas coisas até você poder pegá-las de volta! - ela destrancou e abriu uma porta escura ao seu lado - E eu cuidei!
Dentro do pequeno quarto não havia muito; Apenas alguns livros, cadernos e roupas. Encontrei um caderninho e abri para folheá-lo. Era um diário. Da Louise. Haviam fotos ali também, algumas, na verdade. Poucas tinham o rosto de Louise, eram em geral fotos de paisagens e até alguns rapazes.
- Nesta aqui você estava tão linda! - a moça veio até mim com um retrato. Louise e eu tínhamos alguns traços em comum, mas ainda não entendia o por quê de ser confundida assim tão facilmente com ela. - Tome, leve isto, são seus pertences mais importantes, eu acho. Guardei muito bem! - ela me entregou uma caixa de sapatos quadrada.
- Muito obrigada. - coloquei o diário sobre a caixa e me despedi da senhora. No caminho de volta até a porta agradeci mais uma vez e ela sorriu docemente.
Ok, ser confundida com uma pessoa completamente aleatória que já morreu há anos é essencial na vida de uma garota.
Coloquei tudo na mala do carro e fui em direção à casa de John, que estaria vazia essa hora. Perfeito para ver tudo que consegui sobre Louise. Trouxe também a foto dela com o John que encontrei na carteira do Decã dias atrás.
Qualquer coisa poderia me ajudar a saber mais sobre essa bagunça toda. Qualquer coisa.
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12 de janeiro de 2019
02:53 am
Gente gente gente
Tô muito animada com livro!!!
Espero que gostem!
Vale lembrar do meu canal de covers no youtube e que o link está na minha biografia, no perfil!Obrigada pelos 8k!
Beijoooooos!!!!
Juju
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Eu (não) Estou a Fim de Você | Em Revisão
Teen FictionCUIDADO: esta história pode parar seu coração por ser clichê! "A curiosidade matou o gato" é o que sempre insistem em dizer para Amélia, uma garota extremamente curiosa de dezesseis anos. Ame tem um crush, Gunner Campbell. Típico para essa idade, nã...