investigation part two

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Já passava da meia noite quando mamãe e eu chegamos em casa após o jantar com o Decã. Desejei a ela boa noite e subi para o quarto rapidamente, com a intenção de ler tudo que havia escrito naquele caderninho que encontrei.

Puxei o pequeno caderno de dentro do meu sutiã, onde havia escondido, e me sentei na cama.

Quase todas as folhas do caderno estavam preenchidas com nomes. Muitos nomes. Muitos mesmo. A maioria era composto por muitas consoantes, como nomes de alemães e russos, quase impossíveis de se ler. Mas haviam alguns nomes comuns entre eles. Bill Phillips, Charlie Bridgeson e... Gunner Campbell.

- O que? - falei para mim mesma.

Gunner Campbell.

O nome dele estava escrito ali, com todas as letras! Todas!

Imediatamente busquei por memórias que ligassem Gunner ao Decã mas nada me pareceu suspeito a ponto de relacionar eles dois.

Folheei o caderno, procurando por mais informação e encontrei um endereço, apenas.

Saint C. Jesuit, Westchail, 45.

Westchail, cidade onde Louise morava com Decã e Maggie. A mesma onde meu pai é delegado.

Procurei meu notebook pelo quarto e assim que encontrei coloquei o endereço no Google, que me deu uma rota completa de como chegar em menos de uma hora e poucos minutos até a casa ali endereçada.

Eu iria até lá no dia seguinte, usando como desculpa uma mera visita ao meu pai, John. Era uma boa ideia. Pensei em comunicar Cassy mas qual seria o sentido de levá-la a uma visita ao meu tão famigerado pai? 

Me deitei, cansada por conta de tantas perguntas ainda não respondidas. 

Eram dois planos no total: Pela manhã, o projeto de James Bond aqui iria até a casa de Gunner Campbell, daria alguns minutos de atenção para a parte da pesquisa onde eu sigo ele como uma psicopata - essa parte deveria ser compartilhada com a verdadeira louca, Cassy - e a outra parte do plano é dirigir até a outra cidade, Westchail.

Na manhã seguinte, eu - infelizmente - estava dentro do carro da mamãe Suziane, seguindo o Jeep de Gunner pelo litoral. O vento é mais forte e as pessoas passeiam seminuas pela praia. Que beleza. Estou seguindo-o faz alguns minutos e ele não fez nenhuma parada.

Não foram poucos os minutos que desperdicei até que O Jeep entrou em um beco pouco movimentado e apertado o suficiente para que o Ex-Deus Grego perceba meu carro. Sendo assim, desci do carro e fui atrás dele a pé beco a dentro.

Poucos passos depois, me escondi atrás de uma parede e logo na virada, Gunner e um outro homem conversavam baixo, como sussurros, algo quase impossível de se ouvir. De repente, o homem se irrita e segura Gunner pela gola de sua blusa. Minhas pernas estremeceram com a brutalidade e a voz do homem, que tinha duas vezes o tamanho de Gunner, só aumentava, dizendo palavrões horrorosos.

- Eu não dou a mínima! - o homem gritou - Eu quero ela! - ele parecia furioso. Notei um sotaque espanhol diante daquele grito.

Mas que merda?

Gunner contariu o maxilar, com o ódio visivelmente borbulhando em seu rosto.

- Haverá lucros. - Gunner rosnou, como um verdadeiro cão - Você precisa esperar.

O homem então soltou Gunner, e o mesmo quase caiu no chão.

- Me traga logo esses lucros ou eu vou lucrar com a sua cabeça! - o homem exclamou alto o suficiente para que eu ouça e se virou, seguindo em frente para mais afundo no beco.

Gunner se encostou na parede e abaixou a cabeça.

Saí correndo beco a fora e esbarrei em um barril de metal, que caiu no chão. Corri e me enfiei no carro o mais rápido que pude. Que diabos acabou de acontecer? Eu me pergunto. Ligo o carro e piso fundo no acelerador em direção de casa.

Mas sobre o que o homem estava dizendo? Ela quem? Ou o que?

Talvez eu possa usar isso ou essa pessoa para sair da forca que Gunner me colocou.
Para acabar com um manipulador, é preciso manipulá-lo duas vezes mais. Correto?

Corri o mais rápido que pude de volta para o carro e dei partida assim que virei a chave na ignição. Senti meu coração bater exageradamente rápido, como asas de beija-flor. Tem muita coisa por trás da faceta angelical super fingida do jogador de lacrosse, e eu quero muito saber o que é. 

Eu (não) Estou a Fim de Você | Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora