Peter estava me contando sobre uma história de quando ele era criança quando alguma coisa passou na frente do carro e eu freiei bruscamente - gritando - e Peter para com o rosto quase no vidro por não ter posto o cinto de segurança.
- Meu Deus! - eu berro agarrando o braço de Peter. - Você está bem?
Ele se vira para mim um tanto assustado.
- Eu tô bem, mas por que você parou assim? - Peter exclamou.
- Eu acho que atropelei algo ou alguém. Eu não sei. Eu sou uma assassina! - eu choraminguei sentindo minha mão livre começar um rebuliço, tremendo, e a outra apertar o braço de Peter.
- Eu vou ver o que é. Fique aqui, certo? - ele prende uma mexa de meu cabelo atrás da minha orelha e eu balanço a cabeça freneticamente sinalizando um sim.
Peter sai do carro e anda até a frente, então se abaixa. Eu coloco minha cabeça do volante, temendo o que há por vir. E se eu matei alguém? Eu vou ser presa! Merda, merda, merda, merda!
Quando levanto minha cabeça, Peter está caminhando até a porta, sorrindo e abraçando algo que parece ser bem pequeno, com um...cachorrinho!
Ele entra no carro e coloca o filhotinho no colo. - Você não é uma assassina, você não o atropelou, ele se assustou com o carro e...- ele faz uma pausa - Você está bem? Está pálida.
- Hã, aham, bem... é, estou bem. Eu acho. - gaguejo observando o cachorrinho. Ele ou ela é todo preto, como o cabelo de Peter. O totózinho parece confortável no colo de Peter.
- O que vamos fazer? - indago pousando minha mão na cabeça do cachorrinho. Ele imediatamente levanta a cabeça e eu o pego.
- Olá bonitinho! - é macho - Eu quase te atropelei, né? Sinto muito. - eu esfrego meu nariz no dele. É tão pequenininho! - Coloque o cinto de segurança. - digo, feito um general.
Peter me observa com um ar brincalhão e prende o cinto. Me pergunto se ele esqueceu, por um momento, o que sua mãe está passando. Espero que sim.
- Podemos ficar com ele. - Peter propôs.
- Minha mãe me mataria. - desabafo entregando o cachorrinho para ele e ligando o carro, dando partida logo em seguida.
- Ele vai ficar comigo, mas também é seu. Você vai precisar visitá-lo para que cresça saudável e feliz. - ele abraça o bichinho.
- Certo, mas qual será o nome dele?
Eu sou péssima com nomes. Completamente. Nunca consigo pensar em um nome decente sob pressão. Nunca. Sempre sai coisas como "Cleusa Sheila Melo", "Potranco aguenta barranco" e até mesmo "Jesus".
- O que você acha de Jon? Como o Jon Snow. - ele me olha.
- Perfeito. - eu reparo em seu cabelo, que está caído sobre a testa.
- Ele se parece com o próprio Lord Snow. - ele diz distraido com o pequeno Jon.
Mantê-lo distraído. É isso. Eu preciso mantê-lo distraído em relação a situação de sua mãe. Peter é uma pessoa especial, ele é diferente e eu não sei porquê. Ele não é só mais alguém que você diz qualquer coisa e dane-se o que ele vai pensar. Eu sinto como se fosse necessário moldar tudo o que digo e o jeito como isso vai se acomodar em sua mente.
Ele não é frágil, ele é só... O Peter. Ainda mais agora com sua mãe doente. Não quero que ele saiba sobre eu e Gunner. Talvez Emma tenha razão. Estamos tão próximos, nem sei o que ele pensaria. E se isso atrapalhasse nossa amizade? Peter é um garoto completamente diferente de Gunner.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu (não) Estou a Fim de Você | Em Revisão
Teen FictionCUIDADO: esta história pode parar seu coração por ser clichê! "A curiosidade matou o gato" é o que sempre insistem em dizer para Amélia, uma garota extremamente curiosa de dezesseis anos. Ame tem um crush, Gunner Campbell. Típico para essa idade, nã...