O recomeço

Capítulo 1

A seis meses atrás, saí da minha cidadezinha, e vim morar em belo horizonte,onde Bruno o marido da minha amiga, conseguiu um emprego pra mim. Vendi a casa que meu pai possuía, e comprei uma pequena quitinete, próximo a faculdade que me matriculei.

meu trabalho fica cerca de 20 minutos da minha casa, vou e volto a pé todos os dias, faz parte da minha rotina diária, e do meu tratamento, já que tenho que praticar atividades físicas, para meu corpo liberar endorfina.

me adaptei bem a faculdade, e no meu emprego, anos de terapia me ajudaram muito, e conviver com pessoas, já não é mais um obstaculo.

Gosto muito do que faço, e de cara, me dei muito bem com Andreia e Siely, e logo nos tornamos amigas, elas me lembram muito a Amanda, minha melhor amiga.

Me olho no espelho, e encaro a jovem de 21 anos ,sem vaidade alguma, não que eu não queira me arrumar, mas o medo, faz, com que eu queira me tornar invisível diante das pessoas. Eu sempre fui considerada uma moça bonita e isso trouxe pra minha vida muitos prejuízos .

Faco uma trança embutida, que ultimamente tem se tornado a minha marca registrada, com minha legging preta e camiseta, visto por cima, o meu uniforme, esse é o único jeito que eu consigo sair de casa, só assim me sinto segura. Andreia e Siely, sempre me questionam, o porquê ,de eu usar um uniforme maior ,do que eu realmente visto. mas me vestindo assim, sinto que eu passo despercebida pelas pessoas.

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Trabalho como recepcionista, em um escritório de advocacia, Andréia e Siely são secretarias, Andréia é uma mulata de 28 , cheia de energia e que arrasta um bonde pelo seu chefe Alex, que é o dono do escritório, já Siely é uma loira alta de 26 anos,e um corpinho de modelo, nada romântica, não se apega a ninguém , somente pega e desapega, como um trocar de roupas.

Minha rotina é a mesma todos os dias, acordo vou para o trabalho, depois faculdade e depois cama, nos finais de semana, cuido das atividades domésticas, e estudo as matérias do meu curso, raramente saio, a única exceção é  quando Amanda sai  me arrastando para algum lugar.

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_ Ei ruivinha, feliz niver amiga, não vai ter como eu te ver hoje, porque estou na correria, mas deixei seu presente com o porteiro do seu casulo.

_ Obrigada amiga, você sabe que não precisava me dar nada, eu te amo, mesmo quando não ganho presentes.

_ Sua boba. Mas até amanha, depois nos falamos. Beijinhos.

_ Até Amanda. Encerro a ligação e Andréia e Suely me encaram.

Amanda é minha amiga de infância, e foi ela quem me ajudou a superar tudo que passei, nem mesmo Bruno seu marido sabe o que aconteceu comigo, confio minha vida nela e sempre a  agradeço por não ter desistido de mim.

_ Quer dizer que a ruiva esta fazendo seus 21 aninhos e não contou as amigas, grande amiga você é, sua vaca.

_ Eu sei que vocês me amam, mas a muito tempo eu não  comemoro meu aniversário.

_ Mas você merece uma comemoração, que tal uma saidinha depois do expediente?

_ Valeu meninas, mas eu tenho facu hoje. Não vai dar.

_ Você sempre tem uma desculpa, nunca sai com a gente. _ Mas amanhã  você não tem desculpa, nada de trabalho, nada de faculdade, quero te ver linda, na festa da empresa. Nada de roupas gigantes, e cara lavada, mostre pra nós, o mulherão que tu é.

_ Acho que não vou, não estou muito afim.
_ Nem que eu tenha que arrastar você Luiza, dessa você não escapa.

Tendo me desvencilhar da conversar, e graças a Deus o horário do almoço se encerra e  cada uma de nos volta  cuidar da sua função.

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Chego em casa e vou logo abrindo o embrulho que Amanda deixou pra mim na recepção, é um vestido longo muito bonito, um azul escuro com estampa florais em branco, a tempos que não uso um vestido, mas tenho certeza que Amanda escolheu um longo por conta da minha insegurança, ela me conhece como a palma da mão, mas sei também que é um sinal , de que vou ser obrigada a ir na comemoração de amanhã.