capítulo 8

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_ Bem vinda , ao meu lar doce lar. - Diogo se abaixa entrando na barraca.

_ Vamos ter que dividir o cobertor, pois não pretendo virar um picolé até  de manhã, tudo bem?

_ promete que não vai tentar tirar uma casquinha enquanto eu estiver dormindo?

_ Claro que sim! Se você não se lembra, você já dormiu junto comigo e eu não te encostei se quer um dedo.

_ Muito obrigada por aquele dia, e me desculpe por ter invadido sua bela cama.

_ pensando bem, eu te encostei mais que um dedo . - Diogo olha pra mim sorrindo, enquanto eu ajeito um travesseiro improvisado, e eu paralisou com sua fala, olhando pra ele apreensiva.

_ eu te sacudi muito tá, e também dei uns tapinhas no rosto, mas foi de leve, eu juro.

relaxo meu corpo, com sua palavras, como ele consegue ser tão descontraído, e me transmitir tanta segurança?

_ Você pode não acreditar, mas eu confio em você, não sei porque, mas eu confio.

_ É muito bom ouvir isso. - Diogo pega seu travesseiro e vira seu corpo de costas para mim. _ Boa noite Luiza.

_ Boa noite Diogo.

fico ali deitada de barriga pra cima encarando o teto da barraca, esperando o sono vir. Logo logo eu ouço a respiração tranquila de Diogo, q dorme como um anjo. -Como pode um homem ser tão bonito, tão gentil?
Aos poucos pego no sono, um sono  tranquilo.

Acordo com um som pavoroso, pego meu celular , me sento e verifico as horas, são uma e dezessete da manhã, escuto novamente e me faz arrepiar, e como se fosse gritos, fico apavorada. Olho para Diogo, que mudou de posição enquanto dormia, e continua dormindo profundo. Escuto novamente , e me desespero.

_ Diogo? - chamo baixo bem próximo ao seu ouvido. _ acorda. - sacudo um pouco seu corpo. Chamo mais algumas vezes, e ele acorda.

_ o que foi Luiza? Não consegue dormir?

_ Diogo eu tô com medo, acho que tem alguém aqui. - ele se senta e me olha, colocando atrás da orelha, a mecha do meu cabelo que estáva em meu rosto.

_ Calma. Tem muita gente aqui, não somos os únicos.

_ Eu sei Diogo, mas tem alguém dando gritos horríveis, e se alguém nos pegar? Torturar ou matar a gente?

_ Ei. - Diogo me abraça, apoiando minha cabeça sobre o peito dele. _ Não pense bobagens, talvez é só um sonho ruím.

O barulho recomeça, e eu me agarro mais forte em Diogo. _ Tá ouvindo Diogo? Tem alguém sendo torturado ou alguma coisa assim.

  Diogo da um beijo em minha testa e gargalham com uma voz rouca.

_ Não tem ninguém sendo torturado Luiza. É apenas um urutau.

Olho pra ele, que continua rindo e passando a mão por meu rosto, no intuito de me acalmar.

_ Urutau, o que é Isso?

_ É uma ave, ela é conhecida por fantasma da noite. _ vêm vamos lá fora pra eu te mostrar.

_ Nem morta, se ela tem esse nome, é porque não deve ser boa coisa.

_ não acredito que você está com medo de um bichinho de trinta centímetros Luiza. - Diogo se desvencilha de mim, e abre a porta da barraca.

Logo grudo nele, eu que não ia ficar dentro da barraca sozinha , dá que entra algum bicho ou alguém.
Do lado de fora o ambiente está bem iluminado devido aos vários refletores que tem por todo espaço do camping, porém muito gelado . Me encolho  quando a brisa fria passa por mim, Diogo me abraça e caminha até o som pavoroso.

_ Olha alí. - Diogo aponta pra um tronco com galhos secos. _ Aquele ali , é o dono desse canto que está te assustando.

Ergo meus olhos e vejo uma pequena ave , magra , parada que nem uma estátua. Ela pia novamente aquele som horrível, como se fosse uma tortura, abraço Diogo , como ele fosse  um escudo capaz de me proteger de qualquer mal.
Diogo me abraça, e com uma das mãos entrelaça seus dedos entre meus cabelos, que estavam soltos. Senti seu corpo quente e seu perfume embriagante , levantei meu rosto para encara-lo e pela primeira vez depois de cinco anos, desejei ser beijada por alguém.

_ você fica ainda mais linda de cabelos solto. - não consegui respondê-lo com palavras, o que eu estava sentindo naquele momento era algo que eu nunca senti, eu queria Diogo por perto , junto a mim, eu queria ter aquele abraço pra sempre, então o abracei ainda mais forte em resposta ao seu elogio.

_ Vamos entrar? Aqui fora está muito frio, vamos congelar. - acenei positivo com a cabeça .

_ E aí se acalmou?

_ O bichinho é pequeno , mas seu som é apavorante. Cada grito que ele dá meu corpo se arrepia.

_ Não precisa ter medo, agora você já sabe o que é. Tenta dormir um pouco, por que mais tarde vamos ter um dia agitado. - ele se curva me dando um beijo na testa, vai pra ponta da cama se deita de barriga pra cima e se cobre.

_ posso dormir pertinho de você? - ele vira seu rosto em minha direção e sorri. Seus olhos passam calmaria, e ao mesmo momento são intensos, algo que eu nunca vi.

_Não! - olho pra ele toda sem graça-
_ Estou me segurando pra não te beijar desde de a hora que me abraçou, e você assim tão perto não sei se consigo me conter.

_ Então não se contenha. - as palavras saem de minha boca , antes mesmo de eu poder processa-las.

Diogo passa sua mão por meus cabelos e me dá um beijo calmo e que aos poucos vai se  intensificando, cheio de sensações desconhecidas, e como se houvesse um monte de borboletas no estômago, e meu corpo inteiro virasse gelatina, ele me beija caloroso, e só separamos , quando estamos sem ar. - Meu Deus, que beijo- meu inconsciente grita.

Diogo fica me observando deitado de lado com um dos braços abaixo da cabeça, e sua outra mão tocando meus lábios com ternura, acho que estou ficando louca... Que homem...

_ sua boca tem um sabor bem melhor do que imaginei.

_ E quando você imaginou isso?

_ Quando te vi deitada em minha cama, com essa carinha de anjo. - sorri segurando meu lábio inferior entre os dentes, a voz dele era como música para meus ouvidos, acho que a carência me deixou boba.

_ Eu quero fazer isso.  Diogo passa seu dedo desfazendo a pressão entre meu lábio,se aproxima , novamente me beijando, e no final do beijo sugando meu lábio inferior e o mordendo de leve.

_ ... Ah.. Luiza você me deixa louco.
Você mexe com minha cabeça, me deixa alucinado.

Afasto um pouco do seu corpo, e seus olhos estão em chamas, me retenho de seus braços, e coloco uma barreira de limites.

_ Não quero te deixar louco, quero você bem lúcido. Acho melhor dormirmos, está muito tarde. - dou um selinho, e me deito mais afastada. _ Boa noite Diogo.

_ Boa noite. - posso sentir uma frustração em sua resposta.
- logo adormeço como um anjo.

A noite tem mais....
É só pra terem um gostinho de quero mais...
Bjokasss tenham um bom dia.

O recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora