O recomeço

capitulo 2

Tomo meu café, e logo começo a faxinar meu pequeno lar, não tenho nada luxuoso, mas amo cada pedacinho dele.
O meu quarto é pequeno, mas cabe a minha cama de casal e meu guarda roupas, que possui um espelho enorme, e mesmo nos dias que nao quero me ver, sou obrigada a olhar pra ele, mas pra falar verdade, meu espelho é minha maior diversão, sempre coloco uma música e danço em frente a ele.
Amo dançar sempre gostei, antes de entrar em depressão eu fazia aula de dança e era uma das melhores alunas. minha cozinha é super pequena, só cabe duas pessoas, não há espaço para uma mesa, possui apenas um balcão com duas banquetas, e é onde faço minhas refeições, ao lado fica minha pequena sala onde possui um sofá retrátil bem confortável e um painel com minha TV de 42 polegadas, é micro, mas é um cantinho que eu amo.. é onde eu passo a maior parte de tempo quando estou em casa.  Amanda é a única pessoa que vem aqui, e também a única que possui a chave, ela é como uma irmã, é tudo que eu tenho, e é só por ela que mudei de cidade.
Ela chama minha casa de casulo, e sempre sai roxa daqui, pois consegue ser mais desastrada que eu, atropela todos os poucos móveis que possuo. Ela fica ainda mais irritada, quando usa meu banheiro e acaba trancada, ela parece uma louca gritando socando a porta até eu conseguir abrir, a bendita porta, tem vida própria e tem vezes, que ela guarda sua vítima, e só abre quando bem intende, eu já nem a tranco para não correr o risco, dá que ela me prende e eu só saio quando me encontrarem  morta, vai saber né.

Acabo minha faxina, e me jogo no meu sofá com um cobertor quentinho, ligo minha tv, e zapeio os canais, até encontrar um filme qualquer, pra falar a verdade não sei nem qual filme está passando, pois acabo me distraindo com o joguinho no celular, é viciante, quando me dou conta já são seis da noite, me levanto e vou tomar um banho, e me surpreendo por Amanda não ter me ligado, insistindo que eu fosse a tal festa com ela. E ela é insistente, é brasileira nata, não desiste nunca, oh baixinha teimosa, com seus um metro e cinquenta e dois, consegue o que quiser, ela sabe ser persuasiva, Bruno vive na palma de sua mão.

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Assim que eu saio do banho, a bendita baixinha está a no meu sofá , assistindo alguma coisa.

_ Não adianta me olhar assim, eu te chamei antes de entrar, mas você estava nunca cantarola danada, nesse seu banheiro pra presidiário, e eu não quis incomodar. - sorrio com sua implicância com meu amado banheiro.

_ Pelo jeito, você teve um dia de cinderela , correto? _ Amanda estava deslumbrante, com um vestido verde esmeralda um pouco acima do joelho com seus cabelo negros ,com uma escova impecável lisa com cachos nas pontas e uma maquiagem que realçava ainda mais sua beleza, tudo combinava com seu corpinho pequeno.

_ Correto, e só não te levei junto, por que eu tinha certeza que eu iria perder meu tempo tentando te convencer a se arrumar um pouco.

_ você sabe o pq eu não me arrumo.

_ Lú, o que você pensa não tem nada haver, você não está se insinuando pra ninguém, tendo uma vida normal, você é uma mulher linda. O que passou, passou. Não joga teu futuro fora por conta de um passado ruim. Você não deixa de ser um mulherão, porque se esconde em roupas largas e um cabelo embolado, você é maravilhosa, tanto por dentro quanto por fora, o que adianta anos de terapia se você não se entrega. Desde de o ocorrido, nunca mais você se envolveu com alguém, permita-se a amar, saia, divirta-se . O maior passo , você já deu, que era conviver com pessoas o resto é mais simples. Eu te amo tanto amiga,e o que eu mais quero é te ver feliz. _ diante das palavras de Amanda, minhas lágrimas caem descompassadas. Amanda me abraça forte e acarinha meus cabelos.

_  Agora para com essas lágrimas, e vai se arrumar, para irmos para a comemoração da empresa, e isso não é um pedido, e sim uma ordem. _ sorrio com a jeito Amanda de ser, e vou em direção ao quarto para me arrumar, por que querendo ou não, eu tenho certeza que seria arrastada, se minha resposta fosse um não.