Continua,Maya Narrando:
- ok,fala pra elas chegarem antes do almoço,vou deitar pois minha cabeça está explodindo - digo e começo a subir as escadas.
Quando estou quase cochilando Tim entra no meu quarto.Se deita sobre minha barriga e agarra minha cintura.Ele tem esse costume desde quando eu estava grávida de Tina.Ele sempre falava que tinha pesadelos,e dormia toda noite,desse jeito,na minha cama,entre eu e Bê.
Depois de um bom cochilo acordei e fui fazer almoço.
- bom dia - Joana diz vindo até mim.Estava com um short de pijama,uma blusa enorme que presumo ser de Rick,pantufas,com cara de cansada,o cabelo então...estava parecendo uma juba de leão bem bagunçada.Uma mão estava na lombar,e a outra segurando a barriga.
- bom dia bela adormecida - digo.Joana só sabia dormir,dormia dia e noite,as vezes nem acordava pra comer,essa gravidez estava deixando ela muito sonolenta e muito faminta.
{...}
Estavamos almoçando.Quinho,sempre vinha aqui almoçar e jantar conosco.Tina e Maju haviam ficado no asfalto na casa de uma amigas em comum delas.
Estamos eu,Lia,Tim,Joana,Rick,Quinho,e outro traficante mais velho que eu,que não tirava os olhos de Lia,quando não confundia a direção,e achava que o rosto dela estava no lugar dos seios.Não estava gostando daquilo,ele ia todo dia comer em casa.Dona Auria tinha até que fazer mais comida,por sua presença,nada agradável,na minha,nossa,casa.
O radinho de Rick tocou,e o mesmo levantou com pressa e foi atender.Fui em sua direção rapidamente.
- tá tudo bem? - perguntei depois dele trocar algumas palavras com outro traficante.
- sim,morador novo,quer que eu vou lá aprovar,só que Joana tá com umas dores estranhas,eu queria ficar com ela,poder ir lá pra mim? - assenti com a cabeça.
Nesses meses morando aqui,Rick me ensinou a cuidar da favela,até aulas de tiro eu fiz,não gosto de armas,nem de usa-las,mas uma vez teve uma favela rival querendo invadir,eu meti um tiro na perna de uns atiradores.Fiquei nervosa na hora,mas depois vi que a sensação de proteção da sua comunidade é boa,eu comecei a ajudar Rick com as coisas da boca,especialmente nas contas,já que eu sou formada em matemática.
Fui chamar Quinho e fui trocar de roupa.Coloquei uma calça jeans justa no corpo,mas nem tanta,lavagem clara,uma blusinha de manguinha simples,e sapatilhas pretas,bem simples.Eu e Quinho descemos o morro e fomos para a salinha,sentei na cadeira de Rick,cuja cadeira,que quem sentasse morria.Pois era a cadeira da chefia,e a chefia agora era eu.
- aê patroa - um vapor entra me entregando um dossiê.Fui direto nos crimes e passagens na policia.
Era um homem,foi preso por estupro,ficou 12 anos na cadeia.Foi preso po alguns meses por porte ilegal de arma,e tráfico internacional.
Voltei para a primeira página e comecei a ver quem era.
Não,não pode ser.Sério isso?
As lágrimas queria cair.Não isso não.
Era Adam.O pior pesadelo da minha vida está atrás daquela porta,pedindo para morar na ''minha'' favela.Se Rick estivesse aqui ele já teria metido bala na cabeça de Adam.
- tá tudo bem,querida? - Quinho perguntou.
Eu tinha contado algumas coisas de Adam,tudo praticamente,só não me senti preparada para contar quem é realmente o pai dos gêmeos,mas fora isso,ele já sabe.
Mostrei o dossiê pra ele.Ele fez cara de espanto e já se levantou tirando a arma.
- não Quinho,mata ele,só que não agora - digo com voz de choro,o mesmo vai buscar água pra mim.Me recupero e continuo olhando a ficha daquela desgraça.
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Atormentada Pelo Passado
Teen Fiction''Estou morta? Ou esse é um daqueles sonhos? Aqueles sonhos horríveis.Que parecem que vão durar para sempre? Se estou viva,por que? por que? Se existe um Deus ou algo parecido,alguma coisa,em algum lugar,por que fui abandonada por todos e tudo que e...