Capítulo 1.

983 45 54
                                    

                                                                            DOIS ANOS DEPOIS...

- bom dia,princesinha do papai - papai me acordava.

- bom dia - respondi ainda sonolenta.

- vem vamos descer,hoje tenho uma surpresa pra você - papai disse.

- oque? - pergunto curiosa.

- amanhã no seu aniversário de quinze anos você vai ter seu presente,normal,mas hoje,eu queria te apresentar uma pessoa - ele disse.

Apenas coloquei meu robe,vesti minhas pantufas e desci morrendo de frio.

- então... - papai se aproximou de um garoto que estava na sala de estar.Eu olhava os dois com uma expressão de interrogação.

- então... - o incentivei.

- esse é seu mais novo irmão - ele disse e o olhei surpresa.

- de onde você tirou ele? - perguntei o abraçando,o menino estranhou de primeiro mas logo retribuiu meu abraço.

- vocês realmente gosta de abraçar uns aos outros - o menino disse parecendo sufocado,ri baixo.

- eu adotei ele,eu fico aqui sozinho,já pedi pra você se mudar pra cá,mas então,como agora estou trabalhando em casa,sinto-me sozinho,e sem falar que você sempre quis um irmão - papai disse sorridente.

- deixe-me apresentar-me,eu sou Lucas,tenho doze anos - ele se apresenta,seu jeitinho era engraçado,ele passava confiaça naqueles olhos verdes.

- ok - disse e ficamos em silêncio.

Mia,a empregada,nos chamou para o café da manhã e fomos.

- bom dia familia dois linda - diz Isabel toda animada de surpresa.

- bom dia - nós respondemos juntos.

- Maya,não acredito - Bel fala em um tom preocupante e me ponho á preocupação - você realmente está ficando velha,olha um fiozinho de cabelo branco aqui - ela diz e com raiva caio na risada.

- não me assusta assim,já achei que era algo importante.

- já tomou café da manhã,Isabel? - pergunta papai e Bel se senta ao meu lado.

- já sim,tio - ela fala e repara em Lucas.

- esse é o mais novo integrante da familia,Lucas,papai o adotou - explico.

- ah,ok,prazer Lucas - diz Bel e ele sorri.

Essa noite passei na casa de meu pai,era o único lugar do mundo que conseguia ter paz,me sentir amada e me sentir um ser humano,muito diferente na presença de Adam,que o mesmo me fazia sentir que eu era apenas o brinquedinho de diversão das noites dele,que ninguém me amava,e que se minha mãe se importasse comigo já teria percebido,ele me dizia isso todas as vezes que ia em meu quarto na ausência de mamãe,ou seja todas as noites.Todas as noites eu era abusada,essa noite que passei na casa de papai foi a única noite em dois anos,que eu não havia sido abusada por Adam.Eu não aguentava mais,queria contar tudo,queria que Adam fosse preso,e não passasse um dia se quer se arrependendo dolorosamente do que me fez passar,não apenas a dor física,mas sim a psicológica,a física com o tempo acostuma e não dói mais,mas a psicológica fica na mente,todos os dias dói,todos os momentos dói.

- Querida? -papai me chama tirando-me de meus pensamentos.

- Oi? - dou-lhe atenção.

- Que horas quer voltar pra casa?

Atormentada Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora