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Maya narrando:

- você tem razão Joaquim - provoquei,o mesmo queria reagir mas ficou quietinho para não agravar a situação - um amor não acabada do dia pra noite,mas ele se acostuma,ele se acostuma a não se importar - digo triste,as lágrimas caiam.

Rick,em sinal de queria nos dar privacidade,sai fechando a porta.

A sós novamente.

- Maya - se senta na cama com as mãos acariciando seus fios molhados - eu sei que errei - me olha nos olhos - eu sei que eu não deveria tê-la traido,eu não deveria trocar uma vida por uma noite,eu não deveria fazer a maior burrada da minha vida,Maya,eu te entendo,eu sei o quanto você está me odiando agora,mas cara,EU TE AMO,eu não consegueria passar um dia sem te sentir,eu preciso que me perdoe Maya,só te peço isso - diz todo cabisbaixo.

Eu não estava entendendo mais nada.

- eu te perdoo Quinho - digo baixo - só que perdoar não significa esquecer,eu nunca irei esquecer oque fez comigo,durante doze anos na minha vida eu nunca encontrei alguém que eu disesse ''eu te amo'' do coração pra fora.Você foi o primeiro.Você foi o tal que colocou os pedaços estralhaçados do meu coração,foi você quem me fazia sentir unica,amada,desejada,só que como dizem por aí,tudo que é bom,dura pouco - digo sentindo meu coração ir contra mim.

Estava uma guerra dentro de mim.

Razão X Emoção.

Meu cerébro me dizia para eu corta-lo de minha vida,o que ele fez foi demais para alguém que já sofreu demais.

Meu coração dizia que eu o amava,e que eu deveria perdoa-lo e sermos felizes para sempre.

Oh maldito coração.Maldito coração que acha que a vida é um conto de fadas.

Eu vim morar aqui para ser uma nova pessoa.Eu desejava ser um novo eu.

Um novo alguém,só que já dessisti disso quando me peguei apaixonada por um idiota...um completo idiota que amo.

Ele me agarra,eu tento sair,mas seus braços fortes me prensam em seu corpo de modo que cada energia gasta de meu corpo,se torne em vão.

- não quero te prender - diz baixinho - mas é foda te soltar - completa.

Dá um suspiro e me prensa ainda mais ao seu corpo quente.

Fico ali.Aquele abraço era o que me dava forças para continuar em pé.

Depois de um tempo,sai daquela moradia que me acalmava todos os dias.

- teu cheiro agridoce,ainda está marcado em meu travesseiro - diz todo romântico.

Maldita guerra interna.

- vá - digo.

- eu vou,estou indo,sem querer ser pidão,posso te pedir uma última coisa? - diz todo triste,me olhando com aqueles olhos estampados de esperança.

Balanço a cabeça em positivo.

- não me proíba de te ver,eu preciso te ver,eu preciso ver seus filhos. - suspira - eu sempre fui muito sozinho,eu nunca soube o que é amar alguém,e nunca soube o que é conhecer três pequenos seres por poucos meses e os considerarem seus filhos,Maya só te peço isso,não me proíba de te ver e ver as pessoas que estão ligadas a ti.

- ok Quinho - suspiro cruzando os braços - quero te esquecer a partir de hoje,ou fingir...Tanto faz - me enrolo nas palavras.Ele ri com esperança.

- ok Branquinha - recolhe seu celular,arma,radinho e blusa da minha cama pronto para partir.Partir eternamente - sem ressentimentos? - pergunta,faço que sim com a cabeça,ficar cheia de marra agora,não seria uma boa defesa - Então vamos viver.E quem sabe,um dia a gente se encontre - se vai.

Se vai pra sempre.Pra sempre.Soa forte né?

Mas acho que é isso.Forte ou fraco.O importante é que ele se foi pra sempre.Irei vê-lo ainda,só que será diferente,eu não vou poder abrir aquele sorriso e se jogar em seus braços,parecendo ter ficado uma eternidade fora de teus braços.

Saudades dele aqui.Comigo,me beijando,me chamando de branquinha,me fazendo cocégas,me fazendo rir,me fazendo feliz,me fazendo viver,não apenas existir.

Mas,algumas saudades precisam continuar sendo saudades e só.

Deito e adormeço.

Acordo três da manhã.

Todos já estavam dormindo.Tomei um banho e fui comer algo na cozinha.Fui andando na ponta dos pés,fiz um lanche rápido.

E voltei a dormir,tomei um remédio,pois saberia que meu cerébro queria ficar bem atento pensando num certo alguém que amo,e que tenho raiva,que amo mais que tudo,que eu só queria dar mil tiros,passar pomadinha,dar beijinho e fazer tudo de novo.

Acordei no outro dia cedo.

Lembrei da minha entrevista,eu já estava atrasada.Tomei um banho rapidamente e me troquei,coloquei uma saia lápis preta,uma blusa cavada branca e um blazer amarelo,com um salto baixo preto bem discreto.Fiz um coque,coloquei meu óculos e fui chamar as crianças.

Tina e Maju se trocavam sonolentas.Tim e Lia estavam prontos jogados no sofá mexendo no celular.Peguei uma maça e fui comendo.

- não acredito que você está fazendo isso mãe - Lia diz revoltada sentada no banco de passageiro ao meu lado.

- para de drama menina,eu preciso trabalhar - digo prestando atenção na rua.

- vai cuidar das empresas do papai,vai montar sua revista,agora dar aula de matemática pros próprios filhos já é demais né? - Lia diz fazendo um drama que me fazia rir.

- estamos acabados Lia - diz Tim - agora teremos que ficar acordados na aula de matemática e tirar notas boas para não passarmos vergonha.

- ferrou para vocês - Tina diz.

Concordo com a cabeça e entro no estacionamento da escola.

As crianças foram para a aula e eu fui fazer minha entrevista.

A diretora me amou,achou que eu daria uma ótima professora,nem ouviu as outras candidatas e falou que eu começaria amanhã.

Fui embora sorridente,chegando em casa me joguei na cama,eu estava cansada,queria poder dormir a tarde inteira sem remédio,mas o idiota do Quinho vem aos meus pensamentos sem a minha permissão.

Ah como sinto sua falta.

Cara,se controla Maya,não faz nem um dia que terminaram.

Acordo,troco de roupas e vou fazer almoço.Joana estava sentada na mesa bebendo suco e fazendo exercicios de respiração,acho que a menininha que está por vir está meio agitada no final da gestação.

Fiz o almoço,assim que coloquei na mesa todos chegaram e cairam matando.Inclusive o idiota que amo veio juntamente com Rick,ele não parava de me olhar,puxava conversa com Tim e Lia,os dois amam ele,então foi fácil Quinho se da bem com Lia e Tim.

Terminamos o almoço,eu fui conhecer a apostila da escola e preparar minhas aulas.

- que turma é a sala 7 no primeiro horário - pergunto com os olhos pregados na agenda,chegando no quarto dos meninos.

- é a nossa sala,por que? - Lia se pronuncia.

- é a primeira classe que irei dar aula - digo.

Saio do quarto e me digiro até o meu resolvendo alguns ultimos detalhes.

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Atormentada Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora