2°temp - 15°cap.

116 13 7
                                    

Lia narrando:

                                                                           ...Um mês depois... 

Bom um mês se passou,um belo mês posso dizer.Mamãe e Quinho não se acertaram,não julgo a mamãe,o que ela fez foi até certo,o que Quinho fez tem perdão,não esquecimento.

Encontrei a garota dos olhos e sorrisos inesqueciveís,Babi,e também o carinha que fiquei naquela festa,os dois,por uma grande coincidência,moram aqui no moro,eles são apenas amigos,para minha sorte,imagina pegar o irmão ou primo do dela,tal que você nem deveria saber que existe? Muito menos sair do quarto dele de manhã.

Ele se chama Marcos Gabriel,tem 20 anos,mora numa casinha simples com o pai,um senhor de idade que trabalha de porteiro num prédio cinco estrelas na Zona Sul,ele por sua vez, trabalha de jardineiro e estuda para poder sair dessa vida,e ter uma casinha fora da favela.Mas como ele, humilde desse jeito,estava num resort daqueles? eis a questão.

Mas agora só consigo me arrepender de ter comido aquela maldita lasanha com macarrão na janta,nem fui pra escola hoje,são quase nove da manhã,já joguei pra fora comida que eu nem sabia que ainda estava aqui dentro.Estou tomando um suco de laranja,diz mamãe que vai repor as energias,diz ela também para eu não comer carboitratos,por que só atrapalha se eu estiver realmente com virose.Minha barriga,minha cabeça,dói,tudo dói.

Tem coisa pior que ficar doente?

Sem falar no estado febril que me encontro.

- estou com fome - me jogo na cama após espirrar mais uma vez.

- nem doente não perde a fome em - Quinho reclama.Ele que estava cuidando de mim,já que Tim está na escola,e ele não podia faltar hoje,mamãe também está na escola,e ela também não podia faltar no trabalho hoje,Tia Jô está no hospital com Tina e Maju,ontem ela passou mal e está em observação,Tio Rick não queria deixar as coisas nas mãos dos outros na boca,então assumiu seu cargo e o de Quinho,e como Quinho estava uma cota sem ter folga,ele tirou folga pra cuidar de mim,com livre e espontânea...pressão,vinda de mamãe,é claro.Eles estão amigos,conversam normal,diz ela que eles não são adolescentes para ficarem brigando.

- é sério,eu aceito um mingual,morangos e uvas,e não se esqueça do capuccino,se preferir pode colocar leite morno - digo como se fosse a coisa mais natural do mundo,e não é mesmo?

- abusada você em.

- claro - espirro - hoje,ama - espirro - amanhã e - espirro - sempre - espirro novamente e vou lavar o rosto.

Sinto uma tontura,me agarro na cadeira,ainda de pé,e espero passar,vou ao banheiro e lavo meu rosto.

Estava voltando,minha visão fica turva,minha cabeça gira,só me lembro de cair nos braços de alguém.

(...)

Acordo com uma enorme dor de cabeça,abro os olhos devagar,o ambiente está com pouca iluminação,algo está ligado em meu braços,me mexo e sinto um desconforto,com isso resmungo algo,a porta é aberta e a luz é revelada.Uma senhora baixinha se aproxima de mim.

- bom dia senhorita Lia,como se sente? - a senhora,que presumo ser uma enfermeira,pergunta com um sorriso.

- bem - sorrio - quanto tempo dormi?

- aproximadamente meia hora,você deu entrada as nove,agora deve ser entre nove e vinte e nove e quarenta,sente fome? - faço positivo com a cabeça.

- ok,já trago o seu café da manhã,o senhor Mendonça irá vir daqui a pouco falar sobre seu estado.Seu pai também está aqui - diz e sai.

Depois de alguns minutos o médico e meu ''pai'' entrou.

Atormentada Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora