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       A Maldição de Pandora. Aquilo ressoou nos ouvidos de Zoey como se estivesse dentro de uma caverna fria, e ela pensou que fosse apenas algum efeito dramático de sua imaginação. Mas aquilo parecia ter alfinetado em algum ponto dentro dela... O estado que ela não podia entrar.

— A Maldição de Pandora? – ela cruzou os braços, quase rindo diante da situação. Zoey se sentiu dentro de gravações de pegadinhas. Maldição? O tal mito? Só podia ser brincadeira.

Zoey engoliu em seco, a respiração trêmula.

Não, espere. O coração pesou. Ela já tinha rido uma vez de algo sério demais, dos seus galhos. Não podia ser brincadeira.

Equipe 2? – uma vozinha chiou próximo a orelha da mulher e Zoey se assustou, arregalando os olhos. – General Kira, há uma petição para que sua equipe retorne à Central da Ordem.

A mulher revirou os olhos, respirando fundo. Equipe 2? Aquela mulher era uma General? O corpo de Zoey se tencionou ainda mais, esperando o pior. Será que alguém mais além daqueles três havia visto que ela tinha matado um monstro?

— Nell, Lucca, precisamos voltar. – Kira olhou de soslaio, a voz séria, dando passos para trás.

— Ei, espere – Zoey deu dois passos adiante, o coração palpitando. – Vocês não podem voltar. Vocês precisam terminar de explicar o que é essa tal de Maldição de Pandora...

— Caçadores de Recompensas clandestinos realmente não entendem quando Caçadores registrados possuem um compromisso e pontualidade para com a Ordem. – Kira estalou a língua, lançando lhe um olhar seco a Zoey. – Mas eu não te culpo. Não gosto de deixar as coisas pela metade, então eu quero que você vá até a Ordem para que eu possa terminar de contar o que é a Maldição.

Kira retirou um pequeno cartão retangular – um cartão de visitas -entregando a ela, as unhas dos dedos delicadamente pintadas de vermelho-sangue e afiadas como lâminas.

Zoey ficou ali, parada olhando para o cartão preto fosco.


ORDEM DOS CAÇADORES DE RECOMPENSAS DO CANADÁ

(XX) – XXXX – XXXX

Rua Boulevard René—Lévesque, nº 269, Ville de Québec — Canadá


Ah, por qualquer coisa que houvesse além dos céus. Aquilo não poderia ser sério.

— Quando chegar lá, diga que precisa falar com Kira Lovelace – disse a mulher, fazendo Zoey erguer a cabeça para ela, mantendo a testa franzida. Era como se toda a situação fosse de negócios idiotas e não algo sério que precisavam tratar. Kira lhe jogou uma piscadela.

Então, subitamente, a mulher reunida com os dois outros jovens lançou algo no ar; Zoey conseguiu visualizar a tempo o que era – uma pedra azulada oval e quase minúscula, semelhante à uma safira -, e aquilo brilhou tão intensamente que ela teve que fechar os olhos para protege-los. Quando o brilho evanesceu de suas pálpebras, ela os abriu e o trio havia desaparecido.

Como aquilo poderia estar acontecendo? A situação toda foi tão casual que Zoey quase teve um acesso de risadas.

Ela voltou o olhar para o cartão bonitinho. Até então Zoey não sabia do motivo no qual possuía aqueles olhos; melhor dizendo, para que eles mudassem de violeta para carmesim. Além disso, havia a força quase sobre-humana.

Flower boys, thorn girls #1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora