Flower boys, thorn girls #1 [EM REVISÃO]

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                     Zoey quase deu um salto de susto ao escutar o som. Era como se um imenso vidro tivesse sido estilhaçado.

Todos olharam em direção à porta da pequena casa; as garotas do clube correram primeiro, saindo. Lucca e Zoey se entreolharam e foram logo em seguida.

Ao saírem, Zoey olhou para seu lado esquerdo; os moradores de Sillery corriam desesperados, como se fugissem de algo. Ela virou o rosto; na parte obscura e destruída da rodovia haviam vários monstros de todas as formas e tamanhos, surgindo dos céus como chuva. Seus olhos se arregalaram, o coração martelando.

— O que... – sussurrou Lucca ao seu lado, os olhos arregalados aos céus.

Zoey seguiu o olhar dele. O céu... O céu estava quebrado. Como vidro. Haviam fendas e mais fendas, rachaduras e trincos, monstros saindo deles como torrentes de água suja, o gargalhar e gritos eufóricos ressoando por toda parte enquanto desciam e, mais acima... Havia uma imagem fraca como marca d'água, vários quadrados como um tabuleiro de xadrez e haviam peças, cartas, damas, espadas, enfileirados como um jogo, as peças tão enormes que pareciam surreais.

— Scarlet, Lisa, tirem os moradores daqui – ordenou Kahi, firme. A garota ruiva e a menina da lousa assentiram, correndo em direção dos moradores. – Brooke, vamos nessa.

A garota felina assentiu com um sorriso sombrio, ambas correndo em direção aos monstros nos quais avançaram, sorrisos largos e sedentos.

Zoey sentiu suas pernas tremularem. O que estava acontecendo? Por que aquilo...

— Espero que você esteja com suas armas agora, Zoey – disse Lucca, o arco e flechas surgindo como nanquim, mirando meticulosamente aos monstros. Ele soltou; as flechas voam rápidas contra cinco dos monstros, explodindo-os.

Zoey olhou ao redor, suando frio. Os monstros os circundavam como bestas famintas e avançaram. Ela despertou seu corpo, trincando o maxilar. Não importa o que havia acontecido agora; precisava agir.

— Amren, Noir! – ela chamou as adagas que surgiram num pulsar rápido em suas mãos.

Quatro monstros – dois Larazes e dois Mikatris – foram em sua direção, vorazes. Zoey esticou a mão a eles, os galhos irrompendo de seus braços, enroscando-se neles, prendendo-os. Ela se desconectou com as raízes daqueles galhos e se lançou contra os monstros que se debatiam para escapar; ela saltou e rodopiou na direção deles, as adagas reluzindo e cortando as cabeças das criaturas, sangue vermelho e verde-escuro jorrando.

Não esperando que fossem até ela, Zoey arrancou fora três cabeças de dois monstros em dois golpes. Entre arquejos e urros de dor, ela se esquivou de um minotauro com escamas enorme, o golpe dele atingindo o chão, fazendo-o estremecer. Zoey correu a tempo por trás, dando um pulo cujo ela agarrou-se em seu pescoço, cravando Noir no centro na nuca, bem na espinha, descendo a adaga para baixo, rasgando o corpo dele. A fera urrou de dor; Zoey escapou antes que fosse esmagada sob o minotauro e antes que o sangue dele jorrasse nela.

Zoey ofegou, o sangue fervilhando e retumbando em suas veias, nas têmporas, pedindo por mais. Ao virar, se deparara com Lucca mirando quatro flechas em sua direção. Ele abriu um sorriso e ergueu o arco, lançando e explosões ressoaram atrás dela, uma ventania sacudindo seus cabelos.

— Mesmo com todos aqueles monstros, as duas garotas estão detonando – o rapaz apontou em direção à rodovia destruída com os olhos.

Zoey arregalou os olhos, deslumbrada; Kahi lutava entre os monstros como se tivesse dançando, os movimentos graciosos e rápidos, cartas de baralho entre seus dedos, sendo lançados como facas e cortando-os. Por outro lado, Brooke ficara um pouco mais distante, uma sniper prata mirando e atirando contra as criaturas, precisa e fatal.