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        Zoey enviara uma mensagem à Rune avisando que talvez não conseguiria chegar a tempo no ponto de encontro. A garota respondeu que poderia ser às cinco da tarde. Ela esperou que pudesse chegar no horário.

Durante as aulas, ela ficou observando Misha e Nea, aguardando algum tipo de olhadela ou qualquer coisa que significasse que eles tinham a ver com o grupo. Mas eles não viraram ou olharam de esguelha.

No entanto, Zoey descobrira que ambos pareciam gostar em conversar em francês. Era tão empolgante escutá-los dizendo no outro idioma (principalmente quando ela falava mais em inglês do que o segundo idioma), mesmo que Nea possuísse um sotaque misturado a algo que não fosse o inglês canadense e francês oficial. Era de algum lugar, porém não se atreveu a perguntar.

Após o término das aulas, os rapazes não olharam para ela também. Os alunos foram saindo enquanto Zoey esperou por Lucca, relendo a carta. A caligrafia era simples e legível ao menos, mas ela não conseguiu decifrar se era de um garoto ou uma garota. E se eles sabiam seu nome... Algum aluno daquela sala deveria ter informado.

— O que é isso? – disse Lucca ao seu lado, a voz tão grave que Zoey sentiu a pele eriçar.

Ela pigarreou.

— Uma carta do Clube de Leitura Três Espadas. – ela ergueu o olhar a ele. – Se você acredita em sorte, então somos sortudos.

Lucca deu um risinho.

— O que eles querem? – perguntou.

— Uma conversa. – Zoey entregou a carta a ele. – É como se eu fizesse parte do clube e tivesse feito algo de errado. Mas, mesmo assim, vamos descobrir alguma coisa.

Lucca abriu a boca para dizer algo, mas uma melodia tocou do bolso da calça dele, Zoey observando as constelações de Pavão e Sagitta surgindo em sua visão, flutuando ao lado do rapaz. Ela desviou o olhar enquanto ele atendia ao celular.

— Agora? – ele indagou com um leve erguer de sobrancelhas. Zoey voltou a fita-lo e o pegou fazendo o mesmo. – Não, não é muito longe, mas tinha coisas para fazer depois da escola. Nuna, eu vou chegar a tempo. Eu sempre chego.

Nuna? Zoey piscou.

Zoey saiu de seu devaneio ouvindo três explosões sequenciais ao longe. Ela quase se encolheu. Monstros à luz do dia eram raros, mas quando surgiam... Seus dedos coçaram e os brincos nas orelhas pareciam esquentar. Não podemos mata-los agora, caras.

— Me dê meia-hora e estarei aí. – disse Lucca por fim, encerrando a chamada. – Vamos ao último andar, meu caro Watson. – Ele sorriu enquanto guardava o celular.

— Está tudo bem ficar um tempo aqui? – Zoey perguntou, levantando-se e seguindo para fora da sala. – Não tem compromisso agora? Porque essa ligação pareceu ser.

— Tenho meia-hora. – Ele deu de ombros, ajeitando a alça da mochila. – E Kira tem Nell ao lado. Não farei falta.

Zoey formou uma careta ao ouvir o nome da General.

— O que é nuna? – ela perguntou, os passos deles ecoando pelas escadas enquanto subiam.

— Irmã mais velha em coreano. – Lucca respondeu.

— Irmã... mais velha? – Zoey semicerrou os olhos. Então ele era coreano? E se aquela palavra era para irmã mais velha... E quem ligara era Kira... Pelos planetas. – Kira é sua irmã?

Lucca a olhou de esguelha por um segundo parecendo considerar e abriu um sorriso sarcástico.

— Somos de um dos ramos da família de Akasha. Tivemos o mesmo pai, mas não a mesma mãe. Kira tem descendência de japonês e eu de sul-coreano.

Flower boys, thorn girls #1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora