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       — Zo. – chamou Yiriz ao Zoey girar a maçaneta da porta.

Ela virou o rosto para olha-lo. O Gênio gesticulou para que ela voltasse.

— O que? – Zoey perguntou e Rune também voltara. Após pegar as duas máscaras que a garota havia pedido, Kalhy desaparecera sob o balcão.

— Você está com Amren e Noir em sua bolsa? – Os olhos de Yiriz percorreram na lateral de Zoey, as sobrancelhas erguidas.

— Hum, o que você quer com eles? – Zoey agarrou a alça num movimento protetor. Ela conhecia aquele olhar e com certeza não era coisa boa.

— Me dê eles por um instante. – pediu e, vendo a expressão de desconfiança de Zoey, ele acrescentou: – Será rápido. Dois segundos.

Zoey hesitou por um momento, desviando o olhar de Yiriz a Rune curiosa e voltou-os ao garoto novamente, soltando um suspiro exasperado. Ele era uma criatura travessa, e Zoey tinha noventa por cento de confiança nele.

— Se você fizer algo com eles, eu juro que vou... – começou ela, retirando as adagas e entregando-as a Yiriz. Ela sentiu de imediato a sensação de estar desprotegida.

— Elas são lindas – comentou Rune num tom fascinado. Zoey abriu um sorriso.

A lâmina de Amren era de um ornamento completamente diferente de Noir; rosas prateadas espiralavam em alto relevo até o limite do cabo curvilíneo, semelhante a um soco inglês. O mesmo ocorria com Noir, contudo, o gume era liso, enquanto o cabo era ornado por plumas de corvos – segundo Yiriz. Quando Kalhy entregou as adagas a ela, Zoey ousou a perguntar de onde mulher arranjava as armas: nem um dos Caçadores da Ordem possuía uma que tivesse detalhes – mais funcional do que estético. A mulher nunca respondeu.

O Gênio recolheu Amren e Noir, tornando-as tão minúsculas que desapareceram de suas mãos. Zoey sentiu o estomago pesar. Onde é que foram parar?

Até que um tênue feixe de luz irradiou por entre os dedos dele e ele abriu as mãos, revelando um par de brincos de... cervo.

O que você fez com eles? – Zoey tentou não gritar, mas o pânico subiu para a garganta e a voz saiu esganiçada. Ela pegou um brinco, tão delicado e pequeno, sacudindo-o na tentativa falha de trazer Amren ou Noir de volta. – Yiriz, eu avisei que...

— Como você é uma Caçadora ilegal, não seria recomendável perambular com armas dentro de bolsas, independentemente de onde você vá – disse ele, entregando o outro brinco. – E como você não quer que seus pais saibam disso, eu transformei os dois em brincos para facilitar a sua vida. Como Noir e Amren possuem inteligência, quando você os chamar pelo nome, eles se tornarão adagas novamente. E, para fazê-los voltar a serem brincos, dê uma bitoquinha neles.

Zoey formou uma cara de horror, Rune dando risada. Como ele pôde... Mas, espere. Ela pensou melhor. Se estivesse diante de um monstro, ela demoraria para retirar as adagas de dentro da bolsa – assim como aconteceu com o monstrinho da noite passada -, ainda mais se a criatura na qual lutar for rápida demais. Era muito útil, afinal.

— Ah, então obrigada – Zoey piscou, olhando para os brincos. Eram dourados, apenas a cabeça de um cervo sem rosto, os chifres igualmente pequenos e delicados.

— Por que um cervo? – questionou Rune, admirando as joias.

Isso é um segredo... – Yiriz cantarolou com um dedo indicador sobre os lábios.

Zoey fez uma careta de desconfiança outra vez e, junto a Rune, despediram-se do gênio, saindo da loja.

A garota havia pedido a Kalhy duas máscaras para o problema que precisavam resolver e, embora Zoey tivesse perguntado que tipo de problema seria, Rune a ignorou, examinando a máscara.

Flower boys, thorn girls #1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora