O chão sob os pés de Zoey pareceu ter ondulado como um tapete gramado, jogando-a para o alto.
Ela fechou os olhos para a luz que banhou o mundo, soltando um grito e caiu em alguma coisa, não sólida como o chão – o que esperou que fosse -, mas algo que era como linhas afundando em sua barriga e braços.
Então a luz cessou com o apagar de lâmpada. Grunhido, Zoey abriu os olhos e examinou o que havia a segurado: fios nas quais as gotas de chuva escorriam como teias, a alguns centímetros do chão. Ela olhou para o lado e viu Nea e Misha pendendo dos fios, os corpos em posições engraçadas.
Erguendo os olhos, Zoey viu então Lisa sobre a extensão do prédio, os braços cruzados e as mãos cerradas, os fios saindo dos anéis dourados enquanto o rosto estava contorcido em concentração e força. A garota ofegou e abaixou os braços vagarosamente até deixá-los na grama molhada.
Zoey se virou sentada, recuperando o folego, avistando o local onde deveria haver uma flecha gigante. Ela não estava mais lá e todas as criaturas de armaduras viraram um monte de cinzas. No entanto, a sirene do Alarme ainda ressoava e aquilo começara a irritar Zoey.
— Vocês estão bem? – perguntou Lucca numa aterrisagem. Zoey o encarou quase assustada.
— Você quase nos matou! – exclamou Misha ao lado dela, o rosto carregado de irritação. – Se essa garota não tivesse puxado a gente, estaríamos mortos!
— Meu nome é Zoey – disse ela com uma careta de tédio.
— Ei, vocês! – gritou Brooke acima da cabeça de Zoey, ao lado de Lisa. – Cuidado!
Zoey desviou os olhos de Misha e notou uma sombra gigantesca preencher o espaço e olhou para os céus. Uma baleia com chifres estava caindo em direção ao campo. Zoey arregalou os olhos, boquiaberta. A criatura caiu e o chão estremeceu, o estrondo retumbando, fumaça e sangue saindo dela.
Contudo, o que chamou a atenção de Zoey fora o que surgiu acima do corpo morto da baleia. O sujeito de faixas, trajando as mesmas roupas de quando ela e Lucca lutaram contra ele, as faixas esvoaçando contra a brisa fria, porém as gotículas da chuva não o atingiam como se houvesse uma proteção invisível.
Zoey trincou o maxilar, sentindo o corte que abrira latejar.
Houve um disparo em direção ao sujeito, mas o tiro não o atingiu. Zoey começou a se levantar, Lucca mirando duas flechas. Ao dar um passo adiante, Amren e Noir a postos, o solo sob a baleia ondulou como uma pedra sendo arremessada em um lago e a criatura estava afundando.
— Mas que diabos... – Misha falou baixo.
Zoey arregalou os olhos para o chão ondulando e olhou para o lado, avistando a cúpula de galhos cuja protegera os jogadores se desfazer, os corpos afundando junto. Seu coração acelerou. Com ímpeto, ela deu mais um passo e sentiu alguém agarrar seu pulso, puxando-a para trás. Zoey tentou desvencilhar e virou o rosto; Lucca era como uma âncora, impedindo que ela continuasse.
— Me solte, Lucca – vociferou ela, os olhos brilhando em carmesim.
Lucca sustentou o olhar dela, sérios e frios. Zoey voltou para o campo, puxando o pulso para si e parou, vendo a baleia desaparecer junto aos corpos. O sujeito de faixas havia mergulhado até o pescoço e ele pareceu sorrir embora as faixas cobrissem seus lábios, acenando até desaparecer por completo.
O chão voltou ao normal. A chuva continuou caindo.
— Por que você não me deixou ir? – Zoey virou-se para Lucca e ele a soltou. Ela segurou-o pelo colarinho da blusa, a raiva fervendo em seu sangue, subindo ao rosto – Eles foram levados para sabe lá onde e você ficou me segurando como se fosse uma âncora! Qual é o seu problema?
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Flower boys, thorn girls #1 [EM REVISÃO]
Fantasy- - - ESTE LIVRO ESTÁ REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL. PLÁGIO É CRIME.- - - Tudo o que ela lutou para manter em sigilo foi para o espaço. Zoey é uma Caçadora de Recompensas. Porém, uma Caçadora ILEGAL. Em uma Terra...