35 - Dias Sem Fim

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"Dói. Perder aqueles que amamos, dói".

David Hoffman

>> D A V I D <<

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>> D A V I D <<

Sete dias haviam se passado desde que a minha pequena desapareceu sem deixar qualquer rastro. Fazia exatamente cento e sessenta e oito horas que eu estava sem ver os lindos olhos azuis da minha esposa. Eu não sabia como estava vivendo, porque não me sentia vivo. Era somente um pedaço de existência na imensidão do mundo; apenas parte de um homem, e tendo metade de um coração, sem minha pequena Salua.

Minha vida tinha se tornado um ciclo vicioso. Eu acordava, fazia um esforço para me alimentar, depois entrava em meu carro e paria à procura dela. Todos os dias, pegava um bolo de papéis que continham imagem da minha Salua seguido da legenda "DESAPARECIDA" e as espalhava por mais um pedaço daquela enorme cidade. O pessoal do Pub havia criado páginas em várias redes sociais e divulgavam a foto dela pela grande rede da internet, porém, até aquele momento, não tinha recebido nenhum indício sobre seu paradeiro.

Então os dias se passam, e cada vez mais, eu entrava em um estado de dor e sofrimento. Sequer tinha vontade de ir ao Pub, pois desde que a perdi, todo o resto deixou de ter sentido. Não era capaz avançar minha vida, sabendo que ela poderia estar sofrendo em algum lugar desse mundo terrível.

Logo que minha mãe ficou sabendo do sumiço da Salua, ela e meu irmão vieram ficar ao meu lado, tentando me consolar nesse momento difícil. Devo confessar que foi está sendo um pouco mais fácil lidar com a situação com eles me apoiando, mas até o fácil é mais difícil do que parecia.

Eu estava em ruínas, e quando minha mãe se deparou comigo desolado, sei que ela sentiu minha dor. Dona Dolores me abraçou e nós choramos nos braços um do outro, não me restando escolha a não ser contar a ela a história da Salua, aliás, a parte que eu sabia. Naquele momento, meu irmão estava conosco, e quando terminei de narrar a infeliz vida da minha pequena, nós três tornamo-nos apenas lágrimas derramadas na sala de um apartamento frio e sem vida.

Luís perguntou se eu queria que ele cuidasse do Pub até que eu tivesse condições de voltar a trabalhar e eu aceitei. Ainda não confiava nele, mas também não me importaria se ele me traísse novamente. Tudo perdeu o significado quando minha pequena saiu pela porta do meu apartamento e não mais voltou.

Em um determinado dia, a minha mãe disse que eu deveria trocar os lençóis da minha cama. Só que, eu não quis atender a sua sugestão, pois eles ainda carregavam o cheiro dela e eu só conseguia dormir inalando a essência que minha esposa deixou naqueles finos tecidos.

Eu chorava todas as noites até pegar no sono, e às vezes, quando fechava os olhos, era capaz de vê-la ao meu lado, sorrindo e me chamando de Sr. Viking.

Aos poucos, a saudade me matava. Só permanecia vivo porque fiz a promessa de encontrá-la. Não importa onde Salua estivesse... eu nunca pararia de procurar por ela e não descansaria até tê-la novamente em minha vida.

Vou te achar, pequena, eu prometo.

Sussurrei aquela palavras todos os dias antes de dormir, na esperança de que o vento as levasse até a minha pequena Salua.

Eu vou te achar! Mesmo que esteja no inferno, eu te buscarei, Salua. Eu prometo.

Meu Querido Sr. Viking [REPOSTANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora